Com mais de 30 anos de carreira, Lenine não tem medo de arriscar. Em seus trabalhos, o cantor combina sonoridades, descobre referências, promove intercâmbios. No próximo sábado, 13/09, essa mistura toma conta do Inhotim. O artista sobe o palco do Inhotim em Cena ao lado da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais para apresentar outra versão de seu repertório. Em uma gostosa conversa com o Blog do Inhotim, Lenine falou da ansiedade para esse show inédito e contou que pretende lançar um novo CD no próximo ano, quem sabe até com referências da visita ao Instituto. Confira!
Blog do Inhotim É a primeira vez que você se apresenta com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e no Inhotim. Como está sua expectativa?
Lenine Já tive experiências com outras orquestras, como a Orchestre National d’Île-de-France, a Orquestra de Rouen, a Camerata Florianópolis, a Orquestra Jovem das Gerais… Estou muito feliz em tocar agora com eles e adaptar meu repertório para a palheta de sons da Sinfônica. Além disso, fico muito feliz por essa reunião acontecer no Inhotim. Nunca estive ai, mas já vi muitas matérias, ouvi diversas coisas boas de amigos que já foram e tenho uma expectativa muito grande. Vai ser um encontro carregado de emoção, espero retribuir a altura do cenário.
BI Alguns de seus trabalhos, como Chão, têm sonoridades diversas, palmas, pássaros… Como foi fazer essa transposição para o instrumental?
L Como já fiz outros projetos com orquestras, naturalmente, ao longo do tempo, fui experimentando meu repertório nesse ambiente e, assim, pincei essas canções que vamos tocar. A grande questão é que no Inhotim não é só música, ou arte visual, ou botânica, é toda essa atmosfera criativa e vai ser muito especial fazer minha música nesse ambiente.
BI Você pode contar um pouquinho sobre o repertório escolhido?
L Sabe como é, as canções são como filhos, os mais novos acabam sempre ganhando mais atenção. É o caso com o repertório de Chão, meu último CD. Mas nesse espetáculo, no Inhotim, também vou tocar minhas canções mais conhecidas. “Hoje eu quero sair só”, “Paciência” e “Jack Soul Brasileiro” estão garantidas!
BI Por falar no Chão, ele é seu ultimo álbum, lançado em 2011. Você pretende lançar algo novo por agora?
L Gosto dessa diversidade de formações que faço: com banda, sinfônica, câmara… São formas diferentes de apresentar o disco. Mas descobri, ao longo da vida, que o tempo de vida útil de um trabalho é de 2 anos e meio, 3 anos. Até o fim de 2014 tenho shows desse CD, mas já estou mergulhado em fazer um novo projeto. É assim: você mira em uma coisa e acerta outra, por isso, não sei dizer ainda como vai ser, mas quero lançar um disco novo no próximo ano.
BI E no Inhotim, o que você pretende ver? A gente sabe que você é apaixonado por orquídeas e temos uma grande coleção delas…
Sou um orquidólatra (risos)! Quero ver o Vandário sim, e pretendo respirar um pouco desse espaço tão especial como um todo. E tenho essa coisa, gosto de arte e gosto desse diálogo entre as artes. Mesmo não sabendo em que dosagem, essas experiências me influenciam. Posso dizer que meu anzol de captura para compor é basicamente visual.
BI Então pode surgir algo dessa visita?
L Sempre surge. O material que você usa para criar vem da sua experiência, do que você vivencia. Talvez não fique tão explicito para o público, mas, quem concebe, sabe. Por isso, no Inhotim, quero estar atento a tudo!