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Dia Mundial do Meio Ambiente no Inhotim: de sementes a florestas

Redação Inhotim

O ano era 1972 e, a cidade, Estocolmo. Em uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a agenda ambiental conquistou sua data comemorativa mais importante, o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado 5 de junho. Mais do que uma simples celebração, o dia foi criado para ser uma plataforma que encoraje indivíduos e instituições a refletirem sobre a saúde do meio que integram e a agirem em favor da construção de sociedades mais sustentáveis.

A recomposição da biodiversidade local é uma das metas do processo de restauração de ecossistemas, e uma das principais formas de alcançá-la, considerando as espécies nativas e a diversidade genética, é por meio do trabalho com sementes. A restauração de ecossistemas é uma discussão contemporânea e que passa pelo sequestro de carbono e pela valorização dos serviços ambientais prestados pelas plantas e por polinizadores. Sua importância foi atestada no último mês de março, quando a ONU declarou que a próxima década (2021 – 2030) será considerada a Década da Restauração de Ecossistemas. De acordo com a Organização, investir na restauração é parte do caminho para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, principalmente aqueles ligados à mudança do clima, à proteção da água e à conservação da biodiversidade.

‘Sensibilizar’ e ‘participar’ devem ser palavras de ordem nas grandes instituições com forte atuação na área ambiental, como o Instituto Inhotim. No encontro simbiótico de jardins e obras de arte, formam-se espaços poderosos de experimentação que estimulam outras perspectivas. Celebrar o Dia do Meio Ambiente nesses locais é uma grande oportunidade de estimular novas percepções sobre o equilíbrio dinâmico que existe no meio ambiente e a nossa importância como agentes capazes de moldá-lo. No Instituto, a data é celebrada com uma semana inteira de programações especiais.

Neste ano, sob o tema “De sementes a florestas”, a 15ª Semana do Meio Ambiente mostra as vocações do Jardim Botânico na realização de trabalhos que envolvem conservação da biodiversidade, tecnologias com sementes e restauração de florestas. Por aqui, essas vocações se revelam de diferentes formas. Pela transformação de uma área com histórico de degradação por mineração e fazendas em jardins que reúnem aproximadamente 5 mil espécies, tipos e variedades de plantas. Pela manutenção de indivíduos de espécies de plantas nativas, raras e ameaçadas. Pela criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), unidade de conservação que protege várias espécies locais de plantas, animais, fungos e outros organismos. Pelo investimento em pesquisa científica, como a que permitiu a criação de um laboratório de botânica e um banco de sementes que geram conhecimentos sobre recuperação de áreas degradadas. Esse conjunto de operações demonstra como o Instituto pode ser um agente importante na recuperação de Brumadinho, após a tragédia de Córrego do Feijão, em janeiro.

O assunto ‘sementes e florestas’ também se alinha ao tema proposto pela ONU em 2019, que é a poluição do ar. Um dos serviços ecológicos prestados pelas florestas é justamente o sequestro de carbono. Por causa dessa capacidade de remover carbono do ar, investir na restauração de florestas é uma forma inteligente de obter um ar mais limpo e mitigar os efeitos da mudança do clima.

*Esse texto foi escrito por Sabrina Carmo, coordenadora do Jardim Botânico Inhotim

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Nosso Inhotim dá entrada gratuita a quem mora em Brumadinho; cadastros começam nesta sexta (12)

Redação Inhotim

A primeira ação de cadastro do Nosso Inhotim em Brumadinho acontece nesta sexta-feira (12/4) e neste sábado (13/4), das 10h às 14h, na Rodoviária da cidade. O programa, que existia desde 2014 concedendo meia-entrada a quem comprovasse residência na cidade, agora se amplia, dando aos inscritos entrada gratuita em qualquer dia de visitação e 50% de desconto nos eventos realizados no Parque.

A ação dá início à agenda de 2019 do Instituto, convidando todos e todas a estarem presentes no Inhotim e em Brumadinho, nossa maneira de trazer novas memórias à região.

