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O que Inhotim tem a ver com o Dia das Abelhas?

Lorena Vicini

Hoje, dia 3 de outubro, é comemorado nacionalmente o Dia das Abelhas. As abelhas são insetos tão vitais no nosso ecossistema que a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018,  determinou até uma data (20 de Maio)  como o Dia Mundial das Abelhas, esses insetos que podem visitar até cerca de 7 mil flores por dia e são agentes vitais na polinização e para o desenvolvimento sustentável. No Brasil são mais de 300 espécies e em Minas Gerais há mais de 50 espécies nativas. 

Nós, do Instituto Inhotim, que somos um museu de arte contemporânea e um jardim botânico, claramente temos uma relação direta com as abelhas: elas estão em nosso dia a dia, sobrevoando nossos milkshakes na Casa de Sucos, transitando por entre as flores dos nossos jardins.

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Esta é a Melipona,  abelha conhecida por sua característica de não ter ferrão ou ter o ferrão atrofiado | Foto: William Gomes.

Mas o que pouca gente sabe é que Inhotim está construindo um Meliponário, que é uma coleção de colmeias de abelhas meliponas. O mais curioso: essas colmeias não pertencem à instituição: apenas emprestamos o espaço para que essas colmeias se fortaleçam e depois de um período possam polinizar outros jardins e matas.

O responsável pelo Meliponário é Mauricio Oliveira, um apaixonado por abelhas, que criou voluntariamente  um Centro de Resgate e Ecologia de Abelhas Nativas, o CRESAN. “Quando vai ter algum corte de árvore, alguma construção e as pessoas acham as colmeias na natureza e percebem os animais correndo riscos, ligam para a Defesa Civil. Então eu sou acionado e, quando chegamos lá, decidimos qual a melhor forma para o resgate. Este momento envolve também uma educação ambiental, em que fortalecemos junto às pessoas a importância da preservação das abelhas para a natureza. Feito o resgate, colocamos as abelhas em recipientes adequados e enviamos para pesquisa em São Paulo ou para centros de recuperação, como o Meliponário”, explica ele. 

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Foi a partir de uma primeira colmeia resgatada em Inhotim que Mauricio descobriu sua vocação para o resgate de abelhas e criou o CRESAN.

Nesse processo de resgate e transporte, as colmeias muitas vezes se enfraquecem com a morte de muitas abelhas operárias. A ideia é que nesses centros de recuperação – como é o caso do Meliponário no Inhotim –  elas sejam alimentadas e cuidadas até ficarem fortes novamente.

A relação de Mauricio com Inhotim já é antiga: ele nos visitou quando estava realizando um serviço de pintura em um dos nossos prédios, que ele resgatou sua primeira colmeia! Foi então um processo natural de procurar pela equipe do Jardim Botânico e sondar a possibilidade de um espaço para receber as colmeias. O Inhotim disponibilizou uma área no Viveiro Educador, onde está sendo instalado o Meliponário.

O curador botânico Juliano Borin conta que ser guardião dessas colmeias é uma relação benéfica para todos os envolvidos, mas os maiores ganhadores são flora e fauna do Inhotim. Segundo Juliano, a vantagem de pegar uma colmeia emprestada são muitas: a primeira é, claro, ter mais frutos no seu quintal, já que as abelhas são um dos principais agentes da polinização. “No Inhotim, com a presença das abelhas garantimos que muitas espécies raras produzam mais sementes e com isso garantam a sua reprodução. Com mais sementes conseguimos mais mudas, que trocamos com outros jardins botânicos, preservando essas espécies em diversos locais no mundo”, explica. 

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Meliponas posicionadas na entrada da colmeia, desenvolvida por Maurício Oliveira | Foto: William Gomes 

Neste Dia das Abelhas, Mauricio lembra que a proteção desses insetos atende ainda um dos 17 objetivos traçados pela ONU para transformar o mundo, o ODS 15, que diz respeito à proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres para gerir de forma sustentável as florestas. “A abelha é a base da cadeia, um animal de importância global. Temos que postergar seu desaparecimento”, enfatiza Mauricio.

E para quem quer saber mais sobre abelhas, algumas dicas!

