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Dança contemporânea no Inhotim

Redação Inhotim

Foi pensando na mulher e em sua relação com o espaço que a coreógrafa e dançarina francesa Cecile Proust desenvolveu o espetáculo femmeuseposturalE. Contando com um grupo de dançarinas profissionais e amadoras de diferentes gerações e origens, as performances exploram, por meio da dança contemporânea, questões como a construção do gênero feminino. Pela terceira vez em Minas Gerais, Cecile faz agora os ajustes finais para as apresentações que serão realizadas esta semana no Inhotim, nos dias 14 e 15 de março. Entre um ensaio e outro pelos jardins do Instituto, a coreógrafa fez uma pausa e conversou com o Blog do Inhotim. Sentada confortavelmente em um dos bancos de Hugo França, ela falou sobre a montagem do espetáculo no parque, a visão que tem da mulher na sociedade atual, suas influências e muito mais. Confira na entrevista a seguir.

 

Blog do Inhotim – De onde veio a ideia desse espetáculo?

Cecile Proust – De início, o Femmeuse evoca a questão do gênero, do feminismo, da arte e as ligações que se pode fazer entre esses pontos. As performances apresentadas em femmeuseposturalE são uma resposta feminina à peça do coreógrafo francês Fabrice Ramalingom, Postural: études, criada para um grupo de 15 homens. Elaboramos esse trabalho com coreografias apresentadas apenas por mulheres. Dentro dele, podemos encontrar influências de Odile Duboc [diretor francês] e do diretor americano Bob Wilson, com quem já trabalhei. Há diversas outras, mas a pintora e escultora brasileira Lygia Clark, também trouxe muitas referências.

 

BI – Qual sua visão sobre a mulher na sociedade atual e que mensagem o espetáculo pretende passar em relação a ela?

CP – É difícil definir exatamente a mulher na sociedade atual, já que são milhões delas e tão diferentes entre si. Acredito que todos devemos simplesmente deixar a palavra e o espaço livre para elas. Cada mulher deve poder se expressar das diversas maneiras possíveis que é capaz. Então, devemos abrir esse espaço e deixar emergir o invisível de dentro delas. O espetáculo explora justamente isso, a liberdade do movimento da mulher dentro do espaço ocupado por ela.

 

BI – As coreografias são montadas com bailarinas profissionais e amadoras, inclusive funcionárias do Inhotim. Qual a intenção dessa proposta?

CP – Nós buscamos justamente esses diferentes corpos trabalhando pela dança, e não apenas um. Dessa forma, podemos fazer emergir diferentes experiências e efeitos e observar como os corpos dessas mulheres se misturam uns com os outros durante a coreografia. Essa relação do profissional com o amador torna a apresentação única, diferente em cada movimento, e isso se reflete tanto para os bailarinos quanto para o público.

 

BI – Como é ter o Inhotim como cenário para essa apresentação?

CP – É formidável. Esse lugar é realmente incrível. Além disso, trabalhar coreografias que envolvam as obras Desert Park (2010), de Dominique Gonzalez-Foerster e Piscina (2009), de Jorge Macchi, como iremos fazer, é ainda mais interessante, já que ambas têm um impacto muito grande sobre o corpo, a energia e o próprio espaço. Mas, claro, todo o Inhotim é excepcional e nos causa um encantamento já de cara. Lembro-me de que na primeira vez que viemos aqui, em 2012, eu e Jacques [Hoepffner, artista visual e parceiro na elaboração do espetáculo] tivemos apenas meio dia para visitar o parque. Mas mesmo com a rápida passagem, olhamos em volta e falamos “uau!”, queremos desenvolver algum projeto aqui. Hoje isso está sendo possível.

 

BI – O que o Inhotim trouxe de único para essas performances?

CP – Bom, é importante ressaltar que as apresentações que faremos aqui são criações específicas para este lugar, relacionadas justamente com as duas obras que utilizaremos como cenário. Mesmo com as ligações que podemos fazer dessas performances com outros materiais que vieram de coreógrafos da França ou com outros trabalhos que já desenvolvi, temos no Inhotim essa relação especial com o espaço, a natureza, o clima e a vegetação, que é totalmente diferente do que estamos acostumados na Europa. Tudo isso traz elementos peculiares para as coreografias e está totalmente alinhado com essa forte relação com o ambiente que esse trabalho desenvolve.

 

BI – Quais suas expectativas para esse trabalho no Inhotim?

