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Um dia de aula de expografia no museu-escola

Redação Inhotim

Como é a nossa relação com as plantas, sobretudo, as medicinais? Como uma experiência multissensorial pode mudar nossa relação com a natureza? Para ajudar a responder essas questões e conscientizar sobre como podemos explorar os recursos naturais ao nosso redor de maneira sustentável, a artista australiana Janet Laurence realizou uma Residência Educativa no Inhotim, com os projetos Jovens Agentes Ambientais, Jovens Agentes, Laboratório Inhotim e Encontro Marcado.

Por três dias, funcionárias e funcionários do Instituto, além de jovens integrantes desses projetos, tiveram contato com chás preparados com plantas cultivadas no Jardim de Todos os Sentidos. A elaboração da bebida foi feita de outra maneira: uma estrutura semelhante a de um laboratório, com balões, tubos de ensaio e um instrumento para aquecer água foram usados para a artista realizar, na entrada do Viveiro Educador, o Workshop Elixir, laboratório de expressão ecológica e sustentável que proporciona maior contato com plantas medicinais, aromáticas e comestíveis. Os participantes da Residência serviram para os colegas chás de vários sabores: hortelã, açaí da mata atlântica, alecrim e tomilho. “A grande lição desse dia é que devemos aproveitar mais a natureza, fazer mais experimentos com elementos naturais e experimentar novos sabores. Acho que esse workshop poderia ser feito com legumes, frutas e verduras”, contou a jovem Yasmin Pâmela, que participa da turma do Laboratório Inhotim de 2018.

Para Ana Carolina Sales, bolsista de iniciação científica no Laboratório Inhotim, a Residência vai auxiliar na pesquisa que realiza no projeto. “A Janet nos ensinou outra maneira de fazer chás. Achei interessante porque isso está relacionado ao objeto do meu estudo, que é patrimônio imaterial. Estou coletando receitas de chás elaboradas na minha família para fazer aqui no Inhotim. Penso em analisar o uso medicinal dessas bebidas. O Workshop Elixir pode me ajudar no preparo das bebidas”.

Pela primeira vez, Laurence realizou a atividade com adolescentes. “Gostei da experiência porque todos participaram e se divertiram. O Inhotim é um lugar incrível. Adorei essa união de natureza e arte. Obrigada por tudo”, afirmou a artista, emocionada.

A supervisora de educação Júlia Torres conta que, durante a estadia de Laurence em Brumadinho, a artista manifestou muita alegria e satisfação por realizar o trabalho com adolescentes. “O objetivo do Workshop Elixir é sensibilizar as pessoas no uso dos recursos naturais de maneira sustentável, fazendo-as repensar a relação com a natureza. Para a artista, as ações educativas fazem a diferença em um espaço como um museu, pois proporciona difundir conhecimento para além dos limites de uma Instituição Cultural, algo que ela não teve em outros museus.”
Janet Laurence é australiana e participou do IV Seminário Internacional de Educação, realizado nos dias 13, 14 e 15 de setembro.

 

Educativo Inhotim

*O projeto Jovens Agentes tem o patrocínio da Vale e da Aliança Geração de Energia, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já o projeto Laboratório Inhotim conta com o patrocínio da Vivo, também por meio da Lei de Incentivo à Cultura. 

 

 

 

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Inhotim participa pela primeira vez da ArtRio

Redação Inhotim

Nesta semana o Instituto Inhotim participa, pela primeira vez, da ArtRio, feira internacional de arte que acontece entre os dias 27 e 30 de setembro na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. O Instituto vai apresentar ao público seus dois programas de apoio – Amigos do Inhotim e Ciclo de Patronos –, em que pessoas físicas podem contribuir para a manutenção e perenidade da Instituição. Tem presença confirmada o diretor Executivo do Inhotim, Antonio Grassi, e Patronos do Museu, entre eles o colecionador mineiro Guilherme Teixeira.

No sábado, dia 29, compõe a programação uma conversa da diretora artística adjunta do Inhotim, María Eugenia Salcedo, com o artista Luiz Zerbini. Após uma residência artística no Instituto em 2016, o artista criou uma série de obras que serviu como ponto de partida para a concepção de gravuras exclusivas que são presenteadas a quem participa do programa Patronos Inhotim. Durante a conversa, Zerbini vai falar sobre sua arte e trajetória, seu projeto de monotipias e a parceria com o Instituto.

Para desenvolver o figurino da equipe, o Inhotim contou com a parceria das marcas Zak, Skazi e Anacapri (BH Shopping), de Flávia Salvador.

