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Naná Vasconcelos em Brumadinho

Redação Inhotim

“O melhor instrumento é o corpo, o resto é consequência disso”. Foi assim que o músico Naná Vasconcelos, um dos maiores percussionistas do mundo, iniciou sua oficina de percussão na comunidade quilombola de Marinhos, distrito de Brumadinho, realizada no último sábado, 30/08. Durante a tarde, crianças e jovens do projeto de iniciação musical em percussão desenvolvido pelo Inhotim puderam conversar com o artista e descobrir novas formas de fazer música.

 

Primeiro o ritmo foi marcado com os pés. Depois, Naná estimulou todos a usar as mãos e, finalmente, a voz. Nada de instrumentos musicais convencionais. Essa composição de movimentos e sons permitiu o autoconhecimento corporal, a conscientização respiratória e o senso de grupo dos participantes. Apesar de simples, os gestos carregam a força da musicalidade afro-brasileira, traço marcante na cultura quilombola, e são fundamentais para preservá-la. “Aqui, na comunidade, já nascemos com a música dentro de nós. Um dom que passa por gerações, pelas Guardas de Congado e Moçambique”, afirma Rhayane Estefanie Alves, 14 anos, participante da oficina e integrante do projeto de percussão do Inhotim.

 

Rhayane Estefanie Alves, integrante do projeto de percussão do Inhotim. Foto: Rossana Magri
Rhayane Estefanie Alves, integrante do projeto de percussão do Inhotim. Foto: Rossana Magri

 

No domingo, Naná Vasconcelos abriu a programação de grandes shows do Inhotim em Cena. Acompanhado do multi-instrumentista Lui Coimbra, o percussionista levou o berimbau da capoeira para o centro do palco, nos jardins do Instituto. Em uma mistura de brasilidade e som erudito, planejamento e improvisação, os artistas criaram um repertório singular que emocionou o público. “Percussão é símbolo de vida. Se não tiver percussão, quer dizer, se o coração não bater, não tem vida”, define Naná.

 

Naná Vasconcelos fez show nos jardins do Inhotim no domingo, como parte da programação do Inhotim em Cena. Foto: Daniela Paoliello.
Naná Vasconcelos fez show nos jardins do Inhotim no domingo.  Foto: Daniela Paoliello.

 

O Inhotim em Cena 2014 é amparado pela Lei Federal de Incentivo a Cultura, Ministério da Cultura, tem a apresentação da Pirelli, patrocínio dos Correios e apoio da Saritur. Não deixe de conferir os próximos shows do Inhotim em Cena! Clique aqui e veja a programação.

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Diário de viagem

Alice Dias

Escrevo este relato, ainda muito envolvida pelo turbilhão de emoções que vivemos nos últimos dias. Dias, esses, que foram marcados por muitas “primeiras vezes” para a maioria dos oito adolescentes participantes do Laboratório Inhotim. Primeira viagem para fora de Minas Gerais, primeira vez em um avião, primeira vez em um metrô, primeira vez em outro país. Ou seja: muito acontecendo em pouco tempo.

 

Um dos objetivos da viagem para Nova York é a pesquisa de festivais que ocupem a cidade e envolvam a comunidade, já que, no final do ano, o Laboratório vai produzir um festival em Brumadinho, onde está o Inhotim, e de onde vêm esses adolescentes. Por isso, a parceria com o New Museum foi tão importante. Eles promovem anualmente uma festa de rua, que chega a sua oitava edição, e fomos convidados a participar como voluntários na organização e realização do evento.

 

Logo no dia de nossa chegada, fomos ao museu para conhecer a equipe do educativo e os jovens participantes de um programa de verão, que também trabalhariam na festa. Eles nos apresentaram as propostas das oficinas que seriam oferecidas ao público. Criamos nossos próprios uniformes a partir de camisetas, visitamos parte do museu e conhecemos a praça onde o evento aconteceria.

Nosso grupo e os voluntários que fizeram a Block Party ser um sucesso. Foto: Alice Dias
Nosso grupo e os voluntários que fizeram a Block Party ser um sucesso. Foto: Shannon Phipps

No dia seguinte, o lugar estava transformado. Oito tendas com mesas, um palco e vários voluntários muito prestativos e animados! Cada um dos jovens do Lab ficou em uma tenda, que correspondia a uma das oficinas oferecidas, juntamente com um jovem do New Museum e outros voluntários. O primeiro desafio enfrentado por eles foi a barreira da língua. O que, no momento inicial, era incômodo e estranho se dissolveu, aos poucos, durante as trocas do dia. Um sorriso, um olhar, um gesto, uma música, ou até a descoberta de uma paixão comum pela Demi Lovato – a jovem atriz e cantora norte-americana – foram meios de conexão que diminuíram as distâncias e diferenças. E, claro, a proximidade deles com a tecnologia também ajudou. De repente estavam todos usando seus smartphones com tradução simultânea para mediar a comunicação. No final das contas, ser jovem em Brumadinho ou em Nova York não é tão diferente assim!

Michele, uma das jovens do programa de verão do New Museum, usando o celular para minimizar as barreiras da língua. Foto: Alice Dias
Michele, uma das jovens do programa de verão do New Museum, usando o celular para minimizar as barreiras da língua. Foto: Alice Dias

Para saber mais sobre nossa viagem, clique aqui. O Laboratório Inhotim conta com o patrocínio do Banco Itaú.

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Obrigado, Amigo!