Dica de Sabrina Carmo, coordenadora do Jardim Botânico do Inhotim:

Site da A.B.E.L.H.A (Associação Brasileira de Estudos da Abelha)
https://abelha.org.br/

Neste site podem ser encontrados vários conteúdos sobre abelhas e sobre a crise dos polinizadores.

Dica de Malu Rangel,  pesquisadora de literatura infantil e juvenil e coordenadora do curso de Educação de Jovens e Adultos do Colégio Oswald de Andrade, em São Paulo:

Vale a pena ler o poema “As abelhas” que consta do livro Arca de Noé, de Vinicius de Moraes. Cantado também por Moraes Moreira, há ainda a versão da banda Strombólica. 

Dica de Mauricio Oliveira, fundador do CRESAN:

Livro  Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão (disponível online)

Paulo Nogueira Neto, autor deste livro, é uma grande referência na área, e foi uma grande emoção quando ganhei das mãos dele esta obra. Foi uma grande ajuda no início, quando aprendemos a salvar abelhas aqui no Inhotim” 

 

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Inhotim, Setembro Azul e os desafios de uma instituição no caminho para a acessibilidade

Marcelo Martins

O Inhotim já recebeu mais de três milhões de pessoas – desde 2006, quando abriu ao público – e fomentado o acesso aos seus acervos de arte e botânica, com a finalidade de possibilitar experiências e reflexões sobre cultura e biodiversidade. Como instituição museológica sintonizada com seu tempo e com as discussões na área, as equipes buscam a partir de suas práticas diárias entender e aprimorar a sua comunicação com a diversidade de pessoas que o visita.

Assim, para se aproximar do público surdo, o Inhotim participa pela primeira vez do Setembro Azul, o mês da visibilidade da Comunidade Surda Brasileira, com uma semana de programação especial para o público surdo e com deficiência auditiva. Entre 23 e 29 de setembro, as visitas proporcionam o aprendizado de sinais em Libras, percorrendo trajetos na área central do Inhotim e no Viveiro Educador. A atividade aborda a história do Instituto, as orientações de visitação nos espaços e os acervos de arte e botânica.

A atenção para com a Linguagem Brasileira de Sinais no Inhotim começou com a visita da professora Clarice Alves, em março de 2018. Ela, que é surda, pediu ao seu filho Juan Santos para mediar a atividade em Libras, o que chamou a atenção da equipe do Educativo e a estimulou a aprender os sinais da Língua. Grupos de estudo foram criados no Inhotim para aprender Libras. No ano seguinte, Juan foi contratado para auxiliar no ensino e no atendimento ao público surdo pela equipe do Educativo. Para Sara Souza, coordenadora do Atendimento, a contratação do Juan deu uma nova perspectiva para todos. “Pelo fato de ter sido educado em Libras na família, ele explica aspectos importantes na comunicação com os surdos, como a percepção das vibrações do som e a expressão facial”, conta.

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Nos vídeos acima, a monitora Roberta Duarte ensina os sinais de Inhotim e Brumadinho. Vídeos: Marcelo Martins.

Uma instituição em processo de aprendizagem

A equipe do Educativo realizou diversos treinamentos desde meados de 2018, por iniciativa e realização da própria equipe, usando apostilas e vídeos. Para aprimorar os estudos, há um ano, a equipe recebeu a visita da educadora Flávia Neves, que desenvolveu o Librário, uma tecnologia para a aprendizagem de Libras de maneira lúdica.

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Librário é um baralho, em que cada carta mostra o sinal em Libras e a sua tradução para o português. Foto: William Gomes

Esta é a chance de aprender Libras de uma maneira descontraída! A atividade com o Librário será oferecida aos pés da árvore Tamboril no próximo fim de semana, 28 e 29 de setembro.

Segundo a Gerente de Educação Janaína Melo, este é o momento do Inhotim repensar a relação com os seus públicos, especialmente os surdos e pessoas com deficiência. “O Instituto sempre recebeu público surdo e com deficiência. Agora, é o momento de estabelecer uma estratégia de construção de práticas educativas para essas pessoas, em uma agenda na qual elas também sejam envolvidas, a fim de ampliar a experiência do público no Inhotim. É um entendimento de que o Inhotim é um espaço de todos, feito com todos e para todos”, diz.