*Durante o evento, o Inhotim realizou, junto com a agência de turismo Belvitur, um concurso cultural. Quem se participou deveria escrever por que desejava visitar o Inhotim. Quem levou o prêmio foi a Denise Marques, com a frase: “Quero conhecer o Inhotim porque o meu avô achava que lá era um lugar de sonhos. Eu quero ver o que ele sonhou.”

 Serviço:

29/09 (Sábado)
15H- 16h- Conversa com o artista Luiz Zerbini
Conversa da María Eugenia Salcedo com o artista Luiz Zerbini sobre sua arte e trajetória, seu projeto de monotipias e a parceria com o Instituto Inhotim.
Convidado: Luiz Zerbini (artista)
Mediadora : Maria Eugenia Salcedo (Diretora artística adj. do Instituto Inhotim)

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Libras: empatia e estudos para comunicar mais

Redação Inhotim

Há pouco mais de quatro meses, Selena, Fernanda e Marli, funcionárias da equipe de atendimento do Inhotim, chegaram das aulas de Pedagogia com a proposta de fazerem um grupo de estudos de Libras com a equipe de trabalho. A proposta foi abraçada pela coordenadora de atendimento do Inhotim, Sara Souza, que viu nessa ideia a oportunidade de melhorar a acessibilidade no Instituto. “Nós resolvemos, então, chamar a amiga surda de um dos nossos monitores para uma conversa, junto a um intérprete. O objetivo era entender de que forma poderíamos nos aproximar dos obstáculos enfrentados pela comunidade surda e, assim, partir para as aulas.”

Dali em diante, um grupo de funcionários e funcionárias se reuniu para pensar em como seriam os formatos das aulas. “Conseguimos acesso a uma boa apostila e listamos uma série de videoaulas que poderiam nos dar um direcionamento. Decidimos, em conjunto, que cada um dos 20 integrantes do grupo de estudos seria responsável por um encontro”, explica Sara. Já os temas das aulas foram escolhidos de acordo com os assuntos que seriam mais abordados dentro do contexto do Inhotim, como cores, letras do alfabeto, pronomes, membros da família e saudações.

Para Sara, uma decisão importante foi a de fazer dos encontros semanais um compromisso voluntário, só para quem realmente tivesse compromisso e interesse. “Avalio que isso foi fundamental, porque hoje, depois de quatro módulos concluídos, percebemos poucos registros de faltas. Também percebo essa atividade como um fator incentivador para o envolvimento da equipe em diversos outros temas aqui dentro. A partir do momento em que veem uma ideia que surgiu de três funcionárias se tornar realidade, conseguimos construir juntos e juntas outras metas possíveis.”

Selena, funcionária do atendimento do Inhotim há quatro anos e uma das idealizadoras do grupo de estudos, acredita que essa experiência vá acrescentar em vários âmbitos de sua vida. “Como futura professora, eu vou precisar dominar a Libras para conversar com alunos e alunas surdos. No Inhotim, será extremamente necessário para acolher pessoas que se comunicam com Libras e mostrar todo o potencial do Parque para elas. E na vida pessoal, eu penso que isso só amplia as possibilidades de conhecer gente nova e entender o mundo de um jeito diferente.”

Jogo Librário
O grupo de estudos de Libras do Inhotim recebeu uma visita pra lá de especial nesta terça-feira (25/9): o projeto Jogo Librário, que desenvolve por meio de uma tecnologia social uma maneira de aprender Libras de forma divertida e interativa. Foi uma oportunidade de trocar muitas experiências, exercitar a empatia e pensar em formas de diversificar a acessibilidade no Inhotim. O jogo está participando de uma campanha de financiamento coletivo para conseguir ampliar a abordagem e fazer essa ideia chegar mais longe. Acesse para conhecer mais dessa história e colaborar para a campanha: www.catarse.me/librario.

 

 

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Ações coletivas e sustentáveis são temas de Seminário Internacional de Educação no Inhotim

Redação Inhotim

O Instituto Inhotim realiza, entre os dias 13 e 15 de setembro, a quarta edição do Seminário Internacional de Educação do Inhotim: Entre sujeitos e coletividades, com foco nas transformações dos cidadãos e suas relações com o ambiente. O evento reunirá especialistas nacionais e estrangeiros para debater temas ligados a sustentabilidade, arte, cultura, ciência, educação alternativa, jogos cooperativos, metodologias educativas e diversidade. A entrada para cada dia do Seminário custa R$ 44 (inteira) e dá direito a ônibus de ida e volta, com partida de Belo Horizonte. 

