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Um caminho para as artes

Redação Inhotim

No próximo fim de semana, o Inhotim inicia a programação cultural de agosto com muita música e dança. Nos dias 02 e 03, os visitantes vão poder conferir espetáculos do Primeiro Ato Cia. de Dança, Armatrux, Cia. Suspensa e Dança Multiplex, em diversos espaços do parque. Os grupos fazem parte da Rede Caminho das Artes, uma articulação entre artistas com sede em Nova Lima e Brumadinho. Uma das responsáveis pela iniciativa é a mineira Patrícia Manata, bailarina e fundadora da Companhia Suspensa. Ela conversou com o Blog do Inhotim sobre a história da Rede e sua relação com o Instituto. Veja a seguir!

 

Blog do Inhotim – Como surgiu a Rede Caminho das Artes?

Patrícia Manata – Foi uma associação bem natural. Há cerca de 10 anos, muitos artistas e grupos deixaram Belo Horizonte e começaram a montar ateliês e galpões nas regiões de Nova Lima e Brumadinho. Quando a Cia. Suspensa iniciou a construção de sua sede no Vale do Sol, quisemos conhecer essas companhias que já tinham se instalado ali. Juntos, decidimos unir forças para que fosse possível viver de arte. Esse relacionamento também foi importante para buscarmos melhorias para a região, sem muita infraestrutura, e também articularmos com organizações ligadas á preservação ambiental da área.

 

BI – Por que a Cia. Suspensa e outros grupos escolheram a região?

PM – Tínhamos uma vontade de sair do centro urbano em busca de mais qualidade de vida, de tranquilidade para criação e proximidade da natureza. Essa é uma área muito bonita, rica ecologicamente e preservada. Apesar de haver partes muito exploradas pelas mineradoras, é justamente o fato de elas estarem ali que impediu a corrida imobiliária e o crescimento desordenado, como em outras saídas da cidade. Aos poucos, foi se formando na região um diversificado cenário cultural. Ainda que tenhamos pesquisas em campos diferentes, realizamos muitas trocas artísticas.

 

BI – Essa é a segunda vez que a Rede se apresenta no Inhotim. Como surgiu essa relação?

PM – Logo quando a coreógrafa Pina Bausch morreu, em 2009, realizamos um encontro desses artistas da região na sede da Cia. Suspensa. Batizamos o evento de “Homenagem a Pina Bausch” e convidamos cada grupo a ocupar um pedacinho do espaço. Essa se tornou a primeira reunião oficial da Rede, em 09 de setembro 2009. A partir de então, sempre fazemos esses encontros artísticos. O Antonio Grassi, que hoje é diretor executivo do Inhotim, apadrinhou o projeto desde o início, foi um apoiador, parceiro, participante. Em 2010, ele fez a curadoria da programação cultural do Inhotim e nos levou para o parque. Além da proximidade geográfica, nossa relação com o Instituto também está no interesse em desenvolver a região por um viés artístico.

 

BI – Você percebe alguma relação entre os acervos do Inhotim e a produção artística da Rede?

PM – Posso falar com propriedade da Cia. Suspensa, que é uma companhia de dança contemporânea. Misturamos dança, circo, artes visuais, estamos bem na fronteira das artes, passeamos por várias linguagens, isso já nos aproxima do Inhotim e nos faz sentir à vontade lá. A apresentação de sábado é uma adaptação do espetáculo “Órbita”, especialmente criada para o Instituto. Nesse processo, fizemos várias visitas para escolher um espaço que dialogasse com o trabalho. Decidimos, então, pelo campo onde está instalada o obra “Elevazione”, do italiano Giuseppe Penone. Estar perto daquela árvore suspensa combina com o desafio da companhia de se pendurar e ocupar espaços abertos, cheios de possibilidades. Estar no Inhotim é sempre muito instigante!

 

Saiba mais sobre a programação cultural do Inhotim aqui e aqui, e adquira já os ingressos para sua próxima visita.
Esta programação faz parte do Inhotim em Cena, que tem apresentação da Pirelli, patrocínio dos Correios e apoio da Saritur.

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Programação Inhotim em Cena

Redação Inhotim

A programação cultural do Inhotim para o segundo semestre está repleta de grandes artistas e espetáculos especiais, que se apresentam no projeto Inhotim em Cena. Confira, a seguir, o que estamos preparando para você e já reserve as datas na sua agenda:

 

Agosto

Nos dias 15, 16 e 17, a Companhia de Dança do Palácio das Artes encanta os visitantes do Inhotim. O grupo estreia coreografia criada por Dani Lima especialmente para o Instituto, imperdível! A apresentação é às 14h30, nos jardins do parque. Já no dia 31, o músico Naná Vasconcelos faz show com o multi-instrumentista Lui Coimbra sob o Tamboril, às 15h.