CP – É difícil prever o que vai acontecer, mas, muitas vezes, o que a gente espera muda um pouco na realidade. Isso acaba sendo um dos aspectos mais fascinantes dessa apresentação. Acho que o que é interessante e próprio de um trabalho artístico é se deixar transformar pelas experiências vividas e as pessoas que estão trabalhando com você. Nosso projeto é totalmente transformado por quem participa das apresentações e pelo espaço. Claro que temos uma ideia dos resultados, mas o que importa é justamente essa transformação e o que o lugar pode impactar nas performances. Sempre estamos curiosos para saber o que acontecerá. Acho que com o público acontece a mesma coisa.

 

Também ficou curioso para saber qual será o resultado da performance? Então não deixe de ir ao Inhotim conferir femmeuseposturalE. Clique aqui para saber os detalhes dessa apresentação.

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Novidades no Inhotim Escola 2014

Redação Inhotim

O segundo ano do Inhotim Escola promete movimentar a agenda de Belo Horizonte. Exposições de arte, mostras de filmes, palestras, cursos, saraus, oficinas e uma novidade: em 2014 a temática sobre o meio ambiente entra em cena com o Consumo Consciente na Praça. O projeto, que já começa em abril, vai promover a discussão sobre os hábitos de consumo da sociedade atual para construir um estilo de vida mais sustentável.

 

Entre as ações previstas para o ano está o Dia do Carbono Zero, que pretende promover a redução da emissão de gases efeito estufa. Além disso, os amantes das duas rodas vão poder participar do Pedal Verde, um circuito de bicicleta pela região centro sul de Belo Horizonte para colocar em pauta a questão da mobilidade urbana na capital mineira.

 

O Sarau realizado pelo Inhotim Escola em 2013 reuniu diversas pessoas na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
O Sarau realizado pelo Inhotim Escola em 2013 reuniu diversas pessoas na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Foto: Ricardo Mallaco

 

Já no universo das artes, também em abril o público tem a oportunidade de conversar com o curador do Inhotim Jochen Volz sobre a relação entre arte e arquitetura na construção de pavilhões de arte. Jochen já organizou diversas exposições pelo Brasil e o mundo, incluindo a mostra internacional da 53a Bienal de Veneza. Desde 2012, ele também é curador-chefe da Serpentine Gallery, em Londres. Entre outras atividades, a programação do Inhotim Escola inclui o seminário Visão Yanomami, que tem como tema o trabalho da fotógrafa Claudia Andujar. Suíça radicada no Brasil desde a década de 1950, além de registrar a vida do povo Yanomami, Andujar se tornou uma grande ativista da causa indígena no País.

 

Os antigos prédios que fazem parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade continuam abrigando parte das atividades. Mas, neste ano, o Inhotim Escola amplia suas ações para diferentes locais da capital mineira e outras cidades, deixando de ter uma sede fixa em Belo Horizonte. Até hoje, os eventos realizados pelo projeto já contaram com mais de dois mil participantes.

 

Ficou interessado? Descubra mais sobre o Inhotim Escola aqui.

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Jardim de Pedras

Redação Inhotim

Em meio aos exuberantes jardins do Inhotim, uma novidade tem chamado atenção dos visitantes. O Jardim de Pedras, próximo ao Viveiro Educador, foi inspirado nas paisagens desérticas do México e reúne plantas que, apesar de terem pouca água disponível, são ricas em beleza.

 

A ideia de criar um jardim tão diferente tem explicação. Lívia Lana, engenheira agrônoma do Inhotim, é quem responde: “Já possuíamos várias espécies, algumas, inclusive, raras. Criamos, então, um ambiente especial, em que é possível entender o contexto em que elas vivem”, revela.

 

Foto: Rossana Magri
Foto: Rossana Magri

 

Os exemplares que compõem o Jardim de Pedras são originários de desertos e também de regiões áridas do Brasil. Entre eles estão Cactáceas, Crassuláceas e Euforbiáceas. Apesar do nome complicado, são muito empregados no paisagismo e têm manutenção relativamente simples. O grande trabalho foi transformar o solo do local para receber as mudas, utilizando principalmente areia e pedras.

 

Em sua próxima visita, não deixe de conhecer esse jardim tão exótico. Para saber mais sobre o acervo botânico do Inhotim, clique aqui.

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Vá preparado!

Redação Inhotim

Está programando sua visita ao Inhotim? Confira tudo o que você precisa usar e levar para aproveitar ao máximo essa experiência.

