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Um lugar para minha imaginação

Rhayane Sthefane

Quando entrei no Laboratório Inhotim, em 2012, com 12 anos de idade, não imaginava como seria essa experiência, tampouco passou pela minha cabeça que iria me apaixonar assim tão intensamente. Eu não sabia o que faria ali naquele lugar, mas esse nome me chamou a atenção, queria descobrir o que estava por trás desse nome que me cativou.

Minhas primeiras experiências no LAB foram completamente indescritíveis, era tudo muito novo, muito intenso, eu consegui encontrar nesse espaço um lugar para minha imaginação, minhas indagações, que por algum motivo ficavam ocultas dentro de mim.

O meio pelo qual aos poucos fui me inserindo nas propostas, nos debates sobre determinada obra ou sobre o espaço artístico, entre atividades e leituras no projeto, me possibilitou desenvolver minhas habilidades, explorar meus sentimentos, conhecer o pedacinho mais íntimo do meu interior, construir, articular e realizar trabalhos plásticos. Esse processo de construção permitiu que eu me conectasse de forma tão intensa com o meu interior que passei a observar tudo ao meu redor de uma forma tão diferente, essa interação com o meu emocional, que por vezes se encontrava desordenado, possibilitou-me apropriar, através do pensar, da expressão, do agir e da observação, tudo que me rodeava de forma diferente, já não queria mais olhar para as coisas como elas são, como elas se apresentam. Esse momento foi muito importante para mim, pois passei a enfrentar os meus problemas de uma forma mais madura, os desafios, as críticas, as especulações se tornaram para mim minha ferramenta de produção.

Depois de um ano e meio participando do Módulo 1, me tornei bolsista de Iniciação Científica Jr., que é o Módulo 2 do projeto. Nesse momento deixei um pouco a parte experimental, passando para a parte teórica, foi um passo muito importante para o meu desenvolvimento intelectual e aprofundamento da compreensão sobre os caminhos percorridos na arte até chegar no contemporâneo. Eu pude aprender como é fazer uma pesquisa e quais são os passos para desenvolvê-la, como escolher o objeto de pesquisa, levantar informações, além do desafio de lidar com textos acadêmicos e desenvolver habilidades para falar em público. Nesse período tive a oportunidade de desenvolver minhas próprias pesquisas, que surgiram a partir das minhas especulações e desejos.

O envolvimento com a pesquisa e sua metodologia me possibilitou o uso de ferramentas que lidam com a busca de referências, às vezes no passado. Nessa viagem temporal, a pesquisa colaborou para a organização das minhas ideias e a aproximação da minha ancestralidade e minha base cultural, que, ao envolvê-la na pesquisa, é como se eu reorganizasse a minha memória, adquirindo um novo olhar sobre ela.

Além de aprender a partir das obras do acervo Inhotim, participando do projeto eu ainda tive a oportunidade de conhecer como a arte se apresenta em outros espaços, diferente da maneira com que já estou acostumada a conviver no Inhotim. Entre esses espaços, estão incluídas visitas a museus e galerias de arte, como também tive a oportunidade de visitar duas Bienais, a Bienal de São Paulo e a Bienal do Mercosul, que possibilitou a amplitude do olhar sobre a produção e suas diversas formas de exposição. Além disso, participei de dois intercâmbios internacionais, o primeiro ainda em 2013, para a Argentina, e o segundo agora em 2016, para a Cidade do México, ambos com propostas diferentes, mas que de certa forma se unem para a colaboração da expansão do meu olhar crítico.

O projeto foi e ainda é uma porta de entrada para os próximos desafios que terei que enfrentar e, ao mesmo tempo, uma porta de saída para as limitações que criamos, é a libertação da imaginação, do questionamento, da indagação. Não quero terminar este texto dizendo que estou concluindo mais uma etapa da minha vida, encerrando minha participação no Programa. Ela apenas mudará de território físico e espacial.

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O Movimento Neoconcreto e as obras do Inhotim

Magno Silva

O que se encontra na escuridão da Galeria Lygia Pape no Inhotim? Ao entrar, você se depara com um ordenamento minucioso de centenas de fios metálicos que em algum momento se cruzam, conectados entre o piso e o teto sob uma tímida iluminação. É a obra Tteia 1C (2002), um trabalho que parece ser a materialização da teia imaginária, dos cruzamentos da vida cotidiana que a artista conseguiu demonstrar após refletir sobre qual era a sua relação com espaço em que habitava e sobre como a circulação de pessoas na cidade do Rio de Janeiro era capaz de criar uma conexão entre os cantos da cidade. Por meio do trabalho de Pape, é possível refletir sobre o Movimento Neoconcreto, importante momento da arte brasileira que contou com a participação de artistas como Hélio Oiticica e Amilcar de Castro. O tema guia a visita mediada do mês de fevereiro no Inhotim.

