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Bienal do Mercosul 2013

Luiza Verdolin

A Bienal do Mercosul de 2013 esteve surpreendente! A calorosa Porto Alegre fez jus ao título da 9ª edição do evento: Se o clima for favorável. Sendo esta uma pergunta, a resposta é positiva; caso tenha sido uma afirmativa, foi a mais coerente possível; se esta foi uma condição, isso justifica a incrível experiência acarretada. Ao percorrer os museus, instituições e espaços que abrigavam obras e foram berços de performances, a linha tênue entre a arte e a natureza se reforçava, trazendo uma deliciosa confusão de onde uma começa e a outra termina. A confluência entre materiais, métodos, mitos e ritos confirmou a promessa de um ambiente para defrontar-se com recursos naturais sob uma nova luz, e especular sobre as bases que marcaram distinções entre descoberta e invenção.

 

 

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de vivenciar, compartilho aqui uma das preciosidades da Bienal do Mercosul: Tradução da resina. A resina é uma secreção produzida pelas plantas, com finalidades e constituições específicas. Esta se tornou potencial matéria para a produção de diversos bens de consumo como ceras e gomas. Lucy Skaer utilizou resina, como matéria prima de pedras preciosas com 25 quilogramas. A obra produzida por meio da extração de resina de pinus pela fábrica de Celulose Irani, subverte as lógicas da produção industrial e cultural. Neste contexto, o trabalho de Skaer assim como tantos outros da 9ª Bienal do Mercosul, elucida como a arte “re”forma o que a natureza produz, de maneira poética e emocionante!

2013 Mercosul Biennial

Luiza Verdolin

The 2013 Mercosul Biennial was amazing! Warm Porto Alegre lived up to the event’s 9th edition title: Weather Permitting. If the title is seen as a question, the answer is yes. Seen as a statement, it was as coherent as possible. And, yet, seen as a condition, it justifies the incredible resulting experience. Going through the museums, institutions and spaces sheltering artworks and where performances took place, the thin line between art and nature was reinforced, delightfully confusing us as to where one starts and the other one ends.  The confluence of materials, methods, myths and rituals confirmed the promise of an environment intended to make you face natural resources in a new light, speculating about the bases that mark distinctions between discovery and invention.

 

 

Here I share one of the treasures of the Mercosul Biennial, for those who haven´t been able to experience it: Tradução da resina. Resins are secretions produced by plants, which have specific purposes and contents. They became potential materials used in the production of several consumption goods such as waxes and latex. Lucy Skaer used resin as raw material for 25-kilo precious stones. Celulose Irani factory produced the work by extracting resin from pine. The piece subverts industrial and cultural production logic. In this context, as it happens in many other works in the 9th Mercosul Biennial, Skaer’s work explains how art poetically and excitingly “re”forms what nature produces.