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Equipe de atendimento treina Libras em meio aos jardins do Inhotim. Foto: Marcelo Martins

Sinais de aprendizagem

Em uma das visitas que fez com um grupo de surdos no mês de junho, Juan revela o que eles mais gostaram: a experiência na Galeria Cosmococa. “Além de ter apresentado o trabalho dos artistas Hélio Oiticica e Neville d’ Almeida, as pessoas gostaram de interagir com os objetos da instalação, como as almofadas, bexigas e redes”, lembra Juan.

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Na obra Forty Part Motet (2001), de Janet Cardiff, Juan orienta a visitante a colocar a mão na caixa de som.

Obras sonoras também estão incluídas no trajeto da visita em Libras. É o caso de Forty Part Motet (2001), de Janet Cardiff. “A pessoa surda sente a vibração do som. Por isso que uma das maneiras de chamar um surdo é, além de gesticular, bater os pés, para que a pessoa sinta a vibração do chão”, explica Juan.

Até domingo, o Inhotim realiza a 1ª Semana do Setembro Azul, uma programação especial para o público surdo, com visitas mediadas em Libras, traduzidas para o Português. Veja a programação no nosso site e participe! 

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Movimento, pausa, Sombra e Água Fresca

Marcelo Martins

O deslocamento do corpo e das ideias é uma das principais propostas do Inhotim. Percorrer as galerias projetadas especialmente para o Instituto, renovar o olhar observando os jardins e se deparar com a materialidade das obras de arte e pessoas de vários locais do mundo, faz parte da experiência neste local único. Pensar no Inhotim como um local vivo, que está sempre em transformação, também é um dos cernes da experiência do visitante. Sob essa tônica, abriremos no dia 21 de setembro um novo espaço: o Jardim Sombra e Água Fresca -pensado como um jardim em processo.

 

Território em transformação

O jardim está conectado com a transformação do território em seu conceito: a área, que era um pasto, passou por um processo criativo de quase 10 anos, liderado pelo paisagista do Instituto, Pedro Nehring. Existem cerca de 700 espécies, entre plantas nativas e exóticas, com o objetivo de enriquecer a vegetação ciliar do curso d’água e criar novos espaços à sombra. Vando Silva, jardineiro do Inhotim, participou de perto da transformação do local. “Lembro-me de quando eu cortava grama nessa área. Hoje, já tem um caminho, um jardim bonito. Fico feliz por contribuir para este novo espaço do Instituto”, diz.

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Quais plantas esse jardim tem?

Para a sua concepção, o paisagista teve como orientação a mistura entre plantas nativas e exóticas para compor flora do Jardim Sombra e Água Fresca. Uma das principais famílias botânicas do Inhotim, as palmeiras, que tem como espécie integrante o Buriti (Mauritia flexuosa), por exemplo, compõem a nova paisagem. Plantas muito presentes na história e na cultura brasileira, como o jacarandá, o guanandi e a pitangueira estão entre cerca de 700 espécies presentes no novo espaço, com aproximadamente 32 mil m².

O Jardim Sombra e Água Fresca também foi pensado para proporcionar experiências multissensoriais: mais de 80 espécies de plantas frutíferas vão compor a nova paisagem (imagine o cheiro do lugar!); será possível ouvir cantos de muitos passarinhos, como sabiá e trinca-ferro – que se alimentam dessas frutas – e o barulho da água que corre em um dos pontos extremos do jardim.

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Afinal, o que é etnobotânica?

Ao longo do jardim, o visitante poderá reconhecer trinta plantas, que serão identificadas com placas, nas quais vão constar informações etnobotânicas, que nada mais é que a ciência que estuda a utilização das plantas pelas pessoas. Para o curador botânico Juliano Borin, as informações etnobotânicas são ferramentas estratégicas para a educação ambiental do público. “A pessoa terá consciência do uso da planta, da sua importância para o ecossistema e, assim, vai saber porque é importante preservá-la.”

Por exemplo: você já ouviu falar sobre o Guanandi? Reconhecida como a primeira “madeira de lei” do Brasil, pode atingir até 20 metros de altura. Seus frutos são consumidos por vários animais, o que é útil em reflorestamentos.

