Da montagem à inauguração
Meu primeiro contato com as obras inauguradas em 2014 foi no escritório do Inhotim em Belo Horizonte. Em fevereiro, eu e a equipe da curadoria começamos a elaborar os dossiês sobre os artistas, que utilizaríamos para consulta interna. Saber um pouco da história e da trajetória de cada um me deixou curiosa e tornou a experiência de agosto e setembro quando iniciamos as montagens nas galerias muito mais interessante.
O trabalho de Dominik Lang foi a primeira surpresa: estava guardado em caixas, ocupando um grande espaço da sala branca que antes estava vazia. Começamos limpando, organizando a sala e desembalando as esculturas. Depois, desceu o trabalho do David Medalla, que me surpreendeu quando entrei na galeria e o encontrei no chão, ainda desmontado. A obra é muito maior do que havia imaginado ao ver as fotos. Então, os quadros do Carroll Dunham, que de pequenas figuras nas páginas do dossiê, se transformaram em telas que ocupavam quase uma parede inteira.
Foram alguns dias entre deixar a sala dedicada à artista Geta Bratescu apenas com algumas marcações e encontrá-la com quase todos os trabalhos no lugar. Já era a semana da inauguração e o trabalho do Dominik tomava, a cada hora, a forma da obra que seria no fim. Medalla estava praticamente montado, seguiam os testes com os materiais utilizados para as espumas e a galeria com as obras de Carroll estava nos detalhes finais.
Mas faltavam ainda muitos ajustes na Galeria Lago: instalação das vitrines e cartazes, nivelamento das obras nas paredes, ajustes de iluminação e montagem de cada detalhe do trabalho do Dominik fizeram com que perdêssemos a noção das horas.
Meu último dia nas montagens acabou mais cedo e já era a véspera da inauguração. Em 04 de setembro, dia da abertura, as obras pareciam ter vida com a presença do público. Tudo parecia muito diferente do dia anterior e a sensação de ter contribuído para que a exposição funcionasse foi muito boa.