Não se tratando somente de uma disputa histórica entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo (sede dos artistas concretistas), o Movimento Neoconcreto partia da subjetividade do artista e da possibilidade da experiência física da obra de arte ante à arte tida como racional e dogmática dos artistas paulistanos da década de 1950. Antes de questionar se esse foi um movimento de superação a outro, é importante refletirmos sobre o período em que o concretismo se consolidou. O Brasil, e principalmente a cidade de São Paulo, passava por um processo de intensa urbanização e industrialização, o que acabou refletindo nas produções artísticas daquele momento.

A partir da Exposição Nacional de Arte Concreta realizada na cidade de São Paulo, em 1956, um certo grupo de artistas dá sinal de um futuro rompimento, em prol de outros ideais. Em março de 1959, é publicado no Rio de Janeiro o manifesto neoconcreto. Esta publicação teve como autores os artistas Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reinaldo Jardim e Theon Spanudis. O fim da década de 1950 se tornava, então, o grande marco de uma nova forma de se expressar artisticamente.

Magic Square, obra de Hélio Oiticica.
Magic Square, obra de Hélio Oiticica.

Posteriormente, o movimento contou com a adesão do artista Hélio Oiticica, que, mesmo sem a sua assinatura, participou da elaboração do manifesto neoconcreto. Com seus parangolés e penetráveis, Oiticica buscava um outro modo de experienciar a arte. As cores passaram a ser característica marcante tanto nas produções como nos experimentos do artista. Nesse movimento, o espectador ganhou um outro papel que não somente o de observar o trabalho, passando também a interagir para além do visual, e Lygia Clark é uma das pioneiras na arte tida como participativa. A partir daí, os trabalhos só fariam sentido com a interação e participação do espectador.

As novidades/conceitos/transformações do neoconcretismo, portanto, não se limitaram a este seleto grupo de artistas e acabaram influenciando as criações de tantos outros, por isso o neoconcretismo representa um importante marco na história da produção artística brasileira. No Inhotim, é possível conhecer trabalhos que foram importantes influências nesse processo. Em algumas galerias do Instituto, encontram-se obras que dialogam com a proposta da arte não puramente como um objeto de contemplação, mas também como algo que apresenta subjetividade e lirismo. Dentre os artistas que buscaram essa outra relação com a arte e que estão em exposição no Inhotim, podemos destacar Hélio Oticica, Lygia Pape, Amilcar de Castro e Lygia Clark.

As visitas mediadas de fevereiro são gratuitas e levam os visitantes a conhecerem um pouco mais sobre esse momento da arte e as obras do Inhotim.

Data: 04 de janeiro a 26 de fevereiro (quartas, sábados, domingos e feriados)
Horário: 10h30
Local: Saída da Recepção

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Carnaval 2017 no Inhotim

Redação Inhotim

Alegria, alegria! Todos os dias de carnaval, o Inhotim estará aberto para visitação, inclusive na segunda.
Do sábado até a Quarta-feira de Cinzas, o Parque abre das 9h30 às 17h30 e tem várias opções de programação pra você se divertir com a gente!

Confecção de brinquedos para a folia
Pra animar ainda mais a sua visita, a Estação Educativa convida adultos e crianças a construírem brinquedos para cair na folia! Cata-vento, lançador de confete e barangandãs vão fazer a alegria da meninada e colorir os jardins de Inhotim.
Data: 25 a 28 de fevereiro
Horário: 10h a 12h e 14h a 17h
Local: Estação Educativa para Visitantes
Público: livre
Observações: a atividade será ofertada para 50 visitantes/dia

Visita Temática – Movimento Neoconcreto
O movimento artístico e literário conhecido como Neoconcretismo surgiu no final dos anos 1950 na cidade do Rio de Janeiro em oposição ao Movimento Concretista da cidade de São Paulo. Os neoconcretistas se opuseram ao excesso de dogmatismo e racionalismo expresso pelo movimento contrário, buscando enxergar a arte de forma mais subjetiva e sensível. Dentre os diversos artistas que participaram do Manifesto Neoconcretista, estão em exposição no acervo do Inhotim, Lygia Clark, Lygia Pape e Amílcar de Castro. A visita temática convida o visitante a refletir sobre a importância desse movimento considerado um divisor de águas na arte brasileira e como influenciou a produção de outros artistas.
Data: 25 e 26 de fevereiro
Horário: 10h30
Local: Saída da Recepção
Público: Livre
Observação: 25 vagas, inscrição no local a partir das 10h