Antecipamos algumas dúvidas que possam surgir sobre o cadastramento:

– Como vai funcionar o cadastro para o Nosso Inhotim?
Nossas equipes estarão nesta sexta (12/4) e neste sábado (13/4) na Praça da Rodoviária, em Brumadinho fazendo os cadastros. É necessário que as pessoas levem um xerox do comprovante de residência e o documento de identidade. Quem fizer a inscrição com a gente nesse primeiro encontro, poderá entrar gratuitamente no Inhotim a partir da próxima sexta, no feriado da Semana Santa.  O nome dela estará em uma lista que deixaremos na Recepção.

-Tem problema alguém da família fazer o cadastro?
Não, desde que seja um grau de parentesco próximo (pai, mãe, filhos ou irmãos). Nesse caso, é necessário que essa pessoa leve as cópias dos documentos de identidade – que confirmem esse parentesco – e de comprovação de residência.

-Quem pode se cadastrar no programa?
Podem se cadastrar moradores de Brumadinho, de todas as idades, mediante a comprovação da residência na cidade. Não faremos o cadastro de crianças de até 5 anos pois elas já não pagam a entrada.

-O que o programa vai oferecer?
Quem se cadastrar no programa vai ter entrada gratuita e desconto de 50% nos eventos organizados pelo Inhotim.

-A entrada gratuita será permanente?
O cadastro é válido por dois anos, quando será necessário fazer uma nova inscrição, comprovando a residência em Brumadinho uma outra vez.

-Só será possível cadastrar dessa vez?
Esta será somente a primeira ação de cadastramento. Estamos planejando estendê-las durante todo o ano. A próxima oportunidade já confirmada para quem não puder ir até a Rodoviária neste primeiro momento será nos dias 10 e 11 de maio, no mesmo local.

-Quando a carteirinha ficará pronta?
A previsão é de cerca de vinte dias após o cadastramento. Elas estarão disponíveis na recepção onde os donos poderão buscar, mediante a apresentação de um documento de identidade.

-Assim que eu fizer meu cadastro já será possível utilizar o benefício?
No caso desta primeira ação de cadastramento, as entradas para os inscritos estarão liberadas a partir da outra sexta (19/4). Em outras situações, as pessoas inscritas serão avisadas sobre o prazo para entrega no dia em que as inscrições serão feitas.

-Vocês planejam outras ações para a cidade?
Os cadastros do programa Nosso Inhotim representam o começo de uma agenda de programações culturais e educativas que têm como objetivo principal trazer a presença das pessoas para Brumadinho e para o Inhotim. O segundo evento especial já confirmado nessa agenda será o show do Lenine, marcado para sábado (27/4) e a apresentação da Orquestra da Maré no domingo (28/4). As pessoas inscritas no programa terão direito à meia-entrada no dia do show (compre seu ingresso clicando aqui), e à entrada livre no dia da orquestra.

Esperamos pelos moradores e moradoras de Brumadinho durante todo o ano!

Confirme, inspire e espalhe sua presença por aqui!

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Um dia de aula de expografia no museu-escola

Redação Inhotim

Como é a nossa relação com as plantas, sobretudo, as medicinais? Como uma experiência multissensorial pode mudar nossa relação com a natureza? Para ajudar a responder essas questões e conscientizar sobre como podemos explorar os recursos naturais ao nosso redor de maneira sustentável, a artista australiana Janet Laurence realizou uma Residência Educativa no Inhotim, com os projetos Jovens Agentes Ambientais, Jovens Agentes, Laboratório Inhotim e Encontro Marcado.

Por três dias, funcionárias e funcionários do Instituto, além de jovens integrantes desses projetos, tiveram contato com chás preparados com plantas cultivadas no Jardim de Todos os Sentidos. A elaboração da bebida foi feita de outra maneira: uma estrutura semelhante a de um laboratório, com balões, tubos de ensaio e um instrumento para aquecer água foram usados para a artista realizar, na entrada do Viveiro Educador, o Workshop Elixir, laboratório de expressão ecológica e sustentável que proporciona maior contato com plantas medicinais, aromáticas e comestíveis. Os participantes da Residência serviram para os colegas chás de vários sabores: hortelã, açaí da mata atlântica, alecrim e tomilho. “A grande lição desse dia é que devemos aproveitar mais a natureza, fazer mais experimentos com elementos naturais e experimentar novos sabores. Acho que esse workshop poderia ser feito com legumes, frutas e verduras”, contou a jovem Yasmin Pâmela, que participa da turma do Laboratório Inhotim de 2018.