Nestes três dias, convidados do Brasil e de vários outros países – Rússia, Índia, Austrália, Argentina, Chile e Colômbia – vão apresentar experiências bem-sucedidas de transformação de sonhos individuais em ações coletivas e inspirar os participantes na criação de alternativas para construir um mundo mais sustentável, plural, colaborativo e sensível.

Para a gerente de Educação do Inhotim, Yara Castranheira, o seminário está em sintonia com o objetivo do Instituto de ser um lugar de troca, debate e disseminação do conhecimento. “A realização de um seminário como esse reforça o potencial do Inhotim como um importante interlocutor das questões contemporâneas. A partir dos nossos acervos de arte e botânica, contribuímos com a formulação de projetos inovadores em educação e com o desenvolvimento humano. Estamos de portas abertas para discutir e pensar, junto com outros especialistas, soluções para os desafios da contemporaneidade”, avalia Yara, que participará de uma das mesas do seminário.

A palestra inaugural ficará a cargo da bióloga colombiana transgênero Brigitte Baptiste, diretora geral do Instituto de Investigação em Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, em Bogotá. Brigitte é uma das principais referências em temas ambientais e de biodiversidade em seu país, tendo, ainda, grande interesse nas temáticas de gênero e cultura. Outros destaques da programação são o australiano John Croft, criador da metodologia Dragon Dreaming, aplicada em mais de 52 países, e a indiana Vidhi Jain, ativista e cofundadora do Instituto Shikshantar.

Do Brasil, participarão Suélen Brito, coordenadora da Escola de Cinema Olhares da Maré – Redes da Maré; Edgard Gouveia Júnior, arquiteto, urbanista, pós-graduado em Jogos Cooperativos e cofundador do Instituto Elos; Thiago Berto, fundador da Escola Cidade AYNI; e Guilherme Massara, psicanalista e professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O evento será realizado no Teatro Inhotim, com capacidade para 210 pessoas por dia. No segundo dia de seminário, na parte da tarde, o público poderá assistir a uma apresentação da Escola de Cordas Inhotim. Para se inscrever, é preciso adquirir os ingressos aqui. 

Veja quem são os palestrantes:

Brigitte Baptiste (Colômbia)

Diretora Geral do Instituto de Investigação em Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, Bogotá.

Bióloga pela Pontifícia Universidade Javeriana, mestra em Estudos Latino-americanos pela Universidade da Flórida e Doutora Honoris Causa em Engenharia Ambiental e de Saneamento. É uma das maiores referências em temas ambientais e de biodiversidade em seu país, tendo participado de diversos projetos nacionais nessas áreas. Tem, ainda, grande interesse em temas de gênero e cultura. Em 2017, recebeu o prêmio Prince Claus por suas conquistas em desenvolvimento e cultura.

Janet Laurence (Austrália)

Artista

Janet Laurence é uma artista australiana com exibições nacionais e internacionais. Sua prática examina nossa relação conflituosa com a natureza. A artista cria ambientes imersivos que navegam pelas interconexões entre os sistemas da natureza, explorando conceitos de cura do mundo natural. Seu trabalho está presente em museus, universidades, empresas e coleções privadas e se estende desde práticas em museus a projetos arquitetônicos e paisagísticos.

Agustín Rodríguez (Argentina)

Coordenador do projeto Isla Invisible – Ferrowhite Museo Taller

Agustín Rodríguez é docente e artista. Leciona na Escola Superior de Artes Aplicadas Lino Enea Spilimbergo, em Bahía Blanca, Argentina. Em 2016, recebeu o primeiro prêmio da Bienal Nacional do Museu de Arte Contemporânea de Bahía Blanca. Sua obra questiona o vínculo entre arte e comunidade. Agustín faz parte da equipe do Ferrowhite Museo Taller, um museu-oficina, onde coordena o projeto de residências Isla Invisible.

Suélen Brito (Brasil)

Coordenadora da Escola de Cinema Olhares da Maré – Redes da Maré

Suélen Brito é arte-educadora, produtora cultural, formada em pintura pela UFRJ e pós-graduanda em Gestão Cultural pelo Senac. A maior parte do seu trabalho se desenvolve no Complexo de Favelas da Maré, onde nasceu e viveu boa parte de sua história. Atua na “Redes de Desenvolvimento da Maré” desde o início da instituição. Recentemente, atuou em ações culturais e educativas no Sesc Nova Iguaçu e em Realengo.