 

Setembro

Os fins de semana de setembro estão repletos de boa música. A programação começa com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que faz seu concerto anual no Inhotim dia 07, às 16h. No sábado seguinte, 13, o cantor Lenine se une à Orquestra Sinfônica de Minas Gerais para tocar suas composições, às 15h30, próximo ao Tamboril. A experiência, segundo ele, será única: “O bacana de tocar com muitos a música que eu faço é essa coisa do coletivo. Quando isso acontece dentro de um espaço focado na arte, aí fica transcendental.  É outro parâmetro, o sarrafo é muito alto. Estou cheio de expectativa e louco para conhecer o Inhotim, vou aproveitar para visitar as galerias e o vandário”, revela Lenine, que é apaixonado por orquídeas, uma das coleções de plantas do Jardim Botânico Inhotim.

 

No dia 21, às 15h, o Ciclo de Música Contemporânea traz obras do brasileiro Sérgio Rodrigo e do compositor palestino Samir Odeh-Tamimi, radicado em Berlim. O concerto é fruto da parceria entre o Inhotim e o Festival Artes Vertentes, que é realizado em Tiradentes/MG. Sob a coordenação do pianista Luis Gustavo Carvalho, diretor artístico do Festival, o evento terá a participação de músicos alemães, ingleses, japoneses e brasileiros.

 

Outubro

No dia 12, é a vez da música popular brasileira de João Bosco tomar conta dos jardins do parque. O artista faz um show criado especialmente para o Inhotim, às 15h, próximo à obra Magic Square.

 

Já no dia 19, o Ciclo de Musica Contemporânea encerra o ano com concerto do grupo Sonante 21, juntamente com a cantora americana Martha Herr, às 15h, no Teatro do Inhotim. Eles realizam a peça Pierrot Lunaire, ciclo de canções composto por Arnold Schönberg que se tornou uma das obras mais influentes da música do século 20. A apresentação também marca a estreia de uma obra do compositor mineiro Rogério Vasconcelos, encomendada pelo Instituto Inhotim especialmente para a ocasião. Os ingressos serão distribuídos, por ordem de chegada, 30 minutos antes da apresentação.

 

Confira mais detalhes da programação cultural do Inhotim aqui e já garanta seus ingressos!

 

O Inhotim em Cena tem apresentação da Pirelli, patrocínio dos Correios e apoio da Saritur.

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Invasão estrangeira no Inhotim

Redação Inhotim

Desde que a Copa do Mundo desembarcou no Brasil, o Inhotim tem recebido uma profusão de estrangeiros, ávidos por boas lembranças do passeio. São rostos e sotaques de todas as partes do mundo, prontos para abrir um sorriso e gritar, orgulhosos, o nome de seu país de origem. Não é que receber visitantes internacionais seja coisa rara para o Instituto. Na verdade, cerca de 20% do público do parque vem de outros países, e, durante as duas primeiras semanas de competição, essa média já subiu para 60%.

 

“Sou professor de arte na Bélgica e conheci o Inhotim em um documentário que passou na maior rede de TV do país. Aproveitei que estou no Brasil por causa da Copa do Mundo para conhecer essa maravilha!”, conta Koen Verhaeghe, enquanto observa a escultura de 4 metros de altura do artista brasileiro Cildo Meireles. Batizada de Inmensa (1982-2002), a obra, estava no roteiro da visita panorâmica em inglês da qual o belga fez parte e que foi criada especialmente para esse fluxo de turistas trazidos pelo mundial.

 

De hermanos argentinos a paquistaneses e israelenses – que, diga-se de passagem, nem tiveram suas seleções entre as convocadas – o Instituto já recebeu mais de 20 nacionalidades diferentes. Os norte-americanos Lisa Christiansen e Ryan Samuelson descobriram o parque nas pesquisas que fizeram ainda em casa, antes de chegarem à América do Sul, há nove meses. “Quando vi as fotos do Inhotim na internet, percebi que deveria ver de perto este lugar”, ela revela.

Casal de norte-americanos que viaja pela América do Sul não deixou o Inhotim de fora do roteiro. Foto: Rossana Magri
As paisagens do Inhotim garantiram ao parque um lugar no roteiro do casal norte-americano. Foto: Rossana Magri

Também ficou com vontade de conferir as belezas do Inhotim? Comece a planejar sua visita agora. Confira os horários de funcionamento do parque.

