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As plantas que vivem nas águas do Inhotim

Redação Inhotim

As macrófitas, popularmente conhecidas como plantas aquáticas, têm importantes propriedades no funcionamento do ecossistema. Aqui no Inhotim, elas podem ser vistas principalmente no Jardim Veredas e na Estufa Equatorial. Uma importante característica das macrófitas é a ligação que elas estabelecem entre o sistema aquático e os ambientes terrestres que as cercam. Além de serem fonte de alimento para muitos peixes, elas fazem parte da alimentação de mamíferos que gostam de ficar em ambientes úmidos, como as capivaras. Essas plantas são abrigo para pequenos animais que vivem na água. Conheça um pouco mais sobre a alface-d’água, a aguapé e a orelha-de-onça, plantas que crescem nas águas do Inhotim:

– A alface-d’água (Pistia stratiotes) é uma espécie encontrada em rios e lagoas ricas em matéria orgânica. Ela vegeta em todo tipo de água doce, seja pura, barrenta, poluída ou parada. Essa espécie ocorre nos biomas de Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Outra propriedade da Pistia é seu uso como removedor de óleos e graxas de tecidos. Para usá-la dessa forma, é preciso deixar a planta alguns dias dentro de um balde com água, para liberarem o princípio acre, e depois esfregá-las no tecido. As raízes, após cozidas, também constituem uma boa forragem para porcos. Aqui no Inhotim, elas compõem a bonita paisagem do Jardim Veredas.

A alface- d´água pode ser vista no Jardim Veredas. Foto: William Gomes.
A alface- d´água pode ser vista no Jardim Veredas. Foto: William Gomes.

 

– A aguapé (Eichhornea azurea) é uma planta aquática fixa nativa e com ampla distribuição em território brasileiro. É comum vê-la formando um tapete verde no espelho d’água dos lugares onde habita, proporcionando a proliferação de uma grande quantidade de invertebrados. Uma de suas principais vantagens é agir como um filtro natural, já que é capaz de incorporar em seus tecidos uma grande quantidade de nutrientes que atuam sobre as moléculas tóxicas de águas poluídas, conseguindo absorver até mesmo metais pesados, como mercúrio, cádmio e níquel. Aqui no Inhotim, elas são cultivadas na Estufa Equatorial e no Jardim Veredas.

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A aguapé é cultivada também na Estufa Equatorial do Inhotim. Foto: William Gomes.

– A orelha-de-onça (Salvinia auriculata) é uma planta aquática flutuante livre muito utilizada para a purificação e oxigenação da água. Além disso, contribui como lugar de desova, abrigo e hábitat para organismos aquáticos e como alimento de capivara, insetos, caramujos, aves e peixes. Onde há essa plantinha, há boa qualidade de água. Você pode ver de perto a orelha-de-onça no pequeno lago do Jardim Veredas e no cultivo da Estufa Equatorial do Inhotim.

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A orelha-de-onça é uma planta muito usada na purificação de águas poluídas. Foto: Willy Silva
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Galeria Doris Salcedo reabre após processo de restauro

Redação Inhotim

Uma grande obra da Coleção Inhotim está novamente aberta para a visitação do público. Neither [Nenhum (dos dois), 2004], trabalho da artista colombiana Doris Salcedo inaugurado no Instituto em 2008, foi completamente restaurado, assim como a galeria em que está instalado. Este é o primeiro grande projeto de restauro realizado pela instituição e reafirma o compromisso do Inhotim em exibir, de forma permanente, obras de arte contemporânea.

A recuperação de Neither foi realizada em três etapas. Inicialmente, uma intervenção arquitetônica na galeria modificou o acesso do público ao prédio e criou uma antecâmara climatizada para evitar a exposição direta da obra às condições externas. Em seguida, a casa de máquinas do pavilhão foi ampliada para receber novos equipamentos de monitoramento, que vão garantir parâmetros climáticos mais homogêneos e lineares, mesmo com a variação de temperatura e umidade no ambiente exterior, como é comum no Inhotim.

Após as adequações, foi possível iniciar a terceira e mais complexa etapa: o restauro da obra. “Em Neither, Doris Salcedo trabalha de forma inédita combinando materiais não convencionais como placas de gesso e metal. Precisamos considerar que trabalhos de arte contemporânea como este são concebidos pelos artistas em momentos de experimentação e, muitas vezes, para exposições de curto prazo. No Inhotim, nosso desafio é realizar pesquisas contínuas sobre os processos, materiais e conceitos utilizados para garantir a perenidade do acervo e o acesso do público”, avalia a diretora artística adjunta da instituição, María Eugenia Salcedo.