Redação Inhotim

Todo mundo tem aquela pessoa com quem sempre pode contar. Seja um parente, um vizinho, um amigo de infância ou um colega de trabalho, é muito bom ter alguém que acredita em suas ideias, mostra para você outro ponto de vista, convida para um programa interessante ou compartilha das alegrias e desafios da vida ao seu lado.

 

No próximo domingo, 20 de julho, é comemorado no Brasil o Dia do Amigo, e o Inhotim aproveita a data para agradecer a todos os participantes do programa Amigos do Inhotim. São eles que, por meio de doações, ajudam a fazer do parque esse lugar transformador que conquista os visitantes. Conheça a história de alguns deles e faça você também parte dessa iniciativa!

 

Patrícia Schindler, Amiga do Inhotim desde 2011

“Moramos em São Paulo e, apesar da distância, visitamos esse incrível lugar pelo menos uma vez por ano. É sempre uma experiência única! As obras, as exposições, os jardins, a interação da arte com a natureza, com o público e com as comunidades locais, e, finalmente, a dedicação genuína de todos os funcionários fazem do Inhotim uma grande fonte de inspiração!”

Patrícia e a família em visita ao Instituto. Foto: arquivo pessoal
Patrícia e a família em visita ao Instituto. Foto: Rossana Magri

Artur Motta, Amigo do Inhotim desde 2012

“Ser Amigo de Inhotim não é só uma honra e um prazer, mas também uma forma concreta de poder participar do sonho de “transformar pela beleza”. É especial poder difundir essa ideia e divulgar o quão maravilhoso o Inhotim é. Que sejamos mais!”

Artur Motta posa para foto com amigos próximo à Galeria True Rouge. Foto: arquivo pessoal
Artur Motta posa para foto com amigos próximo à Galeria True Rouge. Foto: arquivo pessoal

 Jacqueline Plass, Amiga do Inhotim desde 2011

“Não existem palavras que possam abrigar todo o sentido da fundamental importância do Instituto Inhotim para o povo brasileiro, em todos os aspectos. O Inhotim traduz a esperança e um sentimento de renascença de fazer do Brasil um grande país. Esse lugar traz e trará, cada vez mais, muito orgulho a todos nós, brasileiros.”

A obra "Beam Drop" (2008), de Chris Burden, foi o cenáro escolhido por Jacqueline Plass para registrar sua passagem pelo Instituto. Foto: arquivo pessoal
A obra “Beam Drop” (2008), de Chris Burden, foi o cenáro escolhido por Jacqueline Plass para registrar sua passagem pelo Instituto. Foto: arquivo pessoal

Paulo Tadeu Lott e Andréa Viggiano Gonçalves, Amigos do Inhotim desde 2012

“É com muita alegria sempre renovamos nossa amizade com o Inhotim. Além do orgulho e da emoção por estarmos juntos mais um ano, os benefícios para os amigos são muito legais, como saber com antecedência dos eventos culturais promovidos no Instituto. Para nós, o Inhotim, apesar de seu alcance e sucesso internacionais, é um lugar de alma bem mineira e, como diz a música, ‘quem te conhece não esquece jamais’.”

Paulo Tadeu e Andréa Viggiano  fazem uma pausa para almoçar no Restaurante Tamboril. Foto: arquivo pessoal
Paulo Tadeu e Andréa Viggiano fazem uma pausa para almoçar no Restaurante Tamboril. Foto: arquivo pessoal

Clique aqui para se tornar um Amigo do Inhotim.

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Descentralizando o Acesso

O Descentralizando o Acesso é um projeto educativo do Instituto Inhotim realizado desde 2008, que oferece ao educador da rede pública de Brumadinho e região um contato abrangente com a arte. Por meio de encontros de formação, visitas com alunos e atividades dentro e fora do Inhotim, educadores e estudantes se tornam protagonistas na realização de práticas educativas em sala de aula.

 

Meu primeiro contato com o projeto aconteceu em 2013, na Escola Municipal Altidório Amaral, em São Joaquim de Bicas, onde ainda trabalho. A partir daí, tenho sido atravessado por experiências múltiplas que alcançam meus alunos, suas casas, suas ruas e comunidades. O Descentralizando o Acesso é permeado pelo diálogo do Inhotim com seu entorno, criando territórios abertos a trocas e experimentações.

 

Um dos grandes momentos do programa é a visita com os alunos, na qual, acompanhados de dois mediadores, podem vivenciar o acervo do Instituto e interagir com o mesmo de forma única. Quando participo dessas visitas com minha turma sempre se faz uma surpresa, um momento que se deseja eterno.

 

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Após visita ao Inhotim, alunos da Escola Municipal Altidório Amaral realizam atividade inspirada na obra do artista Yves Klein, famoso pelo tom de azul que leva seu nome. Foto: Daniela Paoliello

As vivências da visita e seus desdobramentos na escola podem ser compartilhados por meio da Rede Educativa, plataforma virtual para a troca de experiências em arte-educação entre os participantes do projeto. Além de viabilizar um diálogo contínuo do Instituto com o educador, a escola e seu público, a Rede Educativa é um espaço acolhedor para quem trabalha com arte na escola e deseja ampliar nela seus horizontes.

 

Descentralizar o acesso é oportunizar a descoberta da energia pessoal em cada um por si próprio. Abre-se espaço e, desse novo lugar, emergem novas possibilidades e olhares. Acompanhados pela equipe do projeto, por diversos meios, professores tornam-se propositores; seus alunos, colaboradores de uma educação que se faz no conjunto, na troca incessante. O Descentralizando o Acesso, eu vejo, é uma plataforma para a interação com a arte e, por meio dele, ela se espalha.