Na região central do jardim, o visitante poderá ainda se deparar com um imponente cedro. Obras do mestre Aleijadinho – expostas em cidades próximas a Brumadinho, como Congonhas, Ouro Preto e Sabará – foram produzidas com a madeira dessa árvore.

Um último exemplo, só para aumentar a curiosidade com as outras 27 espécies que poderá desvendar nas trilhas do Jardim Sombra & Água Fresca, temos o pau-rosa, uma ótima opção para a arborização das cidades. Quando em floração, sua beleza se iguala ou supera a dos ipês.

 

Mil caminhos até o Jardim Sombra e Água Fresca

São muitos os caminhos que conduzem o visitante até o Jardim Sombra e Água Fresca. Pegue um carrinho no ponto de embarque da Rota 1, próximo à Galeria Praça; siga em direção ao Jardim Veredas, passando ao lado da Galeria Adriana Varejão. Ao desembarcar, o acesso para o jardim está ao lado da Galeria Cosmococa. Outra opção é, ao sair da Recepção, caminhe pela Alameda Central, vire à esquerda da árvore tamboril (B1 no mapa) e vire à direita, passando pela Galeria Fonte (G4). Depois de passar pelo Jardim Veredas (J5), o acesso ao novo espaço estará à sua direita. Confira no gif abaixo:

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Ah! Não deixe de registrar fotos das plantas e dos animais do Jardim Sombra e Água Fresca, bem como da sua visita ao Inhotim. Compartilhe-as com a #sejapresença, #brumadinho, #minasgerais, #birdwatching, #birdwatchingbrasil, #jardimbotanico, #inhotiminstitute e #inhotim.

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Artistas de Brumadinho sobem ao palco do Inhotim em programação especial

Redação Inhotim

No palco, diferentes timbres, acordes, arranjos e passos que evidenciam a potência e vocação cultural de toda uma cidade. Um novo projeto do Instituto Inhotim construído com artistas da cidade mostra a expressão artística e musical de Brumadinho em apresentações imperdíveis e abertas para todo o público.

O Palco Brumadinho reunirá cantores, compositores e grupos tradicionais da cidade em shows que começam no dia 10 de agosto (sábado). Nesta primeira edição haverá seis eventos, um por mês, até janeiro de 2020. Cada um com três atrações, emolduradas por áreas icônicas do Instituto: a centenária árvore Tamboril, o Magic Square de Hélio Oiticica e o Centro de Educação e Cultura Burle Marx.

O Palco Brumadinho integra um conjunto de ações do Inhotim em desenvolvimento com a comunidade local. “Nesta programação a cidade compartilha, com os visitantes do Instituto e moradores, um pouco de sua efervescência musical”, afirma a gerente de Educação do Inhotim, Janaina Melo.

Os próximos shows acontecem nas datas 14/9, 5/10, 9/11, 14/12 e 11/01/2020. Todos os visitantes podem assistir às apresentações gratuitamente. Lembrando que moradores de Brumadinho cadastrados no programa Nosso Inhotim não pagam entrada no Instituto.

Curadoria de programação

A seleção dos artistas que se apresentarão no Palco Brumadinho foi feita por uma equipe de curadoria formada por pessoas com forte atuação cultural na cidade. Os curadores desta edição são Leci Strada (compositor e cantor); Márcio Nagô (cantor e compositor); Júlio Santos (maestro da Escola de Música Inhotim); e Janaína Silva (educadora do Inhotim).

No primeiro evento (10/8), que acontece das 14h30 às 17h, sobem ao palco o cantor Thibana, o instrumentista André Luis e o Grupo de Canto e Dança Negro por Negro. Confira abaixo o que eles reservam para o público, no Inhotim.