Durante cinco meses, 15 restauradores trabalharam diretamente com a equipe técnica do Inhotim, além de cientistas, engenheiros químicos, especialistas em corrosão de metais e laboratórios de análises de materiais. A complexidade do projeto passou, inclusive, pela escolha da cor da tinta a ser usada na recuperação. Uma análise da superfície da obra identificou 56 padrões diferentes de branco, que serviram como ponto de partida para que os técnicos realizassem diversos ensaios e formulações até que se chegasse aos dois tons adotados.

Para o gerente da área técnica do Inhotim, Paulo Soares, o projeto gerou uma valiosa produção de conhecimento científico para o Instituto. “Exibir e preservar são pilares de uma instituição museológica e também um desafio ímpar. Expor ao público significa submeter o acervo a diversas fragilidades, como incidência de luz e variações climáticas. Por outro lado, um acervo armazenado e de acesso restrito perde sua máxima potência. Buscar atuar entre estes dois eixos é, não só um desafio, mas uma experiência única”, afirma.

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Sobre artista e obra
Nascida em Bogotá, na Colômbia, desde a década de 1980 Doris Salcedo realiza trabalhos que promovem um forte diálogo com contextos políticos e sociais. Diversas histórias de violência do século 20, como as guerrilhas que há décadas marcam a história da Colômbia, surgem como referências e ponto de partida para suas esculturas e instalações.

Neither articula-se com o interesse da artista por intervenções na arquitetura, mais diretamente com um dos paradigmas da sala de exposições moderna: o cubo branco. Um espaço segregado do exterior com proporções idealizadas e iluminação contínua, proporcionando uma experiência mais “pura” e “neutra” com a arte. No entanto, na instalação uma grade foi presa às paredes, com mínimas diferenças em sua repetição. Ao mesmo tempo carregada de emoção e quase invisível, a obra relaciona-se com a arquitetura dos campos de concentração, mas também com os aparatos de segregação tão presentes nas grandes cidades do mundo todo. Ao mesmo tempo em que são paredes que protegem, são grades que prendem e separam – sem, contudo, ser nenhum dos dois.

Para Sergio Clavijo, representante do estúdio da artista e responsável pelo acompanhamento do restauro, apesar de Neither não ter sido pensada para ser permanente, a série de camadas de trabalho nas placas de gesso lhe conferiu esse caráter. Por outro lado, é uma obra que dialoga com outros lugares: “Há ali uma característica de espaço neutro, que quando vivenciado evoca outros espaços. Mais que falar de uma questão da Colômbia, do Brasil ou da América Latina, Neither fala de uma questão humana”, reflete.

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Um lugar para minha imaginação

Rhayane Sthefane

Quando entrei no Laboratório Inhotim, em 2012, com 12 anos de idade, não imaginava como seria essa experiência, tampouco passou pela minha cabeça que iria me apaixonar assim tão intensamente. Eu não sabia o que faria ali naquele lugar, mas esse nome me chamou a atenção, queria descobrir o que estava por trás desse nome que me cativou.

Minhas primeiras experiências no LAB foram completamente indescritíveis, era tudo muito novo, muito intenso, eu consegui encontrar nesse espaço um lugar para minha imaginação, minhas indagações, que por algum motivo ficavam ocultas dentro de mim.

O meio pelo qual aos poucos fui me inserindo nas propostas, nos debates sobre determinada obra ou sobre o espaço artístico, entre atividades e leituras no projeto, me possibilitou desenvolver minhas habilidades, explorar meus sentimentos, conhecer o pedacinho mais íntimo do meu interior, construir, articular e realizar trabalhos plásticos. Esse processo de construção permitiu que eu me conectasse de forma tão intensa com o meu interior que passei a observar tudo ao meu redor de uma forma tão diferente, essa interação com o meu emocional, que por vezes se encontrava desordenado, possibilitou-me apropriar, através do pensar, da expressão, do agir e da observação, tudo que me rodeava de forma diferente, já não queria mais olhar para as coisas como elas são, como elas se apresentam. Esse momento foi muito importante para mim, pois passei a enfrentar os meus problemas de uma forma mais madura, os desafios, as críticas, as especulações se tornaram para mim minha ferramenta de produção.

Depois de um ano e meio participando do Módulo 1, me tornei bolsista de Iniciação Científica Jr., que é o Módulo 2 do projeto. Nesse momento deixei um pouco a parte experimental, passando para a parte teórica, foi um passo muito importante para o meu desenvolvimento intelectual e aprofundamento da compreensão sobre os caminhos percorridos na arte até chegar no contemporâneo. Eu pude aprender como é fazer uma pesquisa e quais são os passos para desenvolvê-la, como escolher o objeto de pesquisa, levantar informações, além do desafio de lidar com textos acadêmicos e desenvolver habilidades para falar em público. Nesse período tive a oportunidade de desenvolver minhas próprias pesquisas, que surgiram a partir das minhas especulações e desejos.