Visita Panorâmica
Conversa e reflexão sobre o espaço do Inhotim e seus acervos, explorando as várias possibilidades de percurso. Ao percorrer uma área do Parque, a visita dá ênfase ao projeto paisagístico e às obras dispostas nos jardins.
Data: De terça a domingo
Horário: 11h e 14h
Local: Saída da Recepção
Público: Livre
Observação: 25 vagas, inscrição no local a partir das 10h30/13h30

Restaurante Tamboril 
Já imaginou poder jantar no Restaurante Tamboril aproveitando o frescor da noite no Inhotim? Nos sábados de fevereiro, o espaço gastronômico estará aberto das 19h às 23h30 com um menu especial preparado para receber quem quiser viver essa experiência, inclusive no carnaval.
As reservas podem ser feitas pelo telefone: (31) 3571.9700

Ingressos e como chegar
Para maior agilidade na entrada do Parque, evitando filas, os ingressos podem ser adquiridos também pelo site do Inhotim (inhot.im/visite), além da bilheteria. O acesso ao Inhotim pode ser feito de carro ou de van e ônibus para quem está em Belo Horizonte. As vans saem do Hotel Holiday Inn, na Rua Professor Moraes 600, Bairro Funcionários, em todos os dias do feriado, com saída às 8h15 e retorno às 17h30. O valor da van é de R$ 60, incluindo ida e volta. Já os ônibus partem da rodoviária de Belo Horizonte, na Praça Rio Branco, 100, Centro – plataforma F2 – com saída também às 8h15. O preço é de R$ 33,05 a ida e R$ 32,50 a volta.

Belvitur
Se você quiser planejar sua viagem com outras facilidades e serviços complementares, como hospedagem, transporte interno no Inhotim e reservas nos restaurantes, pode também consultar a Agência Oficial de Turismo e Eventos do Inhotim, a Belvitur. O contato pode ser feito pelo site belvitur.com.br ou pelos telefones 031 3290-9090 ou 32909180. Qualquer outra dúvida, conte com a gente.

Esperamos pela sua visita!

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Novo local de saída das vans para o Inhotim

Redação Inhotim

O ano começou com mudanças nos transportes até o Inhotim. Agora, as vans para o Instituto saem do Hotel Holiday Inn (R. Professor Moraes, 600, Funcionários).

Confira os dias e horários do serviço oferecido pela Belvitur:

Terça a sexta. Saída às 8h30 e retorno às 16h30.
O serviço é confirmado com a efetuação de, no mínimo, 4 reservas e está sujeito a lotação.
Sábados, domingos e feriados. Saída às 8h30 e retorno às 17h30.
O serviço está sujeito a lotação.
Valor: R$ 66 ida e volta.
Para solicitar o serviço, é necessário efetuar a reserva com até 24h de antecedência pelos telefones (31) 3290-9180 ou (31) 99507-9940 ou pelo site da Belvitur. As vendas encerram às 15h.

É imprescindível a apresentação do voucher impresso e a entrega do mesmo ao motorista da van.

Já os ônibus da Saritur continuam saindo da Rodoviária de Belo Horizonte.

Dias e horários: De terça a sexta-feira: saída às 8h15 e retorno às 16h30. Sábados, domingos e feriados, saída às 8h15 e retorno às 17h30.
Valores:
Belo Horizonte –Inhotim: R$ 38,70*
Inhotim –Belo Horizonte: R$ 35,00*
*Valores sujeitos a alteração.
Mais informações: Saritur – 0800 039 8846

Para garantir seu ingresso on-line e evitar filas, acesse: inhot.im/visite

 

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Inhotim, um estado de espírito

Redação Inhotim

A publicação narra a história do Instituto e projeta o seu futuro. O livro conta com três volumes: “Inhotim, um estado de espírito” traz imagens internas e externas que expressam a exuberância do Instituto e evidenciam a sua forte relação com a arte e a natureza. Já “Futuromemória” conta a trajetória histórica do Inhotim, desde a povoação da região de Brumadinho até uma projeção para o futuro, nas palavras do idealizador do Inhotim, Bernardo Paz. A evolução da coleção de arte do Instituto e a beleza do seu acervo botânico estão em “Artenatureza”, com textos dos dois curadores do Inhotim, Allan Schwartzman e Jochen Volz.

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O livro também traz depoimentos de funcionários que ajudaram na construção do Inhotim e textos de Humberto Werneck, Fábio Scarano, Frederico Coelho, Jarbas Lopes, Luiz Zerbini, entre outros; além de ensaios fotográficos inéditos.
A publicação faz parte das comemorações dos 10 anos do Inhotim e contribui para vivenciar um estado de espírito alinhado com os ideais de educação por meio da arte, sustentabilidade e conservação da natureza, diretrizes fundamentais do Instituto.
Aos interessados em adquirir o livro, ele está à venda na loja do Inhotim em Brumadinho.
Boa leitura!