 

Vista uma roupa confortável

Atualmente, o Inhotim possui 110 hectares de visitação. Para se ter uma ideia, esse valor corresponde a mais de 100 campos de futebol! Por isso, eleger peças leves e adequadas a esse ambiente é fundamental para caminhar entre obras e galerias. Nos pés, dê preferência a um sapato fechado, como o tênis, já que há trechos com subida, calçamento de pedra e passagens por dentro da mata.

Fotos: Rossana Magri e Juliano Arantes
Fotos: Rossana Magri e Juliano Arantes

 

 

Organize a bolsa

Anote aí: máquina fotográfica é indispensável. A dobradinha arte e jardim, somada a uma paisagem que mistura Mata Atlântica e Cerrado, é única e rende imagens incríveis. Fotos só não são permitidas dentro das galerias, mas do lado de fora, o céu é o limite para a criatividade! Quem fotografa com o celular e usa o aplicativo Instagram ainda pode postar com a hashtag #inhotim. Não deixe faltar também protetor solar, óculos de sol e um casaquinho, pois no outono e inverno os dias começam bem frios com a bruma típica do local.

Fotos: Rossanan Magri e Juliano Arantes
Fotos: Rossanan Magri e Juliano Arantes

 

 

Cheque a previsão do tempo

Se o dia for de calor, boné e chapéu vão protegê-lo melhor do sol. Dica: para se manter hidratado, leve uma garrafinha de água na mão. Apesar de não ser permitido entrar com comidas e bebidas no Inhotim, você pode encher seu squeeze em um dos bebedouros espalhados em pontos estratégicos do parque, como a recepção, a saída da Galeria Adriana Varejão ou a entrada do jardim de letras da artista Marilá Dardot. Se a previsão for de chuva, leve sombrinha ou capa.

Fotos: Rossana Magri e Juliano Arantes
Fotos: Rossana Magri e Juliano Arantes

 

 

Esteja pronto para aprender

O Inhotim é um lugar de arte, botânica, arquitetura, mas especialmente de transformação. Além do acervo e os espaços físicos estarem em constante ampliação, visitar o parque é uma experiência de emoção e sensibilidade capaz de despertar novos olhares para o mundo. Por isso, estar munido de lápis e papel para anotar suas sensações pelo caminho pode ajudá-lo a organizar esse turbilhão a refletir sobre todo o passeio.

Fotos: Rossana Magri e Juliano Arantes
Fotos: Rossana Magri e Juliano Arantes

 

Depois dessas dicas, prepare corpo, alma e mochila para mergulhar no Inhotim. Se ainda assim você se esquecer de algo, fique tranquilo. A loja design, na recepção do Instituto, oferece de capa de chuva a livros de arte, que vão livrar você de qualquer apuro! Saiba mais aqui.

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De onde vem o Carnaval?

Redação Inhotim

Nem todo mundo sabe, mas o Carnaval é muito mais antigo que os trios de Dodô e Osmar em Salvador, na Bahia. Essa festa popular tem suas origens em celebrações como a Saturnália, quando Roma Antiga parava para festejar o deus Saturno. Segundo a mitologia, foi ele quem ensinou a prática da agricultura aos homens e, nesses dias de festa em que aconteciam em dezembro, os amigos se presenteavam com flores e alimentos típicos da estação.

 

Pegando carona nessa história, quem visitar o Inhotim durante o Carnaval será presenteado com sementes de palmeira licuri (Syagrus) e butiá (Butia) como forma de agradecer à natureza e ao público por fazerem do parque um lugar tão único e transformador. Essas espécies não foram escolhidas por acaso. Além de marcarem presença nos jardins do Inhotim, elas estão retratadas em diversas obras do artista Luiz Zerbini, expostas na mostra amor lugar comum, instalada na galeria Praça desde outubro de 2013.

 

Pintura e jardim: detalhe da obra "Lago Quadrado" (2010), de Luiz Zerbini, e a mesma planta no acervo botânico do parque.
Pintura e jardim: detalhe da obra “Lago Quadrado” (2010), de Luiz Zerbini, e a mesma planta no acervo botânico do parque. Fotos: Rossana Magri

 

Em referência à obra Olê ô picolê (2007), de Marepe (leia sobre o artista aqui), exposta na galeria Lago, os educadores farão intervenções junto aos carrinhos de picolé que circularão pelo parque. Os visitantes irão receber recortes de textos sobre o artista ou escritos por ele, num convite para conhecer seu trabalho.

 

Já os foliões-mirins poderão confeccionar máscaras de carnaval com materiais que seriam descartados. As ações acontecem pelo parque, de sábado (1/3) a terça-feira (4/3), de 10h às 12h e de 14h às 16h. Para saber mais clique aqui.