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Leitura 26 min

Inhotim inaugura em setembro obras de renomados artistas contemporâneos

Redação Inhotim

Novas exposições destacam trabalhos de David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin e Yayoi Kusama, além de projetos audiovisuais de mais oito artistas

Referência no mundo por exibir permanentemente obras de importantes artistas de arte contemporânea, o Instituto Inhotim vai inaugurar novas exposições temporárias no dia 6 de setembro. Quatro relevantes projetos dos artistas David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin e Yayoi Kusama – além de uma mostra dedicada a obras audiovisuais – ocuparão as galerias Lago, Praça e Fonte. Um grande número de obras inéditas no Brasil será exibido nas mostras, com foco na percepção, no tempo e também em diferentes formas de produção audiovisual, tanto nacional quanto internacional. No dia da abertura, o artista argentino David Lamelas realizará a performance Time (Tempo). O público poderá assistir ainda à performance Stallwitter (Tempestade de Estábulo), realizada conjuntamente pelo artista brasileiro Marcellvs L. e pelo alemão Daniel Löwenbrück.

“O nosso objetivo é colocar em diálogo trabalhos de artistas consagrados e das mais variadas nacionalidades e gerações, apresentando para os visitantes nomes ainda pouco exibidos no Brasil”, explica o curador e diretor artístico do Inhotim, Allan Schwartzman. “Artistas de importância internacional que influenciaram significativamente a história da arte – como Robert Irwin – provocam novas percepções sobre o espaço, por exemplo. As exposições são uma ótima oportunidade para apresentar outras obras do acervo e recriar conexões com trabalhos pelos quais o Inhotim já é conhecido.”

 Para os artistas Robert Irwin e Yayoi Kusama, as novas mostras são um prelúdio para relevantes projetos que serão inaugurados nos próximos anos no Inhotim. O Instituto planeja a instalação ao ar livre de uma escultura de grande dimensão projetada por Irwin especialmente para o Inhotim. Enquanto isso, está em fase de desenvolvimento a construção de uma galeria permanente dedicada a Kusama, com patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).

GALERIA LAGO

A Galeria Lago apresenta a exposição “Lamelas, Irwin, Kusama: Sobre a Percepção”, que reúne trabalhos de três nomes de peso da história da arte contemporânea. Os visitantes poderão conhecer obras históricas do artista argentino David Lamelas; Black³, 2008, do norte-americano Robert Irwin, inédita no Brasil; e a instalação I’m Here, But Nothing, 2000, da japonesa Yayoi Kusama.

“A mostra tem uma abrangência histórica e adentra um território interessante na medida em que reúne artistas de diferentes nacionalidades que iniciaram suas carreiras no mesmo período, entre as décadas de 1950 e 1960”, complementa a diretora artística adjunta do Inhotim, María Eugenia Salcedo. “Existe um diálogo geracional entre eles; todos os três pesquisam uma nova forma de produção artística que se apropria de materiais não canônicos, como a luz, a arquitetura, os objetos cotidianos e o próprio corpo. O foco não é o objeto, mas a percepção, as sensações e a forma como elementos escultóricos, por exemplo, alteram a nossa experiência com o espaço e com a obra de arte.”

David Lamelas (Argentina, 1946) assina, na Galeria Lago, as obras Corner Piece, 1966/2018, Límite de una Proyección I, 1967, Proyección, 1968, Situación de Cuatro Placas de Aluminio, 1966, e Untitled (Falling Wall), 1993/2018. O artista alcançou visibilidade internacional ainda em 1967, com a sua participação, aos 21 anos, na 9ª Bienal de São Paulo e, no ano seguinte, na 36ª Bienal de Veneza. Por mais de quatro décadas, suas obras trabalham temáticas como tempo, luz, espaço, arquitetura e desmaterialização dos objetos. O contexto artístico de cada lugar onde viveu  Londres, Paris, Los Angeles, Nova York, entre outros – é essencial para a sua produção.

Robert Irwin (EUA, 1928), por sua vez, integra a nova exposição com a obra Black³, 2008. Pioneiro do movimento “Luz e Espaço”, Irwin iniciou sua carreira de artista como pintor na década de 1950. Desde então, tem explorado a percepção como uma questão fundamental da arte. O artista concebeu mais de 55 projetos site-conditional (condicionados ao local), incluindo os Central Gardens para o Getty Center, Los Angeles, 1992-98, e o desenho arquitetônico e a área externa do Dia:Beacon, Nova York, 1999-2003.

Yayoi Kusama (Japão, 1929), já presente no acervo do Instituto com a obra Narcissus Garden Inhotim, 2009, exibe agora o trabalho I’m Here, But Nothing, 2000. Uma das artistas mais importantes que despontou na Ásia no período pós-guerra, Kusama estabelece relação com movimentos como surrealismo, minimalismo, pop arte e feminismo. Sua obra remete às alucinações que a artista vivencia desde a infância e que ela transpõe para pinturas, esculturas, desenhos, colagens, performances, instalações, filmes, literatura, moda e design.