Cecília Vicuña (Chile)

Artista e fundadora da plataforma digital Oysi

Poeta, artista, ativista e cineasta chilena. Fundou a Tribo Não no Chile, em 1967, e, em 1974, cofundou Artistas pela Democracia, em Londres. Dedica-se, entre outros projetos, ao oysi.org, plataforma digital para o encontro entre ciência, artes e pensamento indígena. Considerada pioneira da performance e da arte conceitual na América Latina, tem participado de inúmeras exposições internacionais. Em 2015, foi nomeada Messenger Lecturer pela Universidade Cornell. Teve obras destacadas na Documenta 14 de Kassel e Atenas.

Yana Klichuk (Rússia)

Gerente de Educação da Manifesta 12

Yana Klichuk trabalha como gestora cultural e educadora. Atualmente está a cargo do Programa de Educação e Mediação da Bienal Manifesta. Seu trabalho, em conjunto com a curadoria e a comunidade local, busca moldar estratégias a fim de situar a bienal no contexto social da cidade anfitriã e, assim, engajar diversos públicos. Klichuk trabalhou nas edições da Manifesta que ocorreram em São Petersburgo (Rússia) e em Zurique (Suíça). Atualmente, está dirigindo os programas educativos da Manifesta 12, em Palermo (Itália), e da Manifesta 13, em Marselha (França).

Edgard Gouveia Júnior (Brasil)

Fundador do LiveLab e da Epic Journey

Arquiteto e urbanista pós-graduado em Jogos Cooperativos, Edgard Gouveia Júnior não se cansa de colocar as pessoas para brincar. É cofundador do Instituto Elos, do Programa Guerreiros sem Armas e do Jogo Oasis. Professor de Jogos Cooperativos do International Youth Initiative Program, MSLS na Suécia, Knowmads na Holanda e da Formação Gaia Brasília e Paraná. Gouveia é palestrante TEDx, Ashoka Fellow e consultor internacional na Europa, América do Norte e Ásia. Também é idealizador do Play The Call, uma gincana mundial online.

Yara Castanheira (Brasil)

Gerente de Educação do Instituto Inhotim

Mestre em Mídias, Comunicação e Estudos Culturais com ênfase em Educação pela Universidade de Kassel (Alemanha) e pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres (Inglaterra), atualmente Yara é Gerente de Educação do Inhotim. Tem experiência em gestão de projetos educativos e culturais em instituições do Brasil e da Europa. Por meio de sua formação em Design Thinking e em Treinamento Intercultural, atua em facilitação e liderança de equipes. Seus interesses de pesquisa envolvem processos criativos e de aprendizagem.

Lizandra Barbuto (Brasil)

Treinadora Dragon Dreaming e cofundadora do Possibilities Institute

Terapeuta ocupacional, especialista em Desenvolvimento Humano, Neurociência e Comportamento e em Sustentabilidade Integral, Liz Barbuto tem praticado movimento espontâneo há 15 anos. Treinada na Integrative Therapy School SAT, em Terapia Gestalt e em constelação familiar, trabalha em várias culturas pelo mundo. É cofundadora do Possibilities Institute junto com John Croft e apoia processos de desenvolvimento humano para potencializar a sabedoria coletiva, por meio do aprendizado conceitual, da natureza e de métodos participativos.

John Croft (Austrália)

Criador da metodologia Dragon Dreaming

Treinador e consultor internacional nascido na Austrália, John Croft é cofundador da Fundação Gaia da Austrália Ocidental. Atua como palestrante universitário e consultor de governos na construção de comunidades, em desenvolvimento regional e em sustentabilidade ambiental. É o criador do Dragon Dreaming, metodologia que disseminou em mais de 8.500 projetos em 52 países ao longo dos últimos 20 anos. É também cofundador do Possibilities Institute.

Thiago Berto (Brasil)

Fundador da Escola Cidade AYNI

Aos 30 anos, Thiago vendeu seus pertences e saiu pelo mundo. Com um ano de viagem, conheceu um projeto de educação infantil em Cusco, no Peru, e ali percebeu sua missão. Após oito meses no Peru como voluntário, seguiu viajando com o propósito de visitar projetos de educação alternativa e conheceu 40 projetos pelo

continente americano. De volta ao Brasil, criou a Escola Cidade AYNI, resultado de horas de trabalho voluntário e de trocas com educadores de todas as partes do mundo.

Vidhi Jain (Índia)

Cofundadora do Instituto Shikshantar

Vidhi é ativista pela aprendizagem do Instituto Shikshantar, em Udaipur, na Índia, atuante no processo-projeto “Udaipur como Cidade do Aprendizado”. Ela trabalha com o programa “Famílias Aprendendo Juntas” e iniciativas de desescolarização, bem como em diferentes mídias comunitárias e em ações dentro do mesmo projeto-processo. Vidhi se interessa pelo conhecimento tradicional e atualmente trabalha na Grandmother’s University (Universidade das Avós). Apaixonada pelo movimento slow food, apoia diversos festivais culinários locais. Vidhi e seu marido, Manish, estão desescolarizando sua filha Kandu.

