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Entre as mais pedidas

Redação Inhotim

Na diversidade de ritmos que hoje fazem a cabeça da juventude, a música clássica vem conquistando lugar de destaque entre jovens de Brumadinho, Mário Campos e Bonfim. As melodias de Beethoven, Mozart e outros importantes compositores clássicos já disputam espaço nas playlists dessa garotada. São integrantes da Escola de Cordas Inhotim, que descobriram obras e sons até então desconhecidos.

 

Depois de um ano e meio de aulas práticas e teóricas já dá para perceber em cada nota tocada nos violoncelos, violinos, violas e contrabaixos, a afinidade dos jovens músicos com seus instrumentos, que hoje são motivo de mudanças e sonhos.

 

Morador da região do Tejuco, em Brumadinho, Tainã Jorge viu na Escola de Cordas a grande oportunidade de se tornar um músico. “Sempre tive muita vontade de aprender música, mas nunca tive oportunidade”. Hoje, Tainã concilia as atividades da orquestra com a profissão de técnico em enfermagem. “Vejo as pessoas se emocionarem com a música que eu apresento. Isso me faz muito feliz” comemora. 

 

 

Tainã Jorge, aluno da Escola de CordasTainã Jorge viu na Escola de Cordas a oportunidade de se tornar um músico Foto: Rossana Magri

 

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Números em palavras

Redação Inhotim

2013 marca a maior troca de acervo artístico do Inhotim, que totaliza agora 170 obras em exibição. Em outros números, foram 86 novas obras de 18 artistas de 9 nacionalidades diferentes. Pela primeira vez, as galerias temporárias Mata, Praça, Lago e Fonte tiveram seus espaços renovados em um mesmo ano. Outra novidade foi a inauguração de exposições temáticas como “amor lugar comum”, de Luiz Zerbini, “Mineiriana”, de Juan Araujo e “Babette Mangolte”, da própria artista. A natureza morta foi outro tema que recebeu grande destaque, ocupando uma galeria inteira. Ao todo, 13 nomes, como Rivane Neuenschwander, Sara Ramo e Tacita Dean, exibem mais de 40 obras na Galeria Fonte.

 

Ninguém melhor que os próprios curadores do Inhotim para traduzir esses números em palavras. Assista ao vídeo!

 

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O lugar certo

Redação Inhotim

Brumadinho completa hoje 75 anos e se tornou uma das cidades brasileiras mais citadas na imprensa nacional e internacional. Para além de abrigar o Inhotim, o que lhe tem rendido a notoriedade dos grandes destinos turísticos do país, a cidade guarda um rico patrimônio cultural e natural.

 

A população de cerca de 35 mil habitantes é formada por pessoas generosas e acolhedoras. As tradições religiosas e culturais das comunidades quilombolas da região são vivenciadas com o vigor de quem mantém no cotidiano o orgulho das raízes africanas. A vocação musical da cidade ganha vários ritmos nos instrumentos de suas bandas centenárias e nas vozes dos diversos corais que reúnem crianças, jovens e adultos.

 

A natureza também foi bastante generosa com a cidade. Dois importantes biomas do mundo, a mata atlântica e o cerrado, se encontram no mar de montanhas do território de Brumadinho. Durante boa parte do ano, as brumas encobrem as montanhas e a cidade e os dias se iniciam com um ar leve e fresco.

 

Logo, onde mais poderia estar o Inhotim? Em nenhum outro lugar do mundo. Por isso, nos orgulhamos de fazer parte dessa história.

 

Homenagem do Instituto Inhotim pelos 75 anos de Brumadinho. 

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Laboratório para a arte

Redação Inhotim

O ambiente é claro. Pela janela arredondada, a luz do fim de tarde e o clima urbano invadem a sala. O barulho das buzinas faz quase sumir os cochichos dos visitantes. Atentos, avaliam os quadros e fotos pendurados nas paredes. No centro, apoios recebem outras peças da exposição. Em comum entre elas está um dos mais antigos suportes do conhecimento, surgido na Idade Média: o livro.

 

Intitulada Sublevações do Livro: Objeto – Espaço – Matéria, a mostra realizada no início de dezembro reúne produções de participantes do Laboratório Inhotim, projeto educativo do Instituto, desenvolvido com alunos da rede municipal de Brumadinho/MG. Durante todo o ano de 2013, os alunos investigaram diferentes aspectos dessa antiga inovação técnica, que hoje aguarda o momento de se tornar obsoleta, ou não.

 

Entre as 17 experiências, estão duas de Rafaela Hermenegilda. “Quando comecei meu trabalho, pensei primeiramente em achar uma matéria ou objeto-chave. Entre vários, escolhi a árvore, já que é uma planta muito importante para o mundo e produz duas coisas essenciais à minha vida: o oxigênio e as folhas de papel que compõem os livros”, conta a menina, do alto de seus 14 anos. Para construir uma de suas propostas, Rafaela usou o livro como terreno fértil, literalmente. “A peça faz uma brincadeira de troca, já que a árvore passou a ser o receptor da escrita, e o livro teve que acolher a árvore”. Uma metáfora poética de como o conhecimento e a leitura podem fazer florescer belas ideias.

 

Laboratório Inhotim - Obra em exposiçãoAo plantar a espécie no livro, Rafaela atribuiu novos sentidos à literatura e à natureza Foto: Rossana Magri
 

 

Já em sua série de fotografias, é a árvore o esteio para a contação de histórias. “As pessoas escrevem nas árvores, registrando momentos especiais, ferindo-as com as palavras que resumem lembranças marcantes. Comecei a fotografar todas essas escritas que consegui achar. Desenvolvi a ideia de que elas são livros-objetos”. Sobre sua participação no projeto, ela resume: “Foi muito gratificante aprender um pouco sobre a arte e descobrir, talvez, uma profissão”.

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Bienal do Mercosul 2013

Luiza Verdolin

A Bienal do Mercosul de 2013 esteve surpreendente! A calorosa Porto Alegre fez jus ao título da 9ª edição do evento: Se o clima for favorável. Sendo esta uma pergunta, a resposta é positiva; caso tenha sido uma afirmativa, foi a mais coerente possível; se esta foi uma condição, isso justifica a incrível experiência acarretada. Ao percorrer os museus, instituições e espaços que abrigavam obras e foram berços de performances, a linha tênue entre a arte e a natureza se reforçava, trazendo uma deliciosa confusão de onde uma começa e a outra termina. A confluência entre materiais, métodos, mitos e ritos confirmou a promessa de um ambiente para defrontar-se com recursos naturais sob uma nova luz, e especular sobre as bases que marcaram distinções entre descoberta e invenção.

 

 

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de vivenciar, compartilho aqui uma das preciosidades da Bienal do Mercosul: Tradução da resina. A resina é uma secreção produzida pelas plantas, com finalidades e constituições específicas. Esta se tornou potencial matéria para a produção de diversos bens de consumo como ceras e gomas. Lucy Skaer utilizou resina, como matéria prima de pedras preciosas com 25 quilogramas. A obra produzida por meio da extração de resina de pinus pela fábrica de Celulose Irani, subverte as lógicas da produção industrial e cultural. Neste contexto, o trabalho de Skaer assim como tantos outros da 9ª Bienal do Mercosul, elucida como a arte “re”forma o que a natureza produz, de maneira poética e emocionante!