GALERIA PRAÇA

A exposição “Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos” ocupa uma das alas da Galeria Praça com duas obras do artista americano: Vitruvian Figure, 2008, e o vídeo Empire, 2004. Nascido no Havaí e com fortes ligações culturais com as Filipinas, Pfeiffer visitou o Inhotim no ano passado para planejar, juntamente com a equipe do Instituto, a instalação de seus trabalhos.

Inspirada no Estádio Olímpico de Sidney, Vitruvian Figure é uma escultura de grande escala, de cerca de três metros de altura, e com 1 milhão de assentos – a capacidade real da arena é de 80 mil espectadores. Já a obra Empire apresenta uma narrativa antropomórfica sobre a construção de um ninho, inspirada no trabalho homônimo do cineasta e pintor Andy Warhol.

“Ao reunir essas duas obras, Pfeiffer evoca tanto a ausência de vida e movimento na obra Vitruvian Figure como o poder da vida e da criação no vídeo Empire”, afirma Fernanda Arruda, curadora adjunta do Inhotim. “Empire nos apresenta uma estrutura – um elemento arquitetônico que atende à necessidade da vespa –, enquanto Vitruvian Figure representa a satisfação das necessidades do consumidor. O ninho é essencial para a vespa, enquanto o estádio não é essencial para o esporte. Vitruvian Figure espetaculariza os sujeitos enquanto reivindica o espaço público; Empire nos faz cúmplices do processo de construção do ninho, que é sobre procriação e continuação da vida”.

Paul Pfeiffer (EUA, 1966) se tornou conhecido por suas manipulações digitais de imagens de atletas e celebridades, que o artista usa para explorar as tensões comuns da cultura contemporânea, colocando em evidência as suas dimensões raciais, religiosas e tecnológicas. Seus trabalhos conectam a cultura contemporânea à história da arte, política, religião e mídia, e já foram exibidos em importantes instituições, como The Whitney Museum of American Art, de Nova York, o Hammer Museum, em Los Angeles, o Contemporary Museum, em Honolulu, e o Museu de Arte Contemporânea de Chicago.

GALERIA FONTE

Localizada em uma das áreas mais visitadas do Inhotim, a Galeria Fonte exibe a mostra “Para Ver o Tempo Passar”, dedicada a obras audiovisuais. Em um percurso imersivo, a exposição convida o visitante a explorar novas possibilidades da imagem. Grandes projetos audiovisuais que fazem parte do acervo do Inhotim serão expostos pela primeira vez no Brasil.

Os trabalhos incluem vídeo, projeção de slide com áudio, projeção 3D em tempo real e video wall (parede de vídeos). “A exposição reforça a vocação audiovisual do Inhotim, que tem em sua coleção trabalhos audiovisuais de grandes artistas, como William Kentridge, Steve McQueen e Anri Sala, além de importantes obras sonoras, como as dos artistas Doug Aitken e Janet Cardiff”, pontua a curadora assistente Cecília Rocha.

O público poderá conhecer obras como a escultura virtual Oil Stick Work (Angelo Martínez / Richfield, Kansas), 2008, do artista John Gerrard (Irlanda, 1974); a projeção de slides com áudio Have You Ever Seen the Snow?, 2010, de Mario García Torres (México, 1975), e o vídeo I See a Woman Crying (Weeping Woman), 2009, de Rineke Dijsktra (Holanda, 1959), os quais não foram mostrados anteriormente no Inhotim. Também estarão em exposição obras de Jorge Macchi (Argentina, 1963), Marcellvs L. (Belo Horizonte, 1980), Peter Coffin (EUA, 1972), Phil Collins (Inglaterra, 1970) e Susan Hiller (Estados Unidos, 1940).

Programação Inauguração 2018

Exposições

Galeria Lago
“Lamelas, Irwin, Kusama: Sobre a Percepção”

Galeria Praça
“Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos”

Galeria Fonte
“Para Ver o Tempo Passar”
John Gerrard, Jorge Macchi, Marcellvs L., Mario Garcia Torres, Peter Coffin, Phil Collins, Rineke Dijkstra, Susan Hiller

Visitação

No dia da abertura, as galerias poderão ser visitadas das 9h30 às 17h30. Visitas mediadas em português e inglês acontecerão ao longo do dia

Performances

– Time [Tempo]

David Lamelas

11h:42, em frente à Galeria Lago

 

Compre seu ingresso aqui.

 

Legenda da imagem: Paul Pfeiffer, Vitruvian Figure, 2008, detalhe.
Cortesia do artista e Galeria Paula Cooper Nova York.