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Copa 2014 no Inhotim

Redação Inhotim

Quer visitar o Inhotim durante a Copa do Mundo? Então fique de olho na nossa programação de junho e julho para não perder nada.

 

Transmissão de jogos

Quem for ao Instituto em dia de jogo não vai ficar de fora do mundial. O Inhotim transmite no Teatro do Centro Educativo Burle Marx todas as partidas que acontecem dentro do horário de funcionamento do parque: de 9h30 às 16h30, de terça a sexta-feira, e até 17h30 em feriados e finais de semana.

 

Visita panorâmica em inglês

Entre 14 de junho e 12 de julho, a visita panorâmica do Inhotim acontece também em inglês. Ideal para levar os amigos gringos que vêm aproveitar o sofá da sua casa! A proposta oferece uma visão geral do Instituto e tem ênfase no projeto paisagístico e obras dispostas nos jardins. O ponto de partida a recepção do parque, com saídas de terça a domingo e feriados, às 11h. Os grupos podem ter até 25 visitantes e a duração é de 1h.

 

Visitas temáticas de arte

Se você pretende se aprofundar um pouco mais no universo de arte contemporânea, não deixe de participar das visitas temáticas de arte. Sempre com foco em algum aspecto do acervo, elas proporcionam reflexões e outros olhares acerca das obras. Com duração de 1h30, acontecem aos sábados, domingos e feriados, às 14h30, saindo da recepção. Confira os temas dos meses de Copa:

 

– Junho: Veja, ouça, toque!  – O hiperestímulo na arte

O visitante é convidado a discutir como o surgimento das novas tecnologias e meios de comunicação modificaram a percepção e o fazer das artes. A partir dos trabalhos de Babette Mangolte e Hélio Oiticica é possível debater essas transformações na produção artística da década de 1960 nas grandes cidades.

 

– Julho: Paisagens Sonoras

Já parou para pensar em como os sons podem ser apreendidos e modificados pela tecnologia? Em junho, a proposta é olhar e escutar as caminhadas pelo parque, os espaços e ações de maneira mais cuidadosa, partindo de uma reflexão sobre artistas como Janet Cardiff e Doug Aitken.

 

Visitas temáticas de meio ambiente

Jardim botânico desde 2010, o Inhotim possui uma enorme variedade de plantas. Com a ajuda de um mediador, é possível caminhar pelo parque e conhecer parte dessa coleção botânica. O percurso é um convite à reflexão sobre a importância da conservação da biodiversidade. As visitas acontecem aos sábados e domingos, saindo às 14h30 da recepção.

Vista sua camisa verde e amarela e participe das nossas atividades, que são gratuitas para todo visitante! Clique aqui para comprar seu ingresso.

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Convite à mediação

Equipe de mediadores

A palavra mediação já foi objeto de um esforço enorme de definição e é empregada por diferentes setores da sociedade, de diversas formas. Pode estar relacionada à resolução de conflitos, à interpretação de obras de arte ou, ainda, ser usada para facilitar algum processo.

 

Desde o início de suas atividades, o Educativo do Inhotim desenvolve estratégias que promovem discussões sobre os acervos do Instituto. Esse trabalho se dá por meio da mediação, uma prática que se apoia no diálogo, na autonomia, e, principalmente, na experiência do público.

 

A mediação se revela um instrumento poderoso para a construção de conhecimento. Ela colabora para o reconhecimento do visitante e do mediador como participantes ativos nas principais discussões que permeiam a contemporaneidade. No Inhotim, ela tem o objetivo de criar um espaço seguro para dialogar, questionar e descobrir. São encontros que vão além da primeira impressão e buscam aquilo que nos provoca a pensar, a encontrar a fagulha que nos faz reagir.

 

O que nos desperta o olhar crítico e nos impele a (re)construiur? Entendemos que a construção de conhecimento se dá por meio da exposição a novas imagens, a outros impasses. Essa alquimia tem como resultado um tensionamento poderoso dos nossos limites de pensamento, limites que buscamos expandir.

 

Participar de uma visita mediada no Inhotim é se deslocar para um espaço desconhecido e fazer dele terreno fértil  para arriscar, falar sem medo, improvisar e perceber como nos sentimos nesse contexto.

 

Sinta-se convidado a olhar de perto, a perguntar e a alcançar lugares, memórias e encontros que não estão no mapa!

 

 

Texto de Lília Dantas, supervisora de Arte e Educação do Inhotim