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Hélio Oiticica nas telonas de BH

Redação Inhotim

 

Nesta quinta-feira, 25/09, estreia em Belo Horizonte o documentário Hélio Oiticica, um mergulho na trajetória do carioca homônimo que uniu reflexão à criação artística. Produzido em 2012 pela Guerrilha Filmes e dirigido por César Oiticica Filho, sobrinho de Hélio, o filme lança mão de um grande material de arquivo do artista e retrata a evolução de sua carreira e a efervescência cultural dos anos 1960.

 

Com a voz de Hélio Oiticica como fio narrativo, o documentário permite um mergulho em seu pensamento, trajetória e intimidade. A extensa pesquisa de imagens realizada para a produção faz com que o espectador acompanhe o desenvolvimento de Oiticica: seu início junto ao Grupo Frente; o surgimento do Neoconcretismo; a criação dos Bólides, Penetráveis, Núcleos e Parangolés; o envolvimento com a Tropicália; o período em Nova York; até a volta ao Brasil.

 

Antes de desembarcar na capital mineira, a produção passou por mais de 20 festivais internacionais e recebeu diversos prêmios, como o de melhor documentário no Festival do Rio, em 2012, o prêmio especial do júri no Festival de Filme e Livro de Arte 2013 (FILAF), em Perpignan, na França, e o Caligari, prêmio da crítica do Festival de Berlim de 2013, na Alemanha.

 

O lançamento do filme em Minas reflete a forte relação que Oiticica manteve com o estado. Em abril de 1970, participou, em colaboração com Lee Jaffe, da mostra e manifestação Do Corpo a Terra, realizada no Palácio das Artes e no Parque Municipal. Nesse evento histórico, estavam também Cildo Meireles, Carlos Vergara, Franz Weissman e Artur Barrio. Já no Instituto Inhotim, em Brumadinho/MG, Oiticica possui importantes obras em exposição, como as Cosmococas, cinco salas sensoriais criadas em parceria com o cineasta Neville d’Almeida.

 

Confira o trailer:

Hélio Oiticica – Trailer Oficial – HD from GUERRILHA FILMES on Vimeo.

 

Diretor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1968, Cesar Oiticica Filho iniciou seus estudos sobre imagem em um curso técnico de fotografia em Manaus. Em 2010, realizou o curta Invenção da Cor, em que Hélio Oiticica fala de seus projetos para espaços públicos, em particular do Magic Square, em exibição no Inhotim. Trabalha atualmente com multimeios. Há 15 anos é curador do Projeto Hélio Oiticica e, junto com Fernando Cocchiarale, da exposição Hélio Oiticica, Museu é o Mundo, que gerou um livro, do qual é organizador. Finalizou em 2012 o documentário Hélio Oiticica.

 

 

Serviço

Hélio Oiticica

Documentário | 95 min | Cor | Áudio Dolby | Brasil | 2012

Exibição: Cine 104 (Praça Ruy Barbosa 104 – Centro – Belo Horizonte/ MG), a partir de 16/10, às 17h e 20h40.

 

Ficha Técnica: Roteiro e Direção – Cesar Oiticica Filho. Pesquisa de Imagem – Antonio Venancio. Empresa produtora – Guerrilha Filmes. Produção Executiva – João Villela, Juliana Carapeba, Felipe Reinheimer e Cesar Oiticica Filho. Fotografia – Felipe Reinheimer. Figurino – Julia Ayres. Supervisão de Montagem – Ricardo Miranda. Montagem – Vinicius Nascimento. Música Original – Daniel Ayres e Bruno Buarque de Gusmão.

 

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Participe do Pedal Verde Inhotim

Redação Inhotim

Você já ouviu falar no Dia Mundial Sem Carro? É uma iniciativa que surgiu na França, em 22 de setembro de 1997, para estimular a reflexão sobre mobilidade urbana, qualidade de vida e poluição ambiental ao abrir mão das quatro rodas por 24 horas. Pegando carona nessa ideia que já ganhou o mundo, o Inhotim promove no próximo domingo, 21/09, o Pedal Verde – um passeio ciclístico em Belo Horizonte para toda a família.

 

São 8 km de pedalada saindo da Praça JK, no Sion, rumo à Praça da Bandeira pela Avenida Bandeirantes. Às 07h40 começa o aquecimento dos participantes e a largada é dada às 8h. As inscrições podem ser feitas aqui e custam R$ 35, com direito a kit com camiseta, squeeze dobrável e eco bag de treino, a ser retirado na loja Inhotim Box.