Inhotim will unveil four new projects by major contemporary artists in September

 New shows will spotlight works by David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin and Yayoi Kusama, as well as audiovisual works by eight other artists

An international touchstone for its permanent installations of important works of contemporary art by leading artists, Instituto Inhotim will open a new temporary exhibition on 6 September.

Four large projects by artists David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin and Yayoi Kusama — along with an exhibition dedicated to audiovisual works — will occupy the three temporary galleries “Lago”, “Praça” and “Fonte”. A large number of works that have never been seen in Brazil before will go on show for the first time in this presentation, which is focused on perception and time, and on different forms of audiovisual production both in Brazil and beyond. On the opening day, the Argentine artist David Lamelas will do the performance Time. The public will also be able to see Stallwitter (Stable Storm), performed jointly by Brazilian artist Marcellvs L. and German artist Daniel Löwenbrück.

“Our aim is to establish a dialogue among works by renowned artists of various nationalities and generations, introducing visitors to names that are still little-shown in Brazil,” says Inhotim’s curator and artistic director Allan Schwartzman. “Internationally important artists who have significantly influenced the history of art — such as Robert Irwin — give rise to new perceptions on space, for example. This exhibition is an excellent opportunity for presenting other works from the collection and to re-create connections with the works for which Inhotim is already known.”

For two artists, Robert Irwin and Yayoi Kusama, this exhibition is a prelude to important large-scale projects that will be unveiled over the next few years at Inhotim. The institute is planning the open-air installation of a large-scale sculpture that Irwin has designed specially for Inhotim. Meanwhile, the construction of a permanent gallery dedicated to Kusama, sponsored by the Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), is in development.

GALERIA LAGO 

Galeria Lago will feature the exhibition “Lamelas, Irwin, Kusama: Regarding Perception”, which brings together works by three great names in the history of contemporary art. Visitors will be able to view historical works by David Lamelas; Black³, 2008, by North American artist Robert Irwin—being shown here for the first time in Brazil; and the installation I’m Here, But Nothing, 2000, by Japanese artist Yayoi Kusama.

“The show has historical breadth and covers interesting territory insofar as it brings together artists from different nationalities who began their careers in the same period, during the 1950s and 1960s,” says Inhotim’s adjunct artistic director María Eugenia Salcedo. “There is a generational dialogue among them; all three artists research new forms of artistic production that appropriate less standard material — such as light, architecture, everyday objects and the body itself. Their focus is not on the object, but rather on perception, sensations and the ways in which sculptural elements alter our experience with space and with works of art.”

David Lamelas (Argentina, 1946) will be showing the works Corner Piece, 1966/2018, Límite de una Proyección I, 1967Proyección, 1968, Situación de Cuatro Placas de Aluminio, 1966, and Untitled (Falling Wall)1993/2018The artist achieved international visibility in 1967 with his participation, at the age of 21, in the 9th Bienal de São Paulo and, in the following year, at the 36th Biennale di Venezia. For more than four decades, his works have dealt with themes including time, light, space, architecture and the dematerialization of objects. The artistic context of each place where he has lived — London, Paris, Los Angeles and New York — is essential for his production.

Robert Irwin (USA, 1928) will be presenting Black³, 2008. A pioneer of the Light and Space movement, Irwin began his career in art as a painter in the 1950s. Since then, he has explored perception as a fundamental question of art. The artist has conceived more than 55 site-conditional projects, including the Central Gardens for Getty Center, Los Angeles, 1992–98, and the architectural design and external area of Dia:Beacon, New York, 1999–2003.

Yayoi Kusama (Japan, 1929), already permanently installed at Inhotim with Narcissus Garden, 2009, will now also have the work I’m Here, But Nothing, 2000, shown at the institute. One of the most important artists to have emerged in Asia during the postwar period, Kusama has established a relationship with movements such as Surrealism, Minimalism, Pop art and Feminism. Her work refers to hallucinations that the artist has experienced since childhood and which she transposes to paintings, sculptures, drawings, collages, performances, installations, films, literature, fashion and design.

 

GALERIA PRAÇA 

The exhibition “Paul Pfeiffer, Vitruvian Experiments” will occupy one of the wings of Galeria Praça with two works by the American artist: sculpture Vitruvian Figure, 2008, and the video Empire, 2004. Born in Hawaii, with strong cultural links with the Philippines, Pfeiffer visited Inhotim last year to work together with the institute’s staff to plan the installation of his works.

Inspired by the Olympic Stadium of Sydney, Vitruvian Figure is a large-scale sculpture of almost three meters high, and with one million seats (the real capacity of the arena is 80,000 spectators). Empire presents an anthropomorphic narrative about the activity of the construction of a wasp nest, inspired by the artwork with the same title by Andy Warhol.