O envolvimento com a pesquisa e sua metodologia me possibilitou o uso de ferramentas que lidam com a busca de referências, às vezes no passado. Nessa viagem temporal, a pesquisa colaborou para a organização das minhas ideias e a aproximação da minha ancestralidade e minha base cultural, que, ao envolvê-la na pesquisa, é como se eu reorganizasse a minha memória, adquirindo um novo olhar sobre ela.

Além de aprender a partir das obras do acervo Inhotim, participando do projeto eu ainda tive a oportunidade de conhecer como a arte se apresenta em outros espaços, diferente da maneira com que já estou acostumada a conviver no Inhotim. Entre esses espaços, estão incluídas visitas a museus e galerias de arte, como também tive a oportunidade de visitar duas Bienais, a Bienal de São Paulo e a Bienal do Mercosul, que possibilitou a amplitude do olhar sobre a produção e suas diversas formas de exposição. Além disso, participei de dois intercâmbios internacionais, o primeiro ainda em 2013, para a Argentina, e o segundo agora em 2016, para a Cidade do México, ambos com propostas diferentes, mas que de certa forma se unem para a colaboração da expansão do meu olhar crítico.

O projeto foi e ainda é uma porta de entrada para os próximos desafios que terei que enfrentar e, ao mesmo tempo, uma porta de saída para as limitações que criamos, é a libertação da imaginação, do questionamento, da indagação. Não quero terminar este texto dizendo que estou concluindo mais uma etapa da minha vida, encerrando minha participação no Programa. Ela apenas mudará de território físico e espacial.

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O Labirinto de Cristina Iglesias #Ensaio1nfinit0

Cristina Iglesias

O caminho de Belo Horizonte a Inhotim, em Minas Gerais, me afetou de uma maneira especial. Ao cruzar a aldeia até Brumadinho, ao longo dos trilhos de trem das minas, tudo estava coberto de um pó vermelho ferroso que dava a cada imagem a aparência de uma antiga foto em sépia. Notei várias garagens abertas onde se reparavam carros quebrados e me fixei também nas montanhas, com suas entranhas abertas entre a vegetação exuberante e desordenada. Essa visão me afetou no encontro com o Jardim. De repente, como um oásis perfeito depois desses caminhos sinuosos apareceu Inhotim, um laboratório de botânica e arte com uma ânsia educacional e de discussão exemplar.

Minha primeira ideia foi a proposta final. Buscamos um lugar selvagem, mas nas proximidades. Imaginei uma peça no mato, perto do jardim mais puro , mas construindo um novo caminho a uma das ilhas de vegetação que no Inhotim preservam a memória do lugar. Era a possibilidade de jogar com a paisagem, extrair, preservar e replantar como em um desenho infinito, como na ficção interior.

Eu construí uma sala vegetal sem teto, a céu aberto no meio da floresta, com paredes de aço inoxidável que refletem a natureza e, portanto, desaparecem, se camuflam. Há quatro portas, uma para cada lado. Cada porta se abre para um lugar com uma topografia que constrói recantos que convidam a ficar e aberturas para alguns dos outros espaços, sem acesso físico, mas acessíveis pelo olhar. As paredes representam uma ficção vegetal com um padrão que se repete e simultaneamente vai metamorfoseando de um espaço para outro, com detalhes que vão se multiplicando de forma quase imperceptível.

Sem acesso aos diferentes espaços de dentro, é necessário voltar o olhar para o exterior, em direção à vegetação real, e encontrar a próxima porta entre os reflexos do ambiente. Ao entrar em outro espaço, a experiência será semelhante à já vivida. Ouve-se o murmúrio da água. Uma das entradas, a mais escondida por ervas daninhas, conduz ao centro do labirinto, onde, sob o chão de grade metálica, a água flui formando um redemoinho.

Um labirinto é um complexo jogo de infinitos.

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Ponte para a beleza #Ensaio1nfinit0

Bernardo Paz

Parto do princípio que os grandes temas da humanidade já foram escritos, traduzidos e adaptados para a linguagem popular e todos esses registros estão embutidos no raciocínio coletivo. Dessa forma, creio que as pessoas atuam dentro da razoabilidade dos pensamentos dos letrados, dos intelectuais, dos empresários, das classes menos favorecidas economicamente. Posso ser criticado pela intelectualidade, mas leio muito pouco. Exercito meu raciocínio na maior parte do tempo e, por isso, passei a ter um conhecimento generalizado, o que me permitiu ultrapassar obstáculos ao entender a formação cultural dos povos e dos vários estratos da sociedade.