Guilherme Massara (Brasil)

Psicanalista e professor do Departamento de Psicologia da UFMG

Guilherme Massara é psicanalista e professor adjunto do Departamento de Psicologia da UFMG. Possui mestrado e doutorado em Filosofia pela USP. É membro do GT Psicanálise, Política e Cultura da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), do Laboratório de Psicanálise e Psicopatologia da UFMG, da Sociedade Internacional de Filosofia e Psicanálise (ISSP) e da Federação Europeia de Psicanálise (FEDEPSY). Como pesquisador, suas principais áreas de investigação são clínica, estética e política.

 

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Inhotim inaugura em setembro obras de renomados artistas contemporâneos

Redação Inhotim

Novas exposições destacam trabalhos de David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin e Yayoi Kusama, além de projetos audiovisuais de mais oito artistas

Referência no mundo por exibir permanentemente obras de importantes artistas de arte contemporânea, o Instituto Inhotim vai inaugurar novas exposições temporárias no dia 6 de setembro. Quatro relevantes projetos dos artistas David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin e Yayoi Kusama – além de uma mostra dedicada a obras audiovisuais – ocuparão as galerias Lago, Praça e Fonte. Um grande número de obras inéditas no Brasil será exibido nas mostras, com foco na percepção, no tempo e também em diferentes formas de produção audiovisual, tanto nacional quanto internacional. No dia da abertura, o artista argentino David Lamelas realizará a performance Time (Tempo). O público poderá assistir ainda à performance Stallwitter (Tempestade de Estábulo), realizada conjuntamente pelo artista brasileiro Marcellvs L. e pelo alemão Daniel Löwenbrück.

“O nosso objetivo é colocar em diálogo trabalhos de artistas consagrados e das mais variadas nacionalidades e gerações, apresentando para os visitantes nomes ainda pouco exibidos no Brasil”, explica o curador e diretor artístico do Inhotim, Allan Schwartzman. “Artistas de importância internacional que influenciaram significativamente a história da arte – como Robert Irwin – provocam novas percepções sobre o espaço, por exemplo. As exposições são uma ótima oportunidade para apresentar outras obras do acervo e recriar conexões com trabalhos pelos quais o Inhotim já é conhecido.”

 Para os artistas Robert Irwin e Yayoi Kusama, as novas mostras são um prelúdio para relevantes projetos que serão inaugurados nos próximos anos no Inhotim. O Instituto planeja a instalação ao ar livre de uma escultura de grande dimensão projetada por Irwin especialmente para o Inhotim. Enquanto isso, está em fase de desenvolvimento a construção de uma galeria permanente dedicada a Kusama, com patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).

GALERIA LAGO

A Galeria Lago apresenta a exposição “Lamelas, Irwin, Kusama: Sobre a Percepção”, que reúne trabalhos de três nomes de peso da história da arte contemporânea. Os visitantes poderão conhecer obras históricas do artista argentino David Lamelas; Black³, 2008, do norte-americano Robert Irwin, inédita no Brasil; e a instalação I’m Here, But Nothing, 2000, da japonesa Yayoi Kusama.

“A mostra tem uma abrangência histórica e adentra um território interessante na medida em que reúne artistas de diferentes nacionalidades que iniciaram suas carreiras no mesmo período, entre as décadas de 1950 e 1960”, complementa a diretora artística adjunta do Inhotim, María Eugenia Salcedo. “Existe um diálogo geracional entre eles; todos os três pesquisam uma nova forma de produção artística que se apropria de materiais não canônicos, como a luz, a arquitetura, os objetos cotidianos e o próprio corpo. O foco não é o objeto, mas a percepção, as sensações e a forma como elementos escultóricos, por exemplo, alteram a nossa experiência com o espaço e com a obra de arte.”

David Lamelas (Argentina, 1946) assina, na Galeria Lago, as obras Corner Piece, 1966/2018, Límite de una Proyección I, 1967, Proyección, 1968, Situación de Cuatro Placas de Aluminio, 1966, e Untitled (Falling Wall), 1993/2018. O artista alcançou visibilidade internacional ainda em 1967, com a sua participação, aos 21 anos, na 9ª Bienal de São Paulo e, no ano seguinte, na 36ª Bienal de Veneza. Por mais de quatro décadas, suas obras trabalham temáticas como tempo, luz, espaço, arquitetura e desmaterialização dos objetos. O contexto artístico de cada lugar onde viveu  Londres, Paris, Los Angeles, Nova York, entre outros – é essencial para a sua produção.