“In bringing together these two works, Pfeiffer evokes both the lack of life and movement in Vitruvian Figure and the power of life and creation in Empire,” says Fernanda Arruda, Inhotim’s adjunct curator. “Empire presents us with a structure — an architectural element that fits the need of the wasp — while Vitruvian Figure represents the fulfillment of the consumer’s needs. The nest is essential to the wasp while the stadium is not essential to sport. Vitruvian Figure makes a spectacle of us while reclaiming public space; Empire makes us complicit in the nest-building process, which is about procreation and the continuation of life.”

Pfeiffer became known for his digital manipulations of images of athletes and celebrities, which the artist uses to explore the common tensions of contemporary culture, shedding light on their racial, religious and technological dimensions. His works connect contemporary culture with the history of art, politics, religion and media and has been exhibited and collected by important institutions including the Whitney Museum of American Art of New York, Hammer Museum, in Los Angeles, the Contemporary Museum, in Honolulu, and the Museum of Contemporary Art of Chicago.

 

GALERIA FONTE 

Located in one of the most visited areas of Inhotim, Galeria Fonte will feature the exhibition “To See Time Go By”, dedicated to audiovisual works of art. Along an immersive path, the exhibition invites the visitor to explore new possibilities of the image. Large audiovisual projects, part of Inhotim’s collection, are being shown for the first time in Brazil.

The works on show include video, slide projection with audio, 3-D projection in real time and a video wall. “The exhibition reinforces the audiovisual vocation of Inhotim, whose collection includes audiovisual works by great artists such as William Kentridge, Steve McQueen and Anri Sala, as well as important sound works by artists Doug Aitken and Janet Cardiff,” says assistant curator Cecília Rocha.

The public will be able to get to know works such as the virtual sculpture Oil Stick Work (Angelo Martínez / Richfield, Kansas), 2008, by artist John Gerrard (Ireland, 1974); a slide projection with audio Have You Ever Seen the Snow?, 2010, by Mario García Torres (Mexico, 1975), and the video I See a Woman Crying (Weeping Woman), 2009, by Rineke Dijsktra (Holland, 1959); all of which have not been previously shown at Inhotim. The show will also feature works by Jorge Macchi (Argentina, 1963), Marcellvs L. (Belo Horizonte, 1980)Peter Coffin (USA, 1972), Phil Collins (England, 1970) and Susan Hiller (USA, 1940).

 

Schedule Opening 2018

Exhibitions

Galeria Lago

“Lamelas, Irwin, Kusama: Regarding Perception”

Galeria Praça

“Paul Pfeiffer, Vitruvian Experiments”

Galeria Fonte

“To See Time Go By”

John Gerrard, Jorge Macchi, Marcellvs L., Mario Garcia Torres, Peter Coffin, Phil Collins, Rineke Dijkstra, Susan Hiller

Visitation

On the opening day, the galleries can be visited from 9:30 a.m. to 5:30 p.m. Mediated visits in Portuguese and English will take place throughout the day.

Performances

– Time

David Lamelas

11h: 42, in front of Galeria Lago

Buy your ticket here.

Image subtitle: Paul Pfeiffer, Vitruvian Figure, 2008, detail.
Courtesy of the artist and Paula Cooper Gallery, New York.

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Obras de Elisa Bracher são montadas nos jardins do Inhotim

Redação Inhotim

A partir deste sábado, 20 de maio, o público terá mais duas obras para visitar no Inhotim. Nas esculturas de grande escala de Elisa Bracher, montadas nos jardins do Parque, dois elementos marcantes do trabalho da artista estão presentes: peso e equilíbrio. Em Embrionário (2003), 13 toneladas de troncos de madeira se apoiam e se empurram; já em Equilíbrio Amarrado (2004), blocos de mármore criam uma relação de tensão entre instabilidade e sustentação em uma instalação de seis metros de altura.

Além da montagem das esculturas, um novo paisagismo assinado por Pedro Nehring foi criado ao longo dos últimos cinco meses para receber as instalações. O projeto foi pensado obedecendo à estética misteriosa dos jardins do Parque, que faz com que os encontros com as obras externas e esculturas sejam sempre um convite à descoberta. Ao redor das esculturas, árvores e palmeiras do acervo botânico do Inhotim direcionam os caminhos do visitante de forma harmoniosa. De acordo com o paisagista, as espécies implantadas no local são, em sua maioria, nativas, e foram pensadas de forma a manter o lugar sempre florido, independentemente da época do ano.

Elisa Bracher
A escultora, gravadora e desenhista paulistana desenvolve, desde o início dos anos 1990, trabalhos que transitam por diferentes técnicas e linguagens. Interessada em testar os limites e as tensões entre os materiais com os quais trabalha, em poucos anos a artista conferiu dimensão monumental às suas esculturas. Apesar da escala grandiosa desses trabalhos, Elisa Bracher consegue manifestar a delicadeza no equilíbrio, tanto em seus desenhos em papel de arroz como nas grandes instalações. A artista também é idealizadora do Instituto Acaia, organização social sem fins lucrativos que oferece atividades a crianças, adolescentes e seus familiares de regiões vulneráveis de São Paulo.