Sobre as atrações

Thibana

Os primeiros acordes de Marcelo Correa, o Thibana, com uma banda, aconteceram na adolescência dele, tocando com os amigos da igreja. Em 1992, integrou a banda Vereda Tropical, em Brumadinho, onde nasceu. Fez shows em palcos espalhados pelo Brasil e trabalhos em estúdios, programas de rádio e televisão. Estudou violão clássico no Cefar/Palácio das Artes e é professor graduado em música pela UFMG. O repertório variado vai dos clássicos nacionais e internacionais dos anos 60, 70 e 80, ao samba, axé e música caipira. Para o Palco Brumadinho, Thibana apresenta algumas de suas canções autorais e interpretações de artistas mineiros, incluindo dois compositores de Brumadinho: Emerson Morais e Leci Strada. A banda para o show conta com Claudio Almeida (baixo), Edson Zazu (saxofone), Paulo Vicmoro (teclados), Marcos Paulo (violão e guitarra), Leandro Mazza (bateria) e Léo Morona (percussão).

André Luis

“Nascido e criado” em Brumadinho, tem 31 anos e toca desde os 13. Aos 14, já dava aulas de violão, atividade que exerce ainda hoje em seu próprio estúdio, o Atmosfera, localizado em sua cidade natal. No local, além de ensinar, ele faz gravações diversas. Estudou violão erudito na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Na Universidade de Música Popular de Barbacena, fez violão popular, arranjo, engenharia de áudio e produção musical. No Palco Brumadinho, vai tocar músicas eruditas e transcrições populares, com violão solo e também com convidados. Estão no repertório, além de músicas autorais, canções como “Maria, Maria” e “Todo Azul do Mar”.

Grupo Afro de Canto e Dança Negro por Negro

Composto por jovens, adultos e crianças, o Grupo Afro de Canto e Dança Negro por Negro tem o objetivo de resgatar a cultura afrodescendente por meio de apresentações culturais que envolvem dança e canto oriundos da cultura afro-brasileira. Os membros se reúnem na comunidade quilombola de Rodrigues, mas é composto também por pessoas de outras comunidades reconhecidas. Na apresentação do Inhotim, o público vai conhecer as tradições de congo, congado e Moçambique, por meio de muita dança e das batidas de instrumentos de percussão. 

Sobre os curadores

Leci Strada

Leci Strada é cantor, instrumentista e compositor. Nasceu em Brumadinho e começou a carreira profissional em janeiro de 1968. Em 1980, gravou seu primeiro disco por meio do Festival Nacional MPB Show, da TV Globo, com a música “Voar com Gaiola e Tudo”. Depois, outras composições foram gravadas para programação de TV e novelas. Completa 50 anos de carreira com dois compactos, três LPs, quatro CDs, um DVD e novos projetos por vir.

“Levar artistas de Brumadinho para Inhotim estreita mais ainda a relação do Instituto com a comunidade. A visibilidade do Inhotim faz com que os artistas aprimorem seus trabalhos, além de ser uma oportunidade de divulgação.”

Márcio Nagô

A carreira de Márcio Nagô começou em 2001 por influência do seu pai, um grande apreciador da música brasileira e colecionador de vinis. Nas rodas de capoeira, experimentou o canto e começou a tocar percussão. Já o pandeiro e o cavaco foram as primeiras descobertas como ferramenta de composição. Suas letras, românticas, falam de amor e traduzem com beleza o cotidiano popular, fruto da musicalidade dos tempos de infância, em que participava das guardas de Congado e Moçambique.

“O Palco Brumadinho é uma oportunidade para a cidade reconhecer o que tem de melhor em sua cultura. Quando essa iniciativa vem do Inhotim, a ação ganha mais força.”

Júlio Santos

Júlio Santos é maestro da Escola de Música Inhotim. É músico e um interlocutor cultural importante na região de Brumadinho, atuando também como maestro, diretor musical, produtor e professor de música. Sua missão é guiar pessoas para os caminhos profissionais e prazerosos que a música permite.

“O Palco Brumadinho vai valorizar ainda mais os artistas e a cultura da cidade. O Inhotim será como uma vitrine, que dará oportunidades aos artistas e grupos tradicionais.”

Janaína Silva

Janaína Silva é belo-horizontina e trabalha no Inhotim há seis anos, na área Educativa, onde desenvolve formação com educadores e atividades para visitantes. É graduada em Gestão em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva e pós-graduada em Gestão Cultural pelo Senac-SP. É cofundadora da Casa Quilombê, projeto de intercâmbio cultural quilombola, e criadora do projeto de afro-empreendedorismo Ateliê Pele Preta.

