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Restaurant Week no Inhotim

Redação Inhotim

Em sua 9ª edição na capital mineira, o festival Restaurant Week chega pela primeira vez ao Restaurante Tamboril, no Inhotim. Com a proposta de oferecer o melhor da gastronomia a preços democráticos, o evento acontece de 15 a 28 de setembro, e propõe que os estabelecimentos participantes elaborem um menu especial com entrada, prato principal e sobremesa, ao preço fixo de R$ 37,90 para almoço e R$ 49,90 para jantar, juntamente com a doação de R$ 1 para o Hospital da Baleia, em Belo Horizonte.

 

Com ambiente agradável e integrado aos jardins e ao acervo de arte contemporânea do Instituto, o Restaurante Tamboril vai oferecer durante o festival duas opções de entrada, prato principal e sobremesa para o almoço, além do tradicional buffet de saladas e pratos quentes. É possível fazer reserva gratuitamente por meio do site www.restaurantweek.com.br. Confira as opções de cardápio:

 

Entrada

Salada à Moda Tamboril (mix de folhas, frutas da estação e molho mostarda e mel)

ou

Salada Italiana (mix de folhas, tomate cereja, azeitonas, muçarela e pães)

 

Prato principal

Cordeiro com farofa de alecrim e peras ao molho de maracujá

ou

Linguado com risoto de rúcula, tomate seco e brócolis

 

Sobremesa

Tarte Tatin de banana

ou

Pavê de abacaxi

 

Serviço:

Restaurante Tamboril

Instituto Inhotim – Rua B, 20 – Brumadinho/MG

Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 12h às 16h. Sábado, domingo e feriado, das 12h às 17h

Cartões: Visa, Mastercard e American Express

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Lenine + Sinfônica no Inhotim

Redação Inhotim

Com mais de 30 anos de carreira, Lenine não tem medo de arriscar. Em seus trabalhos, o cantor combina sonoridades, descobre referências, promove intercâmbios. No próximo sábado, 13/09, essa mistura toma conta do Inhotim. O artista sobe o palco do Inhotim em Cena ao lado da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais para apresentar outra versão de seu repertório. Em uma gostosa conversa com o Blog do Inhotim, Lenine falou da ansiedade para esse show inédito e contou que pretende lançar um novo CD no próximo ano, quem sabe até com referências da visita ao Instituto. Confira!

 

Blog do Inhotim – É a primeira vez que você se apresenta com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e no Inhotim. Como está sua expectativa?
Lenine – Já tive experiências com outras orquestras, como a Orchestre National d’Île-de-France, a Orquestra de Rouen, a Camerata Florianópolis, a Orquestra Jovem das Gerais… Estou muito feliz em tocar agora com eles e adaptar meu repertório para a palheta de sons da Sinfônica. Além disso, fico muito feliz por essa reunião acontecer no Inhotim. Nunca estive ai, mas já vi muitas matérias, ouvi diversas coisas boas de amigos que já foram e tenho uma expectativa muito grande. Vai ser um encontro carregado de emoção, espero retribuir a altura do cenário.

 

BI – Alguns de seus trabalhos, como Chão, têm sonoridades diversas, palmas, pássaros… Como foi fazer essa transposição para o instrumental?
L – Como já fiz outros projetos com orquestras, naturalmente, ao longo do tempo, fui experimentando meu repertório nesse ambiente e, assim, pincei essas canções que vamos tocar. A grande questão é que no Inhotim não é só música, ou arte visual, ou botânica, é toda essa atmosfera criativa e vai ser muito especial fazer minha música nesse ambiente.

 

BI – Você pode contar um pouquinho sobre o repertório escolhido?
L – Sabe como é, as canções são como filhos, os mais novos acabam sempre ganhando mais atenção. É o caso com o repertório de Chão, meu último CD. Mas nesse espetáculo, no Inhotim, também vou tocar minhas canções mais conhecidas. “Hoje eu quero sair só”, “Paciência” e “Jack Soul Brasileiro” estão garantidas!