Próximos projetos artísticos
A inauguração destas novas obras externas complementa a programação estratégica da Diretoria Artística do Inhotim para os próximos anos. Ao longo deste período, serão instaladas permanentemente no Inhotim uma escultura do artista americano Robert Irwin e duas obras da japonesa Yayoi Kusama. Novas exposições temporárias também estão programadas paras as Galerias Fonte, Lago, Mata e Praça, reforçando a proposta de disponibilizar aos visitantes do Instituto obras de arte do acervo ainda desconhecidas de grande parte do público, além de apresentar artistas de diferentes regiões do mundo, de diversas gerações e escolas, ampliando as possibilidades de leitura das obras de arte do Inhotim.

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Desenhos feitos por índios Yanomami revelam mitos e tradições

Redação Inhotim

Inaugurada em novembro de 2015, a Galeria Claudia Andujar apresenta uma ampla seleção de fotografias da artista, realizadas nos períodos em que viveu com os índios Yanomami. Curiosa para conhecer a cultura da tribo, a fotógrafa propôs algo inusitado. Ofereceu papel e pinceis atômicos a um grupo de indígenas e pediu que desenhassem seu habitat, mitos e tradições. Eles nunca haviam tido contato com esses materiais. O resultado da experimentação, realizada ainda na década de 1970, também pode ser visto na exposição inaugural do pavilhão.

Os desenhos reunidos na mostra foram realizados por quatro artistas – André, Poraco, Vital e Orlando – e revelam aspectos diversos da vida dos Yanomami, narrativas de mitos, além de padronagens comuns às pinturas corporais e à decoração de objetos. Em Sem título (Yoassi grávido), 1976, Poraco apresenta sua percepção da geração de um dos filhos de Omama, divindade responsável pela criação do universo. Já em Sem título (Fazer muito amor com a mulher), 1976, do mesmo artista, linhas e pontos representam de maneira abstrata a relação sexual.

Da esquerda para a direita, no segundo quadro é possível ver a representação Sem título (Fazer muito amor com a mulher). Foto: William Gomes
Da esquerda para a direita, no segundo quadro é possível ver a representação Sem título (Fazer muito amor com a mulher). Foto: William Gomes

A curadora assistente do Inhotim, Cecília Rocha, explica que a presença desses trabalhos em um centro de arte contemporânea ajuda a ampliar a ideia do que é arte. “Temos o costume de definir arte a partir da tradição europeia. Desde o final da década de 1980 e o início dos anos 1990, alguns grandes museus têm feito tentativas de mostrar trabalhos de fora dos centros hegemônicos. O movimento de olhar para a produção indígena como fizemos aqui vem desse momento. A proposta, é contar uma outra história da arte, baseada em outros temas e formas de produzir”, reflete.

Mitopoemas Yanomami

Os desenhos criados por incentivo de Andujar também deram origem ao livro “Mitopoemas Yãnomam”, que pode ser visto na exposição. À medida que os indígenas finalizavam as imagens, a artista pedia que narrassem o que haviam criado. Com a ajuda do missionário Carlo Zacquini, que gravou e traduziu as descrições, ela organizou a publicação, que apresenta a mitologia e a visualidade Yanomami.

Claudia Andujar no Inhotim

Ao longo de 40 anos, a fotógrafa Claudia Andujar produziu um extenso arquivo de imagens sobre os Yanomami, povo indígena que vive na Amazônia brasileira, no estado de Roraima. As fotografias, feitas durante diversos períodos de convívio com os índios, são parte de uma ampla pesquisa artística e etnográfica desenvolvida por ela. No Inhotim estão expostas mais de 400 imagensl que revelam a aproximação da artista com os Yanomami e também seu ativismo, fundamental para a demarcação de terras indígenas em 1992.

Claudia Andujar viveu entre os índios por cerca de 30 anos, tempo em que retratou seu ponto de vista diante da realidade da tribo Yanomami. Foto: William Gomes.
Claudia Andujar viveu entre os índios por cerca de 30 anos, tempo em que retratou seu ponto de vista diante da realidade da tribo Yanomami. Foto: William Gomes.

 

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 Programação especial celebra os dois milhões de visitantes do Inhotim

Redação Inhotim

Em agosto, o Inhotim alcançou a marca de 2 milhões de visitantes, dos mais diversos lugares e realidades, desde quando o parque foi aberto ao público, em 2006. Para comemorar a presença de quem mantém o Instituto vivo, o segundo semestre vai contar com novas exposições, performances e shows de grandes nomes da música brasileira. Entre as atrações, estão Maria Bethânia, Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum, Luiz Melodia e uma homenagem a Fernando Brant. Confira tudo sobre quem chega para se apresentar no Inhotim nos próximos meses e sobre as novas obras que serão exibidas no parque.