Robert Irwin (EUA, 1928), por sua vez, integra a nova exposição com a obra Black³, 2008. Pioneiro do movimento “Luz e Espaço”, Irwin iniciou sua carreira de artista como pintor na década de 1950. Desde então, tem explorado a percepção como uma questão fundamental da arte. O artista concebeu mais de 55 projetos site-conditional (condicionados ao local), incluindo os Central Gardens para o Getty Center, Los Angeles, 1992-98, e o desenho arquitetônico e a área externa do Dia:Beacon, Nova York, 1999-2003.

Yayoi Kusama (Japão, 1929), já presente no acervo do Instituto com a obra Narcissus Garden Inhotim, 2009, exibe agora o trabalho I’m Here, But Nothing, 2000. Uma das artistas mais importantes que despontou na Ásia no período pós-guerra, Kusama estabelece relação com movimentos como surrealismo, minimalismo, pop arte e feminismo. Sua obra remete às alucinações que a artista vivencia desde a infância e que ela transpõe para pinturas, esculturas, desenhos, colagens, performances, instalações, filmes, literatura, moda e design.

GALERIA PRAÇA

A exposição “Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos” ocupa uma das alas da Galeria Praça com duas obras do artista americano: Vitruvian Figure, 2008, e o vídeo Empire, 2004. Nascido no Havaí e com fortes ligações culturais com as Filipinas, Pfeiffer visitou o Inhotim no ano passado para planejar, juntamente com a equipe do Instituto, a instalação de seus trabalhos.

Inspirada no Estádio Olímpico de Sidney, Vitruvian Figure é uma escultura de grande escala, de cerca de três metros de altura, e com 1 milhão de assentos – a capacidade real da arena é de 80 mil espectadores. Já a obra Empire apresenta uma narrativa antropomórfica sobre a construção de um ninho, inspirada no trabalho homônimo do cineasta e pintor Andy Warhol.

“Ao reunir essas duas obras, Pfeiffer evoca tanto a ausência de vida e movimento na obra Vitruvian Figure como o poder da vida e da criação no vídeo Empire”, afirma Fernanda Arruda, curadora adjunta do Inhotim. “Empire nos apresenta uma estrutura – um elemento arquitetônico que atende à necessidade da vespa –, enquanto Vitruvian Figure representa a satisfação das necessidades do consumidor. O ninho é essencial para a vespa, enquanto o estádio não é essencial para o esporte. Vitruvian Figure espetaculariza os sujeitos enquanto reivindica o espaço público; Empire nos faz cúmplices do processo de construção do ninho, que é sobre procriação e continuação da vida”.

Paul Pfeiffer (EUA, 1966) se tornou conhecido por suas manipulações digitais de imagens de atletas e celebridades, que o artista usa para explorar as tensões comuns da cultura contemporânea, colocando em evidência as suas dimensões raciais, religiosas e tecnológicas. Seus trabalhos conectam a cultura contemporânea à história da arte, política, religião e mídia, e já foram exibidos em importantes instituições, como The Whitney Museum of American Art, de Nova York, o Hammer Museum, em Los Angeles, o Contemporary Museum, em Honolulu, e o Museu de Arte Contemporânea de Chicago.

GALERIA FONTE

Localizada em uma das áreas mais visitadas do Inhotim, a Galeria Fonte exibe a mostra “Para Ver o Tempo Passar”, dedicada a obras audiovisuais. Em um percurso imersivo, a exposição convida o visitante a explorar novas possibilidades da imagem. Grandes projetos audiovisuais que fazem parte do acervo do Inhotim serão expostos pela primeira vez no Brasil.

Os trabalhos incluem vídeo, projeção de slide com áudio, projeção 3D em tempo real e video wall (parede de vídeos). “A exposição reforça a vocação audiovisual do Inhotim, que tem em sua coleção trabalhos audiovisuais de grandes artistas, como William Kentridge, Steve McQueen e Anri Sala, além de importantes obras sonoras, como as dos artistas Doug Aitken e Janet Cardiff”, pontua a curadora assistente Cecília Rocha.

O público poderá conhecer obras como a escultura virtual Oil Stick Work (Angelo Martínez / Richfield, Kansas), 2008, do artista John Gerrard (Irlanda, 1974); a projeção de slides com áudio Have You Ever Seen the Snow?, 2010, de Mario García Torres (México, 1975), e o vídeo I See a Woman Crying (Weeping Woman), 2009, de Rineke Dijsktra (Holanda, 1959), os quais não foram mostrados anteriormente no Inhotim. Também estarão em exposição obras de Jorge Macchi (Argentina, 1963), Marcellvs L. (Belo Horizonte, 1980), Peter Coffin (EUA, 1972), Phil Collins (Inglaterra, 1970) e Susan Hiller (Estados Unidos, 1940).