Desde a minha infância observei a beleza da arte de Guignard e da minha mãe e das pessoas que me cercavam à época. Busquei a beleza traduzida no ambiente em que vivia, no horizonte. E esse sentido de beleza foi se refinando à medida em que estabeleci contato com pessoas especializadas de muitas áreas de conhecimento. Na verdade, acredito, as pessoas deveriam nascer aos 40 anos para não cometer os erros da juventude. Nessa idade você já absorveu a cultura necessária à busca de seus objetivos. Foi por volta dos 40 anos de idade que comecei a fazer o Inhotim.

Inhotim nasceu de uma semente apropriada por mim, pela convivência com Roberto Burle Marx e com os grandes parques do mundo, pela minha curiosidade com o que podia se tornar uma surpresa. Tudo tinha de ser alinhado ao belo. E o belo pode e deve ser desenvolvido sempre na observação da contemporaneidade.

A concretização inicial foi muito difícil, pois pessoas com raciocínio genérico têm dificuldade em se fazer entender por serem exigentes e buscarem sempre processos longitudinais e com profundidade. Uma consequência é que os que acompanham essa concretização acabam realizando o trabalho sem ter ideia do que se está construindo. A minha infelicidade é que os sujeitos que realizam esse processo intuitivo não são os mesmos que aproveitarão do sucesso ou fracasso do objeto feito. Muitas ficam pelo caminho, por não observarem que a grandeza não partiu delas e, às vezes, por não conseguirem valorar algo que se tornou grande.

Construir Inhotim significa entrega. Normalmente as pessoas trabalham com planejamento, caixa e recursos. Algumas planejam sem recursos e sem caixa. Poucas pessoas, muito poucas, conseguem – pelo fato de terem se habituado a lidar com a intuição e com fragmentos do conhecimento da sociedade – penetrar nos meandros do labirinto que é a vida, já sabendo que do outro lado desse labirinto se pode constituir uma ponte para a beleza. Essa ponte é tão importante, tão forte, que ultrapassa os limites do financeiro e do pragmático e entra no limite do sonho e da realização.

E, então, se coloca o desafio de lidar com o tempo. É preciso observar que há de se considerar dois tipos de tempo. O primeiro é um período muito curto, o tempo da existência do ser humano. O outro é o tempo da execução e da realização. Pelo fato de o período da vida ser curto é preciso ser muito rápido. Se você tem a rapidez necessária, muito provavelmente durante a sua vida poderá realizar boa parte de seus sonhos. E, muitas vezes, eles podem significar uma seta para o futuro.

Mas há uma outra questão relacionado ao tempo hoje. A sociedade gera um volume de tecnologia e de informações que ainda não está preparada para mobilizar. As pessoas que produzem as tecnologias perdem rapidamente o controle sobre o que fizeram e os produtos passam a ser aperfeiçoados por segmentos diversos da sociedade em uma velocidade absurda. E assim o mundo se tornou um mundo instantâneo. Essa instantaneidade, julgo, não está sendo bem observada. Ela tem de deixar de ser “instantânea” para ser a formação do próprio pensamento. Em meio a esse processo, aparecem os artistas que passam a se debruçar sobre a crítica, sobre a política e sobre as carências da sociedade. Isso está intrínseco na arte contemporânea, afinal, o artista tem a sensibilidade de antecipar aquilo que ainda não é visto. Basta lembrar que o formato mais violento, mais radical da arte contemporânea foi protagonizado por Marcel Duchamp, quando tornou o urinol em um objeto de arte. Muitos questionam “Por que o urinol?” Porque ele desnuda todos os conceitos de beleza, de riqueza e de tradição.

O Inhotim também é uma observação clara de um idealismo nacionalista que digeri pelos hinos que propagavam as grandes conquistas que meu pai cantava para eu dormir na minha infância e que me tornaram uma pessoa extremamente infeliz. Entre o que meu pai cantava e o que eu acreditava que poderia fazer na vida, a distância se mostrava muito grande. Desde a infância, passando pela minha juventude, eu tenho tentado buscar esse ideal. Mas ainda não alcancei.

Inhotim é uma semente, é o princípio de um começo e o fim está longe. Gostaria que todos tivessem acesso a muita tecnologia, mas rodeados dos princípios básicos do Inhotim: sustentabilidade, segurança, beleza e cultura. E que, a partir dessa obra criada pelo viés da generalidade, as pessoas absorvessem tudo o que foi pensado para construir o Inhotim e possam partir dali para adiante.

Afinal, como construí Inhotim? Com paixão e achando que com doze jardineiros e eu plantando junto iríamos fazer este lugar. O que significam agora os dez anos de Inhotim? Nada. É um tempo que já se passou. O Inhotim continuará sempre ainda por vir.

 

*Esse é o primeiro relato do #Ensaio1nfinit0, uma das ações que comemora os 10 anos do Instituto #1nfinit0 #inhotim1nfinit0 #Inhotim10anos