“Apresentar-se no Inhotim é bastante especial, pois, como é um museu de arte contemporânea e jardim botânico, permite inovar no formato de apresentação dos trabalhos e diversificar o público dos artistas.”

Confirme sua presença!  

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Encontro Marcado celebra Dia da Agricultura Familiar em Assentamento de Brumadinho

Redação Inhotim

Você já marcou de se encontrar com alguém esta semana? No Inhotim são realizados encontros semanais entre funcionários através do projeto Encontro Marcado. Esse é um programa desenvolvido pelo Educativo Inhotim e, desde 2009, acontece como um espaço de socialização entre os colegas, cooperando para o exercício do respeito, diálogo, colaboração e abertura para o outro. Iniciado por bibliotecárias que trabalhavam no Inhotim em 2009, durante seus 11 anos de execução o projeto tem como um de seus objetivos proporcionar a imersão dos colaboradores das várias áreas do Instituto nos acervos botânico e artístico. A partir de práticas educativas amplia-se o acesso aos bens culturais e ambientais, valorizando a diversidade.

Hoje, o Instituto Inhotim conta com cerca de 30 equipes internas e uma média de 450 funcionários que trabalham diariamente em parceria e colaboração para que todos os jardins e galerias estejam abertos para visitação. A realização de encontros semanais colabora diretamente para o desenvolvimento das atribuições específicas de cada área operacional, bem como para as noções de motivação e pertencimento dos colegas em relação ao espaço em que trabalham. A participação se dá de maneira voluntária, de acordo com os temas propostos e pelas demandas particulares de cada uma das equipes, colaborando também para a autonomia desses sujeitos.

Neste ano, a equipe responsável pelo projeto está propondo aos participantes expandir essas experiências educativas a partir de Encontros Especiais, onde são experimentadas novas formas de imersão nos acervos do Instituto e na exploração de territórios e/ou comunidades da cidade de Brumadinho. No mês de maio os funcionários puderam convidar seus familiares para uma visita ao Inhotim em uma tarde de domingo, valorizando os saberes dos colaboradores participantes através do compartilhamento de suas percepções sobre o Instituto.

Em julho, em celebração ao Dia Internacional da Agricultura Familiar, 25/07, os funcionários foram convidados para uma visita ao Assentamento Pastorinhas, uma comunidade que estabeleceu um processo de ocupação e conquista de uma porção de terra localizada no Tejuco, em Brumadinho. O sistema de cultivo do assentamento é o agroecológico, que não faz uso de defensivos e fertilizantes químicos, sendo mais natural e sustentável.

A visita aconteceu na tarde da última terça feira (23), e contou com a participação de 33 colegas das áreas de manutenção civil, operação, atendimento e educativo. Lá foi possível conhecer um pouco mais sobre a história dessa comunidade, assim como sanar algumas dúvidas relacionadas ao cultivo e à instalação das famílias que ali residem e trabalham há 18 anos. O Assentamento Pastorinhas é referência em organização comunitária, cultivo de leguminosas e hortaliças, assim como em seus projetos internos que promovem a sustentabilidade ambiental da comunidade.

Hoje vivem no assentamento 25 famílias e cerca de 80 pessoas.  Quem nos acompanhou nessa tarde foi a Valéria Carneiro, uma das líderes desta comunidade. Nos reunimos para uma roda de conversa que teve sequência com um passeio em meio aos canteiros onde foram apresentados os métodos e processos de cultivo utilizados pelos assentados. Não conseguimos ver toda a estrutura, o que acabou gerando um gostinho de quero mais em todos os que estavam ali.

De acordo com o Aurélio, “especial significa algo particular que evoca coisas boas. Na presença dos colegas, posso afirmar que este Encontro foi de fato Especial, porque por meio dele conhecemos um pouco mais sobre uma das várias comunidades que fazem da cidade de Brumadinho um destino de imersão em cultura e diversidade”.

Um agradecimento também especial às famílias do Assentamento Pastorinhas que nos receberam com muito afeto e aos colegas que toparam essa experiência conosco. Já estamos ansiosos pelo destino do nosso próximo Encontro Especial

*Esse texto foi escrito pela mediadora de projetos educativos  Ana Vitória Martins.