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O jardim e outros mitos

Equipe de mediadores

Desde o início de setembro, o Inhotim apresenta a mostra individual O jardim e outros mitos, da romena Geta Br?tescu. Ocupando parte da Galeria Lago, a exposição reúne trabalhos produzidos a partir da década de 1960 até 2012, e apresentam um amplo espectro da produção da artista e suas percepções sobre a condição feminina e o fazer artístico.

 

Atualmente com 88 anos, Geta Br?tescu estudou na Faculdade de Letras e no Instituto de Belas Artes de Bucareste. Assim como em outras ditaduras do Leste Europeu, a cena artística romena ficou dividida entre a “arte oficial”, cujo objetivo era a propaganda do Estado, e as produções que surgiam fora das instituições públicas, de forma marginalizada. Foi nesse contexto que Br?tescu produziu durante três décadas e atuou como ilustradora do jornal cultural Secolul 20. Alguns trabalhos feitos para a publicação podem, inclusive, ser vistos na mostra.

 

Nuduri
Desenhos de carvão e nanquim sobre papel da série “Nuduri” (1975), parte da exposição “O jardim e outros mitos”.

Colagens, litografias, ilustrações de livros, fotografias, gravuras, tapeçarias, filmes experimentais e vídeo-performances estão entre os suportes utilizados por ela. No Inhotim, alguns de seus trabalhos trazem referências da antiguidade clássica e da mitologia grega. É o caso da série Medea, representação da personagem mítica que trai a família para viver com seu grande amor, Jasão. Ao descobrir-se trocada por outra mulher, Medeia tira a vida de seus próprios filhos como forma de vingança.

 

Como outros artistas, Br?tescu visitou áreas industriais do país e lançou mão desse contexto como fonte de inspiração para sua produção. A forma circular das caldeiras, dos medidores de pressão, das rodas dos trens de ferro pode ser observada em várias obras, como Circles (2012). Seria o círculo um princípio metafórico? O regime comunista da Romênia poderia ter seus momentos de ascensão e queda narrados por meio da figura do círculo? Essas são apenas algumas reflexões que emergem do trabalho da artista. Não deixe de conferir!

 

 

Magno Silva, educador de arte do Instituto Inhotim

The garden and other myths

Equipe de mediadores

Since early September, Inhotim has shown the individual exhibit The Garden and other myths, by Romanian artist Geta Br?tescu. Occupying part of Galeria Lago, the exhibit gathers works produced from the 1960s to 2012, and shows a great range of the artist’s production and her perceptions on the female condition, as well as on the making of art itself.

 

Geta Br?tescu is currently 88 years old. She has studied in the School of Languages and in the Fine Arts Institute in Bucharest. As it happened in other dictatorships in Western Europe, the Romanian art scene was divided into the “official art”, aimed at State propaganda, and the productions that appeared outside public institutions, in a marginalized way. This was the context in which Br?tescu produced for three decades, and worked as an illustrator for cultural newspaper Secolul 20. Some of the works published back then can be seen in the exhibit.

 

Nuduri
Charcoal and ink crawing on paper, from the “Nuduri” (1975) series, part of the “The Garden and other miths” exhibit. Photo: Rossana Magri

Collages, lithographs, book illustrations, photographs, prints, tapestry, experimental films and video-performances are some of the techniques used by Br?tescu. At Inhotim, some of her works refer back to classical ancient times and Greek mythology. This is the case of Medea, the representation of the mythical character who betrays her family to live with her great love, Jason. When Medea finds out she was replaced by another woman, she kills her own children to revenge.

 

Like other artists, Br?tescu visited industrial areas in the country and used this context as a source of inspiration in her production. The circular shape of boilers, pressure gauges, and iron train wheels can be seen in several works, such as Circles (2012). Would the circle be a metaphorical principle?Could the shape of a circle narrate the ups and downs of the Romanian communist regime?These are but a few reflections that emerge from the artist’s work. Make sure to check it out!

 

 

Magno Silva, art educator at Instituto Inhotim