Para Ana Carolina Sales, bolsista de iniciação científica no Laboratório Inhotim, a Residência vai auxiliar na pesquisa que realiza no projeto. “A Janet nos ensinou outra maneira de fazer chás. Achei interessante porque isso está relacionado ao objeto do meu estudo, que é patrimônio imaterial. Estou coletando receitas de chás elaboradas na minha família para fazer aqui no Inhotim. Penso em analisar o uso medicinal dessas bebidas. O Workshop Elixir pode me ajudar no preparo das bebidas”.

Pela primeira vez, Laurence realizou a atividade com adolescentes. “Gostei da experiência porque todos participaram e se divertiram. O Inhotim é um lugar incrível. Adorei essa união de natureza e arte. Obrigada por tudo”, afirmou a artista, emocionada.

A supervisora de educação Júlia Torres conta que, durante a estadia de Laurence em Brumadinho, a artista manifestou muita alegria e satisfação por realizar o trabalho com adolescentes. “O objetivo do Workshop Elixir é sensibilizar as pessoas no uso dos recursos naturais de maneira sustentável, fazendo-as repensar a relação com a natureza. Para a artista, as ações educativas fazem a diferença em um espaço como um museu, pois proporciona difundir conhecimento para além dos limites de uma Instituição Cultural, algo que ela não teve em outros museus.”
Janet Laurence é australiana e participou do IV Seminário Internacional de Educação, realizado nos dias 13, 14 e 15 de setembro.

 

Educativo Inhotim

*O projeto Jovens Agentes tem o patrocínio da Vale e da Aliança Geração de Energia, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já o projeto Laboratório Inhotim conta com o patrocínio da Vivo, também por meio da Lei de Incentivo à Cultura. 

 

 

 

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Ações coletivas e sustentáveis são temas de Seminário Internacional de Educação no Inhotim

Redação Inhotim

O Instituto Inhotim realiza, entre os dias 13 e 15 de setembro, a quarta edição do Seminário Internacional de Educação do Inhotim: Entre sujeitos e coletividades, com foco nas transformações dos cidadãos e suas relações com o ambiente. O evento reunirá especialistas nacionais e estrangeiros para debater temas ligados a sustentabilidade, arte, cultura, ciência, educação alternativa, jogos cooperativos, metodologias educativas e diversidade. A entrada para cada dia do Seminário custa R$ 44 (inteira) e dá direito a ônibus de ida e volta, com partida de Belo Horizonte. 

Nestes três dias, convidados do Brasil e de vários outros países – Rússia, Índia, Austrália, Argentina, Chile e Colômbia – vão apresentar experiências bem-sucedidas de transformação de sonhos individuais em ações coletivas e inspirar os participantes na criação de alternativas para construir um mundo mais sustentável, plural, colaborativo e sensível.

Para a gerente de Educação do Inhotim, Yara Castranheira, o seminário está em sintonia com o objetivo do Instituto de ser um lugar de troca, debate e disseminação do conhecimento. “A realização de um seminário como esse reforça o potencial do Inhotim como um importante interlocutor das questões contemporâneas. A partir dos nossos acervos de arte e botânica, contribuímos com a formulação de projetos inovadores em educação e com o desenvolvimento humano. Estamos de portas abertas para discutir e pensar, junto com outros especialistas, soluções para os desafios da contemporaneidade”, avalia Yara, que participará de uma das mesas do seminário.

A palestra inaugural ficará a cargo da bióloga colombiana transgênero Brigitte Baptiste, diretora geral do Instituto de Investigação em Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, em Bogotá. Brigitte é uma das principais referências em temas ambientais e de biodiversidade em seu país, tendo, ainda, grande interesse nas temáticas de gênero e cultura. Outros destaques da programação são o australiano John Croft, criador da metodologia Dragon Dreaming, aplicada em mais de 52 países, e a indiana Vidhi Jain, ativista e cofundadora do Instituto Shikshantar.

Do Brasil, participarão Suélen Brito, coordenadora da Escola de Cinema Olhares da Maré – Redes da Maré; Edgard Gouveia Júnior, arquiteto, urbanista, pós-graduado em Jogos Cooperativos e cofundador do Instituto Elos; Thiago Berto, fundador da Escola Cidade AYNI; e Guilherme Massara, psicanalista e professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O evento será realizado no Teatro Inhotim, com capacidade para 210 pessoas por dia. No segundo dia de seminário, na parte da tarde, o público poderá assistir a uma apresentação da Escola de Cordas Inhotim. Para se inscrever, é preciso adquirir os ingressos aqui. 