Programação Inauguração 2018

Exposições

Galeria Lago
“Lamelas, Irwin, Kusama: Sobre a Percepção”

Galeria Praça
“Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos”

Galeria Fonte
“Para Ver o Tempo Passar”
John Gerrard, Jorge Macchi, Marcellvs L., Mario Garcia Torres, Peter Coffin, Phil Collins, Rineke Dijkstra, Susan Hiller

Visitação

No dia da abertura, as galerias poderão ser visitadas das 9h30 às 17h30. Visitas mediadas em português e inglês acontecerão ao longo do dia

Performances

– Time [Tempo]

David Lamelas

11h:42, em frente à Galeria Lago

 

Compre seu ingresso aqui.

 

Legenda da imagem: Paul Pfeiffer, Vitruvian Figure, 2008, detalhe.
Cortesia do artista e Galeria Paula Cooper Nova York.


Inhotim will unveil four new projects by major contemporary artists in September

 New shows will spotlight works by David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin and Yayoi Kusama, as well as audiovisual works by eight other artists

An international touchstone for its permanent installations of important works of contemporary art by leading artists, Instituto Inhotim will open a new temporary exhibition on 6 September.

Four large projects by artists David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin and Yayoi Kusama — along with an exhibition dedicated to audiovisual works — will occupy the three temporary galleries “Lago”, “Praça” and “Fonte”. A large number of works that have never been seen in Brazil before will go on show for the first time in this presentation, which is focused on perception and time, and on different forms of audiovisual production both in Brazil and beyond. On the opening day, the Argentine artist David Lamelas will do the performance Time. The public will also be able to see Stallwitter (Stable Storm), performed jointly by Brazilian artist Marcellvs L. and German artist Daniel Löwenbrück.

“Our aim is to establish a dialogue among works by renowned artists of various nationalities and generations, introducing visitors to names that are still little-shown in Brazil,” says Inhotim’s curator and artistic director Allan Schwartzman. “Internationally important artists who have significantly influenced the history of art — such as Robert Irwin — give rise to new perceptions on space, for example. This exhibition is an excellent opportunity for presenting other works from the collection and to re-create connections with the works for which Inhotim is already known.”

For two artists, Robert Irwin and Yayoi Kusama, this exhibition is a prelude to important large-scale projects that will be unveiled over the next few years at Inhotim. The institute is planning the open-air installation of a large-scale sculpture that Irwin has designed specially for Inhotim. Meanwhile, the construction of a permanent gallery dedicated to Kusama, sponsored by the Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), is in development.

GALERIA LAGO 

Galeria Lago will feature the exhibition “Lamelas, Irwin, Kusama: Regarding Perception”, which brings together works by three great names in the history of contemporary art. Visitors will be able to view historical works by David Lamelas; Black³, 2008, by North American artist Robert Irwin—being shown here for the first time in Brazil; and the installation I’m Here, But Nothing, 2000, by Japanese artist Yayoi Kusama.

“The show has historical breadth and covers interesting territory insofar as it brings together artists from different nationalities who began their careers in the same period, during the 1950s and 1960s,” says Inhotim’s adjunct artistic director María Eugenia Salcedo. “There is a generational dialogue among them; all three artists research new forms of artistic production that appropriate less standard material — such as light, architecture, everyday objects and the body itself. Their focus is not on the object, but rather on perception, sensations and the ways in which sculptural elements alter our experience with space and with works of art.”

David Lamelas (Argentina, 1946) will be showing the works Corner Piece, 1966/2018, Límite de una Proyección I, 1967Proyección, 1968, Situación de Cuatro Placas de Aluminio, 1966, and Untitled (Falling Wall)1993/2018The artist achieved international visibility in 1967 with his participation, at the age of 21, in the 9th Bienal de São Paulo and, in the following year, at the 36th Biennale di Venezia. For more than four decades, his works have dealt with themes including time, light, space, architecture and the dematerialization of objects. The artistic context of each place where he has lived — London, Paris, Los Angeles and New York — is essential for his production.

Robert Irwin (USA, 1928) will be presenting Black³, 2008. A pioneer of the Light and Space movement, Irwin began his career in art as a painter in the 1950s. Since then, he has explored perception as a fundamental question of art. The artist has conceived more than 55 site-conditional projects, including the Central Gardens for Getty Center, Los Angeles, 1992–98, and the architectural design and external area of Dia:Beacon, New York, 1999–2003.