 

Para as crianças, o Inhotim preparou uma programação gratuita com brincadeiras como amarelinha, labirinto e corda, além de oficinas que ensinam a confeccionar brinquedos a partir de materiais recicláveis. Madeira, caixas de leite, garrafas PET e sacos de cimento vão ganhar novo destino e ainda ajudam os pequenos a entender o que é consumo consciente.

 

Não deixe de participar dessa iniciativa! O Pedal Verde tem patrocínio da IBM.

 

Serviço:

Pedal Verde Inhotim

Percurso: Praça JK – Av. Bandeirantes – Praça da Bandeira – Av. Bandeirantes – Praça JK

Horário de largada: 8h

Retirada de kit: Loja Inhotim Box (Rua Antônio de Albuquerque, 911), quinta e sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 14h

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Lenine + Sinfônica no Inhotim

Redação Inhotim

Com mais de 30 anos de carreira, Lenine não tem medo de arriscar. Em seus trabalhos, o cantor combina sonoridades, descobre referências, promove intercâmbios. No próximo sábado, 13/09, essa mistura toma conta do Inhotim. O artista sobe o palco do Inhotim em Cena ao lado da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais para apresentar outra versão de seu repertório. Em uma gostosa conversa com o Blog do Inhotim, Lenine falou da ansiedade para esse show inédito e contou que pretende lançar um novo CD no próximo ano, quem sabe até com referências da visita ao Instituto. Confira!

 

Blog do Inhotim – É a primeira vez que você se apresenta com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e no Inhotim. Como está sua expectativa?
Lenine – Já tive experiências com outras orquestras, como a Orchestre National d’Île-de-France, a Orquestra de Rouen, a Camerata Florianópolis, a Orquestra Jovem das Gerais… Estou muito feliz em tocar agora com eles e adaptar meu repertório para a palheta de sons da Sinfônica. Além disso, fico muito feliz por essa reunião acontecer no Inhotim. Nunca estive ai, mas já vi muitas matérias, ouvi diversas coisas boas de amigos que já foram e tenho uma expectativa muito grande. Vai ser um encontro carregado de emoção, espero retribuir a altura do cenário.

 

BI – Alguns de seus trabalhos, como Chão, têm sonoridades diversas, palmas, pássaros… Como foi fazer essa transposição para o instrumental?
L – Como já fiz outros projetos com orquestras, naturalmente, ao longo do tempo, fui experimentando meu repertório nesse ambiente e, assim, pincei essas canções que vamos tocar. A grande questão é que no Inhotim não é só música, ou arte visual, ou botânica, é toda essa atmosfera criativa e vai ser muito especial fazer minha música nesse ambiente.

 

BI – Você pode contar um pouquinho sobre o repertório escolhido?
L – Sabe como é, as canções são como filhos, os mais novos acabam sempre ganhando mais atenção. É o caso com o repertório de Chão, meu último CD. Mas nesse espetáculo, no Inhotim, também vou tocar minhas canções mais conhecidas. “Hoje eu quero sair só”, “Paciência” e “Jack Soul Brasileiro” estão garantidas!

 

BI – Por falar no Chão, ele é seu ultimo álbum, lançado em 2011. Você pretende lançar algo novo por agora?
L – Gosto dessa diversidade de formações que faço: com banda, sinfônica, câmara… São formas diferentes de apresentar o disco. Mas descobri, ao longo da vida, que o tempo de vida útil de um trabalho é de 2 anos e meio, 3 anos. Até o fim de 2014 tenho shows desse CD, mas já estou mergulhado em fazer um novo projeto. É assim: você mira em uma coisa e acerta outra, por isso, não sei dizer ainda como vai ser, mas quero lançar um disco novo no próximo ano.

 

BI – E no Inhotim, o que você pretende ver? A gente sabe que você é apaixonado por orquídeas e temos uma grande coleção delas…
Sou um orquidólatra (risos)! Quero ver o Vandário sim, e pretendo respirar um pouco desse espaço tão especial como um todo. E tenho essa coisa, gosto de arte e gosto desse diálogo entre as artes. Mesmo não sabendo em que dosagem, essas experiências me influenciam. Posso dizer que meu “anzol de captura” para compor é basicamente visual.

 

BI – Então pode surgir algo dessa visita?
L – Sempre surge. O material que você usa para criar vem da sua experiência, do que você vivencia. Talvez não fique tão explicito para o público, mas, quem concebe, sabe. Por isso, no Inhotim, quero estar atento a tudo!