Veja quem são os palestrantes:

Brigitte Baptiste (Colômbia)

Diretora Geral do Instituto de Investigação em Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, Bogotá.

Bióloga pela Pontifícia Universidade Javeriana, mestra em Estudos Latino-americanos pela Universidade da Flórida e Doutora Honoris Causa em Engenharia Ambiental e de Saneamento. É uma das maiores referências em temas ambientais e de biodiversidade em seu país, tendo participado de diversos projetos nacionais nessas áreas. Tem, ainda, grande interesse em temas de gênero e cultura. Em 2017, recebeu o prêmio Prince Claus por suas conquistas em desenvolvimento e cultura.

Janet Laurence (Austrália)

Artista

Janet Laurence é uma artista australiana com exibições nacionais e internacionais. Sua prática examina nossa relação conflituosa com a natureza. A artista cria ambientes imersivos que navegam pelas interconexões entre os sistemas da natureza, explorando conceitos de cura do mundo natural. Seu trabalho está presente em museus, universidades, empresas e coleções privadas e se estende desde práticas em museus a projetos arquitetônicos e paisagísticos.

Agustín Rodríguez (Argentina)

Coordenador do projeto Isla Invisible – Ferrowhite Museo Taller

Agustín Rodríguez é docente e artista. Leciona na Escola Superior de Artes Aplicadas Lino Enea Spilimbergo, em Bahía Blanca, Argentina. Em 2016, recebeu o primeiro prêmio da Bienal Nacional do Museu de Arte Contemporânea de Bahía Blanca. Sua obra questiona o vínculo entre arte e comunidade. Agustín faz parte da equipe do Ferrowhite Museo Taller, um museu-oficina, onde coordena o projeto de residências Isla Invisible.

Suélen Brito (Brasil)

Coordenadora da Escola de Cinema Olhares da Maré – Redes da Maré

Suélen Brito é arte-educadora, produtora cultural, formada em pintura pela UFRJ e pós-graduanda em Gestão Cultural pelo Senac. A maior parte do seu trabalho se desenvolve no Complexo de Favelas da Maré, onde nasceu e viveu boa parte de sua história. Atua na “Redes de Desenvolvimento da Maré” desde o início da instituição. Recentemente, atuou em ações culturais e educativas no Sesc Nova Iguaçu e em Realengo.

Cecília Vicuña (Chile)

Artista e fundadora da plataforma digital Oysi

Poeta, artista, ativista e cineasta chilena. Fundou a Tribo Não no Chile, em 1967, e, em 1974, cofundou Artistas pela Democracia, em Londres. Dedica-se, entre outros projetos, ao oysi.org, plataforma digital para o encontro entre ciência, artes e pensamento indígena. Considerada pioneira da performance e da arte conceitual na América Latina, tem participado de inúmeras exposições internacionais. Em 2015, foi nomeada Messenger Lecturer pela Universidade Cornell. Teve obras destacadas na Documenta 14 de Kassel e Atenas.

Yana Klichuk (Rússia)

Gerente de Educação da Manifesta 12

Yana Klichuk trabalha como gestora cultural e educadora. Atualmente está a cargo do Programa de Educação e Mediação da Bienal Manifesta. Seu trabalho, em conjunto com a curadoria e a comunidade local, busca moldar estratégias a fim de situar a bienal no contexto social da cidade anfitriã e, assim, engajar diversos públicos. Klichuk trabalhou nas edições da Manifesta que ocorreram em São Petersburgo (Rússia) e em Zurique (Suíça). Atualmente, está dirigindo os programas educativos da Manifesta 12, em Palermo (Itália), e da Manifesta 13, em Marselha (França).

Edgard Gouveia Júnior (Brasil)

Fundador do LiveLab e da Epic Journey

Arquiteto e urbanista pós-graduado em Jogos Cooperativos, Edgard Gouveia Júnior não se cansa de colocar as pessoas para brincar. É cofundador do Instituto Elos, do Programa Guerreiros sem Armas e do Jogo Oasis. Professor de Jogos Cooperativos do International Youth Initiative Program, MSLS na Suécia, Knowmads na Holanda e da Formação Gaia Brasília e Paraná. Gouveia é palestrante TEDx, Ashoka Fellow e consultor internacional na Europa, América do Norte e Ásia. Também é idealizador do Play The Call, uma gincana mundial online.