SETEMBRO
5/09, 15h – Dançar o mundo – das ruas à web 2.0, performance de Ana Pi
Teatro Inhotim (entrada por ordem de chegada – 210 lugares)

A artista Ana Pi realiza performance baseada nas danças urbanas das grandes cidades do mundo, surgidas em subúrbios ou em contextos underground. A apresentação mostra a relação da artista tanto com a dança funk do Brasil como com os ritmos africanos e norte-americanos, criando um diálogo explícito entre nacional e internacional. Haverá uma conversa com o público após o espetáculo.

Entrada por ordem de chegada, 30 minutos antes da apresentação.  Compre seu ingresso para o parque neste dia.

 12/09, 15h – Lucas Santtana
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)

Comemorando 15 anos de carreira com a turnê de um de seus mais recentes álbuns, “Sobre Noites e Dias”, Lucas Santtana se apresenta no Inhotim em um show dançante e animado.  Com faixas inspiradas em crônicas do dia a dia, como a divertida “Montanha Russa Sentimental”, o cantor baiano também resgata os últimos trabalhos lançados, tocando alguns de seus sucessos.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

Compre seu ingresso para o parque neste dia.

13/09, 15h – Luiz Melodia, voz e violão
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)

Com mais de quarenta anos de carreira, Luiz Melodia se mostra cada vez mais versátil e criativo, compondo músicas que passam pelo blues, choro e samba. O show conta com seus maiores sucessos, como “Pérola Negra”, “Magrelinha” e “Estácio, eu e você”. Acompanhado de Renato Piau, seu violão e braço direito no palco, Melodia se reinventa a cada apresentação tornando sempre uma surpresa suas músicas já consagradas.

Compre seu ingresso para o parque neste dia.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

19/09, 15h – Orquestra Jovem Inhotim
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)

Concertos especiais marcam a participação da Orquestra Jovem Inhotim na programação do Inhotim em Cena. A Orquestra é formada pelos alunos da Escola de Cordas do Inhotim que se apresentam sob a regência do maestro César Timóteo, diretor artístico do projeto. Com programação diversificada, o grupo leva ao público obras de diferentes estilos musicais, valorizando a música instrumental. A orquestra conta com 30 instrumentistas entre violinistas, violistas, violoncelistas e contrabaixistas. No repertório, obras dos compositores: Mozart, Vivaldi, Villa Lobos, Tom Jobim e Milton Nascimento.

Compre seu ingresso para o parque neste dia.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

20/9, 15h – Carminho
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)

A cantora e compositora portuguesa de fado é ilha da também fadista Teresa Siqueira e uma das mais talentosas e inovadoras cantoras de fado da sua geração. No show, ela vai interpretar  também outros gêneros musicais, como a música popular portuguesa, MPB, jazz, música pop e rock. Carminho se apresenta pela primeira vez em Minas Gerais após espetáculos com lotação esgotada nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A artista, que no Brasil já gravou com Chico Buarque, Milton Nascimento, Nana Caymmi e Marisa Monte, apresenta no Inhotim Em Cena canções de seu terceiro disco, “Canto”.

Compre seu ingresso para o parque neste dia.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

OUTUBRO
1/10 – Novas exposições temporárias

No dia 1º de outubro, o Inhotim inaugura diversas obras do acervo. Entre as novidades, está uma videoinstalação do sul-africano William Kentridge. O artista, que em 2013 passou por Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre com uma mostra itinerante dedicada à sua produção, chega ao Inhotim com o trabalho “I am not me, the horse is not mine”.  Composto por oito projeções em tamanho monumental, a obra vai ocupar um  galpão de 600 m² e promete ser uma das principais atrações do Instituto para 2015. O trabalho já esteve em exibição na Tate Modern, em Londres, e no MoMA, em Nova York, e fica no lugar de “The Murder of Crows”, de Janet Cardiff e Georges Bures Miller.

Na Galeria Fonte, a exposição “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim” apresenta para o público do Inhotim trabalhos da coleção que nunca foram exibidos anteriormente no parque. Mais de 50 obras, dos anos de 1950 até hoje, propõem um recorte do acervo que examina a formação do campo da arte contemporânea a partir da coleção e do programa da instituição, inaugurada ao público em 2006. A mostra já passou por Belo Horizonte e São Paulo, somando um público de mais de 100 mil pessoas.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

1/10, 15h – Bixiga 70
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)

A inauguração das novas exposições temporárias será celebrada com show da banda Bixiga 70, que lança seu terceiro disco. O grupo mantém o ritmo dançante que passa por dub e reggae, cumbia e carimbó, ethio-jazz e samba-jazz, construído em frases e solos, harmonias e dinâmicas, claves e improvisos. Os dez integrantes fazem uma apresentação altamente dançante.