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Naná Vasconcelos em Brumadinho

Redação Inhotim

“O melhor instrumento é o corpo, o resto é consequência disso”. Foi assim que o músico Naná Vasconcelos, um dos maiores percussionistas do mundo, iniciou sua oficina de percussão na comunidade quilombola de Marinhos, distrito de Brumadinho, realizada no último sábado, 30/08. Durante a tarde, crianças e jovens do projeto de iniciação musical em percussão desenvolvido pelo Inhotim puderam conversar com o artista e descobrir novas formas de fazer música.

 

Primeiro o ritmo foi marcado com os pés. Depois, Naná estimulou todos a usar as mãos e, finalmente, a voz. Nada de instrumentos musicais convencionais. Essa composição de movimentos e sons permitiu o autoconhecimento corporal, a conscientização respiratória e o senso de grupo dos participantes. Apesar de simples, os gestos carregam a força da musicalidade afro-brasileira, traço marcante na cultura quilombola, e são fundamentais para preservá-la. “Aqui, na comunidade, já nascemos com a música dentro de nós. Um dom que passa por gerações, pelas Guardas de Congado e Moçambique”, afirma Rhayane Estefanie Alves, 14 anos, participante da oficina e integrante do projeto de percussão do Inhotim.

 

Rhayane Estefanie Alves, integrante do projeto de percussão do Inhotim. Foto: Rossana Magri
Rhayane Estefanie Alves, integrante do projeto de percussão do Inhotim. Foto: Rossana Magri

 

No domingo, Naná Vasconcelos abriu a programação de grandes shows do Inhotim em Cena. Acompanhado do multi-instrumentista Lui Coimbra, o percussionista levou o berimbau da capoeira para o centro do palco, nos jardins do Instituto. Em uma mistura de brasilidade e som erudito, planejamento e improvisação, os artistas criaram um repertório singular que emocionou o público. “Percussão é símbolo de vida. Se não tiver percussão, quer dizer, se o coração não bater, não tem vida”, define Naná.

 

Naná Vasconcelos fez show nos jardins do Inhotim no domingo, como parte da programação do Inhotim em Cena. Foto: Daniela Paoliello.
Naná Vasconcelos fez show nos jardins do Inhotim no domingo.  Foto: Daniela Paoliello.

 

O Inhotim em Cena 2014 é amparado pela Lei Federal de Incentivo a Cultura, Ministério da Cultura, tem a apresentação da Pirelli, patrocínio dos Correios e apoio da Saritur. Não deixe de conferir os próximos shows do Inhotim em Cena! Clique aqui e veja a programação.

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A imagem como experiência

Equipe de mediadores

Uma volta pelos jardins do Inhotim já propõe uma multiplicidade de experiências. Os caminhos sempre desenhados e as obras que vão sendo descobertas em meio à paisagem logo permitem criar novas relações entre corpo, lugar e as imagens que vão surgindo pelo caminho. Não é por acaso que, no mês da fotografia, a visita temática artística propõe uma reflexão sobre os limites da imagem como experiência.

 

Na contemporaneidade, a fotografia reinventa seus suportes e sua relação com outras mídias, convocando todos a diferentes diálogos e conexões. Nesse contexto, ela perde sua plataforma estática e se abre ao múltiplo, produz atravessamentos, possibilita experiências sensoriais diversas e convida o corpo.

 

Um bom exemplo é a instalação Folly (2005-2009), de Valeska Soares, construída de modo a questionar o lugar do corpo como propositor (ou propósito) na obra de arte. O corpo que presencia a obra se torna parte dela que, por sua vez, é multiplicada pelos espelhos e as representações de cada um naquele espaço. Ali o horizonte se torna infinito em paredes finitas.

"Folly" (2009), de Valeska Soares. Foto: Daniela Paoliello
“Folly” (2005-2009), de Valeska Soares. Foto: Daniela Paoliello

Outro artista que propõe um diálogo intenso na relação experiência-imagem-corpo é o fotógrafo Miguel Rio Branco. Sua galeria no Inhotim reorganiza a interação entre público e obra. Em especial, a série Maciel (1979) constrói narrativas a partir de micro-histórias relacionadas a marcas, a cicatrizes. Desconstruindo uma realidade imediata, as imagens se tornam solidárias à conquista de identidade das pessoas retratadas.

fotografias da série "Maciel" (xxx), de Miguel Rio Branco. Foto: Pedro Motta
Fotografias da série “Maciel” (1979), de Miguel Rio Branco. Foto: Pedro Motta

E você, como se relaciona com as imagens que o rodeiam? Não deixe de participar das visitas temáticas do Inhotim! Elas são gratuitas para os visitantes do Instituto. Confira aqui mais informações para programar sua próxima ida ao parque.

 

Texto de Gabriela Gasparotto e William Gomes, mediadores de Arte e Educação do Inhotim.