Yayoi Kusama (Japan, 1929), already permanently installed at Inhotim with Narcissus Garden, 2009, will now also have the work I’m Here, But Nothing, 2000, shown at the institute. One of the most important artists to have emerged in Asia during the postwar period, Kusama has established a relationship with movements such as Surrealism, Minimalism, Pop art and Feminism. Her work refers to hallucinations that the artist has experienced since childhood and which she transposes to paintings, sculptures, drawings, collages, performances, installations, films, literature, fashion and design.

 

GALERIA PRAÇA 

The exhibition “Paul Pfeiffer, Vitruvian Experiments” will occupy one of the wings of Galeria Praça with two works by the American artist: sculpture Vitruvian Figure, 2008, and the video Empire, 2004. Born in Hawaii, with strong cultural links with the Philippines, Pfeiffer visited Inhotim last year to work together with the institute’s staff to plan the installation of his works.

Inspired by the Olympic Stadium of Sydney, Vitruvian Figure is a large-scale sculpture of almost three meters high, and with one million seats (the real capacity of the arena is 80,000 spectators). Empire presents an anthropomorphic narrative about the activity of the construction of a wasp nest, inspired by the artwork with the same title by Andy Warhol.

“In bringing together these two works, Pfeiffer evokes both the lack of life and movement in Vitruvian Figure and the power of life and creation in Empire,” says Fernanda Arruda, Inhotim’s adjunct curator. “Empire presents us with a structure — an architectural element that fits the need of the wasp — while Vitruvian Figure represents the fulfillment of the consumer’s needs. The nest is essential to the wasp while the stadium is not essential to sport. Vitruvian Figure makes a spectacle of us while reclaiming public space; Empire makes us complicit in the nest-building process, which is about procreation and the continuation of life.”

Pfeiffer became known for his digital manipulations of images of athletes and celebrities, which the artist uses to explore the common tensions of contemporary culture, shedding light on their racial, religious and technological dimensions. His works connect contemporary culture with the history of art, politics, religion and media and has been exhibited and collected by important institutions including the Whitney Museum of American Art of New York, Hammer Museum, in Los Angeles, the Contemporary Museum, in Honolulu, and the Museum of Contemporary Art of Chicago.

 

GALERIA FONTE 

Located in one of the most visited areas of Inhotim, Galeria Fonte will feature the exhibition “To See Time Go By”, dedicated to audiovisual works of art. Along an immersive path, the exhibition invites the visitor to explore new possibilities of the image. Large audiovisual projects, part of Inhotim’s collection, are being shown for the first time in Brazil.

The works on show include video, slide projection with audio, 3-D projection in real time and a video wall. “The exhibition reinforces the audiovisual vocation of Inhotim, whose collection includes audiovisual works by great artists such as William Kentridge, Steve McQueen and Anri Sala, as well as important sound works by artists Doug Aitken and Janet Cardiff,” says assistant curator Cecília Rocha.

The public will be able to get to know works such as the virtual sculpture Oil Stick Work (Angelo Martínez / Richfield, Kansas), 2008, by artist John Gerrard (Ireland, 1974); a slide projection with audio Have You Ever Seen the Snow?, 2010, by Mario García Torres (Mexico, 1975), and the video I See a Woman Crying (Weeping Woman), 2009, by Rineke Dijsktra (Holland, 1959); all of which have not been previously shown at Inhotim. The show will also feature works by Jorge Macchi (Argentina, 1963), Marcellvs L. (Belo Horizonte, 1980)Peter Coffin (USA, 1972), Phil Collins (England, 1970) and Susan Hiller (USA, 1940).

 

Schedule Opening 2018

Exhibitions

Galeria Lago

“Lamelas, Irwin, Kusama: Regarding Perception”

Galeria Praça

“Paul Pfeiffer, Vitruvian Experiments”

Galeria Fonte

“To See Time Go By”

John Gerrard, Jorge Macchi, Marcellvs L., Mario Garcia Torres, Peter Coffin, Phil Collins, Rineke Dijkstra, Susan Hiller

Visitation

On the opening day, the galleries can be visited from 9:30 a.m. to 5:30 p.m. Mediated visits in Portuguese and English will take place throughout the day.

Performances

– Time

David Lamelas

11h: 42, in front of Galeria Lago

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Image subtitle: Paul Pfeiffer, Vitruvian Figure, 2008, detail.
Courtesy of the artist and Paula Cooper Gallery, New York.