Yara Castanheira (Brasil)

Gerente de Educação do Instituto Inhotim

Mestre em Mídias, Comunicação e Estudos Culturais com ênfase em Educação pela Universidade de Kassel (Alemanha) e pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres (Inglaterra), atualmente Yara é Gerente de Educação do Inhotim. Tem experiência em gestão de projetos educativos e culturais em instituições do Brasil e da Europa. Por meio de sua formação em Design Thinking e em Treinamento Intercultural, atua em facilitação e liderança de equipes. Seus interesses de pesquisa envolvem processos criativos e de aprendizagem.

Lizandra Barbuto (Brasil)

Treinadora Dragon Dreaming e cofundadora do Possibilities Institute

Terapeuta ocupacional, especialista em Desenvolvimento Humano, Neurociência e Comportamento e em Sustentabilidade Integral, Liz Barbuto tem praticado movimento espontâneo há 15 anos. Treinada na Integrative Therapy School SAT, em Terapia Gestalt e em constelação familiar, trabalha em várias culturas pelo mundo. É cofundadora do Possibilities Institute junto com John Croft e apoia processos de desenvolvimento humano para potencializar a sabedoria coletiva, por meio do aprendizado conceitual, da natureza e de métodos participativos.

John Croft (Austrália)

Criador da metodologia Dragon Dreaming

Treinador e consultor internacional nascido na Austrália, John Croft é cofundador da Fundação Gaia da Austrália Ocidental. Atua como palestrante universitário e consultor de governos na construção de comunidades, em desenvolvimento regional e em sustentabilidade ambiental. É o criador do Dragon Dreaming, metodologia que disseminou em mais de 8.500 projetos em 52 países ao longo dos últimos 20 anos. É também cofundador do Possibilities Institute.

Thiago Berto (Brasil)

Fundador da Escola Cidade AYNI

Aos 30 anos, Thiago vendeu seus pertences e saiu pelo mundo. Com um ano de viagem, conheceu um projeto de educação infantil em Cusco, no Peru, e ali percebeu sua missão. Após oito meses no Peru como voluntário, seguiu viajando com o propósito de visitar projetos de educação alternativa e conheceu 40 projetos pelo

continente americano. De volta ao Brasil, criou a Escola Cidade AYNI, resultado de horas de trabalho voluntário e de trocas com educadores de todas as partes do mundo.

Vidhi Jain (Índia)

Cofundadora do Instituto Shikshantar

Vidhi é ativista pela aprendizagem do Instituto Shikshantar, em Udaipur, na Índia, atuante no processo-projeto “Udaipur como Cidade do Aprendizado”. Ela trabalha com o programa “Famílias Aprendendo Juntas” e iniciativas de desescolarização, bem como em diferentes mídias comunitárias e em ações dentro do mesmo projeto-processo. Vidhi se interessa pelo conhecimento tradicional e atualmente trabalha na Grandmother’s University (Universidade das Avós). Apaixonada pelo movimento slow food, apoia diversos festivais culinários locais. Vidhi e seu marido, Manish, estão desescolarizando sua filha Kandu.

Guilherme Massara (Brasil)

Psicanalista e professor do Departamento de Psicologia da UFMG

Guilherme Massara é psicanalista e professor adjunto do Departamento de Psicologia da UFMG. Possui mestrado e doutorado em Filosofia pela USP. É membro do GT Psicanálise, Política e Cultura da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), do Laboratório de Psicanálise e Psicopatologia da UFMG, da Sociedade Internacional de Filosofia e Psicanálise (ISSP) e da Federação Europeia de Psicanálise (FEDEPSY). Como pesquisador, suas principais áreas de investigação são clínica, estética e política.