Entrada por ordem de chegada.  Compre seu ingresso, aqui.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

3 e 4/10, 15h – Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum
Palco Magic Square (ingressos específicos para o público do show – 1.500 lugares)

A artista homenageia Milton Nascimento no Inhotim ao lado de Jaques Morelenbaum.  Em um show em formato de recital, de voz e violoncelo, o repertório de Milton será interpretado de forma especial. O show não se prende a cronologias. “Tanto eu como o Jaques, temos uma memória afetiva recheada pelo repertório do Milton e esse foi o critério que adotamos para a seleção das músicas”, conta Zélia. Entre elas, “Canção Amiga”, “Cravo e Canela”, “Encontros e Despedidas”, “O que foi feito deverá”, “Ponta de Areia” e “San Vicente”.

O show acontecerá em área reservada, com ingressos vendidos separadamente a R$40 (inteira). O ingresso para visitar o Inhotim neste dia não inclui a entrada no espaço do show. A meia-entrada é válida para Amigos do Inhotim e para os demais públicos que possuem esse benefício. Confira aqui.

Compre seu ingresso, aqui.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

10 e 11/10, 15h- Homenagem a Fernando Brant – Canções da América
Palco Magic Square (ingressos específicos para o público do show – 1.500 lugares)

Amigos do compositor Fernando Brant e vozes da nova geração da música de Minas se reúnem no Inhotim em apresentação que homenageia o artista. Entre os convidados estão Toninho Horta, Tavinho Moura, Beto Guedes, Flávio Venturini, Quarteto Cobra Coral, Amaranto, Juliana Perdigão e Marina Machado. O show tem roteiro de Murilo Antunes, direção musical de Flávio Henrique e direção artística de Antonio Grassi.

O show acontecerá em área reservada, com ingressos vendidos separadamente a R$40 (inteira). O ingresso para visitar o Inhotim neste dia não inclui a entrada no espaço do show. A meia-entrada é válida para Amigos do Inhotim e para os demais públicos que possuem esse benefício. Confira aqui.

Compre seu ingresso, aqui.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

17/10, 11h – Vocal Line
Tamboril (acesso livre para os visitantes do parque)

O grupo dinamarquês conta com coro de 30 integrantes regidos pelo maestro Jens Johansen. Ao longo dos 23 anos de existência, Vocal Line tem alcançado grande reconhecimento em toda a Europa e em várias partes do mundo, apresentando-se em importantes festivais da Europa e dos Estados Unidos.

Acesso livre para visitantes do parque.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

17 e 18/10, 15h – Espetáculo “Bethânia e as Palavras”
Palco Magic Square (ingressos específicos para o público do show – 1.500 lugares)

O espetáculo “Bethânia e as Palavras” vai levar ao Inhotim a coletânea de poesias e textos escolhidos por Maria Bethânia em uma apresentação que mistura literatura e música. No show, poetas de todas as gerações são lidos, como Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Sophia de Mello Breyner, Padre Antonio Vieira, Caetano Veloso, Fausto Fawcet, Ferreira Gullar, entre outros. As leituras serão entremeadas por trechos de conhecidas canções brasileiras e portuguesas como ABC do Sertão (Luiz Gonzaga), Romaria (Renato Teixeira), Estranha Forma De Vida (Amália Rodrigues) e Marinheiro Só (domínio público/adaptação Caetano Veloso).

O show acontecerá em área reservada, com ingressos vendidos separadamente a R$200 (inteira). O ingresso para visitar o Inhotim neste dia não inclui a entrada no espaço do show. A meia-entrada é válida para Amigos do Inhotim e para os demais públicos que possuem esse benefício. Confira aqui.

Compre seu ingresso, aqui.

 

Maria Bethânia faz apresentação que reúne poesia e música no Magic Square do Inhotim.
Maria Bethânia faz apresentação que reúne poesia e música no Magic Square, em outubro.

24/10, 15h – Ars Nova
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)

Em comemoração aos 100 anos de nascimento do compositor Hans-Joachim Koellreutter, o Ars Nova – Coral da UFMG, regido pela maestrina Iara Fricke Matte apresenta um concerto especial voltado para a música erudita contemporânea. O concerto marca ainda a estreia global de duas peças: Três Canções Sacras, do compositor mineiro Eduardo Ribeiro, e Trois Chansons, de Daniel Knaggs. O Ars Nova – Coral da UFMG é o representante brasileiro desse projeto, no qual Knaggs convidou corais do mundo inteiro a criarem suas próprias leituras interpretativas da homenagem que o americano fez a Ravel e Debussy.

Entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas. Início das vendas em breve.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

25/10, 15h – Espetáculo Cobra, de John Zorn
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)

Neste concerto, o Coletivo Distante apresenta improvisações em diferentes formações instrumentais, realizando versões do jogo musical Cobra (1984), do compositor novaiorquino John Zorn. O jogo utiliza de placas e sinais entre os músicos para articular uma série de modos de improvisação, cada qual com suas próprias regras.

Entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas. Início das vendas em breve.

(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)

NOVEMBRO
26/11 – Inauguração da Galeria Claudia Andujar

Em 26 de novembro deste ano, o Inhotim inaugura a galeria Claudia Andujar, projeto que vem sendo desenvolvido há cinco anos pela instituição. O espaço terá 1.600 m² e será integralmente dedicado ao trabalho da fotógrafa suíça, radicada no Brasil desde a década de 1950. Ao longo dos anos, ela registrou a vida dos Yanomami, povo indígena que vive na floresta amazônica, na fronteira entre Venezuela e Brasil. Sua atuação foi fundamental para a demarcação do território Yanomami, em 1992, e está intimamente ligada à história do País. No Inhotim, a galeria reunirá cerca de 500 fotografias feitas pela artista durante o período em que viveu com os índios e em visitas posteriores.

 

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Inhotim na Avenida Paulista

Redação Inhotim

2 de abril de 2015 poderia ser um dia como outro qualquer na maior metrópole brasileira. Mas, hoje, São Paulo acorda diferente. A inauguração da mostra “Do Objeto para o Mundo”, realizada em parceria com o Itaú Cultural, marca a primeira vez em que a coleção do Inhotim, formada ao longo dos últimos dez anos, é exibida fora de Minas Gerais, sua sede. Em exibição até 31 de maio, a exposição levou mais de 50 mil visitantes ao Palácio das Artes e ao Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, no centro de Belo Horizonte, antes de desembarcar na capital paulista.

O conjunto de 29 artistas de diversas gerações e partes do mundo que compõe o percurso expositivo convida a uma reflexão sobre o desenvolvimento da arte contemporânea. O movimento neoconcreto da década de 1950 é o ponto de partida para essa viagem, que revela como questões e práticas adotadas na época, por nomes como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape, transpõem as barreiras do tempo e se vêem presentes em trabalhos recentes de Gabriel Sierra, José Dávila e Juan Araujo.

Foto: Arquivo Inhotim
Foto: Arquivo Inhotim

“Do Objeto para o Mundo” reúne obras que tensionam as fronteiras entre arte e vida. Na mostra, os objetos de arte desmaterializam-se ou aproximam-se da experiência cotidiana e de mundo do espectador. Quem já experimentou essa transformação caminhando pelos jardins do Inhotim, agora tem a chance de perceber, em um contexto totalmente diverso, os impulsos que levaram a essa arte mais espacial. O curador da exposição, Rodrigo Moura, exemplifica: “Os relevos espaciais foram, possivelmente, o primeiro passo de Oiticica em direção à arte ambiental. Para chegar ao Magic Square, primeiro o artista teve que tirar o quadro da parede e criar um objeto que não tem frente nem verso, que tem frestas e quinas. A partir daí, a pintura foi se transformando até virar um espaço público, uma praça”.

O recorte exibido em São Paulo introduz três obras que não participaram da temporada em Belo Horizonte: a instalação Límite de una proyeccíon I (1967), do argentino David Lamelas, a projeção U.S.A. Freestyle Disco Contest (1979/2003), do americano Michael Smith e o filme 0314 (2002), do mineiro Marcellvs L. A obra Seção Diagonal, de Marcius Galan, sucesso de visitação no Inhotim desde 2010, agora também está instalada no espaço.

Alguns cartões postais da cidade também recebem trabalhos. Os relógios que compõem a obra Um dia como outro qualquer (2008), de Rivane Neuenschwander, sempre registram zero hora e zero minuto, e foram posicionados em locais inusitados de espaços como o Auditório Ibirapuera, o MAM-SP, o MASP e a Pinacoteca.

PROGRAMAÇÃO DE ABERTURA

Os artistas David Lamelas e Michael Smith participam de conversas de abertura, no dia 2/04, às 20h, no Itaú Cultural. A entrada é gratuita, sujeita à lotação da sala (80 lugares). Se não puder comparecer, não se preocupe: o evento será transmitido ao vivo por este link.

Visite o hotsite doobjetoparaomundo.org.br e saiba mais sobre a exposição. Assista ao vídeo da montagem em Belo Horizonte, com depoimentos dos curadores do Inhotim:

EXPOSIÇÃO
Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim
Quando: de 2 de abril a 31 de maio de 2015. Terça a sexta, das 9h às 20h. Sábado, domingo e feriado, das 11h às 20h.
Onde: Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149 – São Paulo/SP)

Entrada gratuita.
Indicado para todas as idades.
doobjetoparaomundo.org.br