 

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3 milhões de visitantes

Antonio Grassi

Quando o Inhotim abriu suas portas à visitação pública, em 2006, Brumadinho era um município pequeno, dedicado à mineração e à pecuária, sem qualquer traço de atividade turística em suas ruas empoeiradas de minério de ferro. Doze anos depois, a cidade ganhou um alfinete colorido no mapa de todo aquele que, no Brasil e no exterior, gosta de arte, de natureza e de viajar. Este agosto que começa agora trouxe um número capaz de traduzir toda essa transformação: 3 milhões. Este é o total de visitantes que estiveram em Brumadinho para conhecer as obras de arte e o jardim botânico do Inhotim.

Este número carrega alguns significados nem sempre percebidos de imediato. Falo, por exemplo, do grande impacto da Instituição em toda a região de Brumadinho. Me refiro, ainda, à grande responsabilidade dos gestores do Instituto em manter vivos os sonhos e a sede de conhecimento das pessoas tocadas pela magia do Inhotim. Na última semana, colhemos boas notícias na área de governança e compliance, que contribuem efetivamente para a perenização do Inhotim. Já chego lá!

Antes, é preciso entender melhor o universo do Inhotim. Para abrigar e alimentar tanta gente, dezenas de pousadas, hotéis e restaurantes pela cidade foram abertos nos últimos anos. Dos cerca de 600 funcionários diretos e indiretos do Museu, 90% são moradores da região e muitos jovens têm no Inhotim seu primeiro emprego. Por ano, são recebidas 50 mil pessoas da comunidade escolar, entre alunos e professores, com destaque para a rede pública de ensino da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Inhotim desenvolve trabalho de resgate histórico, preservação e desenvolvimento da cultura das comunidades do entorno; mantém uma escola de cordas com jovens da região; oferece formação para estudantes e professores a partir dos seus acervos artístico e botânico, e forma jovens protagonistas nas discussões contemporâneas.

Seu modelo inovador e único, mesmo considerando os museus do mundo, transforma a visita às obras de arte em um encantador passeio por um imenso jardim com quase 5 mil espécies de plantas. É uma experiência que distancia o Inhotim dos museus urbanos e atrai turistas de todas as partes.

Segundo pesquisa da Vox Populi, pouco mais da metade dos visitantes são de Minas Gerais, um terço de outros estados e mais de 10% de outros países – importante ressaltar que, durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, 20% dos visitantes eram estrangeiros.

São 140 hectares que acolhem 23 grandes galerias – 19 permanentes e quatro temporárias – e outras 23 obras de grande escala distribuídas ao ar livre. Todas elas levando inquietação e reflexão sobre o mundo em que vivemos – traço característico da arte contemporânea. Aos 140 se somam outros 249 ha de uma RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural). Pelos jardins, há espécies de todos os continentes, muitas delas raras e ameaçadas de extinção.

Por tudo isso, o Instituto Inhotim compreende que sua perenização é um compromisso com toda essa gente que frequenta ou que deseja conhecer o lugar e os acervos lá distribuídos. E, é claro, que perenização passa por excelência de gestão e transparência, de forma a atrair empresas e entidades públicas e privadas interessadas em participar do esforço de manter abertas as portas do Inhotim.

Por isso, com muita alegria, recebemos, na semana passada, o relatório das contas de 2017 das mãos de representantes da Ernst & Young, empresa internacional de auditoria. É o quinto ano consecutivo que elas são aprovadas sem ressalva. Desta vez, a boa notícia vem acompanhada de um plano de ação com 19 produtos e procedimentos para melhoria, modernização e fortalecimento do compliance da gestão do Inhotim, preparado pela consultoria Smart Gov.

Dentre as propostas da Smart Gov, estão incluídos criação de Código de Ética e de Conduta do Instituto Inhotim, Comitê de Ética, Compliance Officer; incentivo à adoção de medidas de integridade entre parceiros de negócio; política anticorrupção; planejamento estratégico e governança corporativa; segurança da informação e transparência; avaliação de risco e melhoria contínua; responsabilidade social; e adesão ao Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção.

Todas essas medidas são fundamentais para a manutenção do Inhotim e têm o respaldo do Conselho de Administração. Certos de que estamos no caminho certo, agradecemos aos parceiros que nos ajudam a despertar a consciência crítica instigada pela arte contemporânea, aliada à sustentabilidade ambiental. E obrigado a cada um dos 3 milhões de visitantes que contribuíram para materializar esse sonho. Se depender da gente, os alfinetes coloridos não deixarão de se multiplicar.

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Artigo publicado no jornal Estado de Minas.