 

BI – Por falar no Chão, ele é seu ultimo álbum, lançado em 2011. Você pretende lançar algo novo por agora?
L – Gosto dessa diversidade de formações que faço: com banda, sinfônica, câmara… São formas diferentes de apresentar o disco. Mas descobri, ao longo da vida, que o tempo de vida útil de um trabalho é de 2 anos e meio, 3 anos. Até o fim de 2014 tenho shows desse CD, mas já estou mergulhado em fazer um novo projeto. É assim: você mira em uma coisa e acerta outra, por isso, não sei dizer ainda como vai ser, mas quero lançar um disco novo no próximo ano.

 

BI – E no Inhotim, o que você pretende ver? A gente sabe que você é apaixonado por orquídeas e temos uma grande coleção delas…
Sou um orquidólatra (risos)! Quero ver o Vandário sim, e pretendo respirar um pouco desse espaço tão especial como um todo. E tenho essa coisa, gosto de arte e gosto desse diálogo entre as artes. Mesmo não sabendo em que dosagem, essas experiências me influenciam. Posso dizer que meu “anzol de captura” para compor é basicamente visual.

 

BI – Então pode surgir algo dessa visita?
L – Sempre surge. O material que você usa para criar vem da sua experiência, do que você vivencia. Talvez não fique tão explicito para o público, mas, quem concebe, sabe. Por isso, no Inhotim, quero estar atento a tudo!

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A cidade adormecida

Redação Inhotim

O escultor modernista Ji?í Lang provavelmente não poderia imaginar que, quase dez anos depois de sua morte, as obras que criou na República Tcheca durante o regime soviético seriam exibidas no Brasil. Apesar de seu trabalho ter sido considerado promissor na época, a uniformidade e o controle impostos pelo governo fizeram com que as esculturas permanecessem adormecidas no ateliê, em Praga.

Em 2011, seu filho, Dominik Lang, ressignificou as esculturas criando a instalação The Sleeping City [A cidade adormecida].  Dominik organizou no espaço as peças esquecidas do pai, fracionando-as e cercando-as com barreiras físicas como armários, mesas e outros objetos. A obra, que esteve na 54ª Bienal de Veneza e agora entra em exposição no Inhotim, sugere um questionamento sobre a visibilidade e o destino da arte.

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Dominik Lang cresceu vendo as esculturas do pai adormecerem no ateliê.

O interesse na lógica da produção artística e na modificação do espaço já acompanhavam o jovem artista nas suas primeiras criações. Dominik Lang frequentemente se coloca entre o papel do autor e do arquiteto, fazendo intervenções efêmeras que alteram a forma como percebemos os objetos e lugares. Ao escolher como matéria-prima o trabalho do pai, Dominik cria um encontro improvável entre as duas gerações.

Da próxima vez que visitar o Inhotim, não deixe de passar pela Galeria Lago para ver o trabalho de perto.

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O artista participou da montagem da instalação junto com o curador Rodrigo Moura na Galeria Lago, no Inhotim. Foto: Daniela Paoliello.
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Naná Vasconcelos em Brumadinho

Redação Inhotim

“O melhor instrumento é o corpo, o resto é consequência disso”. Foi assim que o músico Naná Vasconcelos, um dos maiores percussionistas do mundo, iniciou sua oficina de percussão na comunidade quilombola de Marinhos, distrito de Brumadinho, realizada no último sábado, 30/08. Durante a tarde, crianças e jovens do projeto de iniciação musical em percussão desenvolvido pelo Inhotim puderam conversar com o artista e descobrir novas formas de fazer música.

 

Primeiro o ritmo foi marcado com os pés. Depois, Naná estimulou todos a usar as mãos e, finalmente, a voz. Nada de instrumentos musicais convencionais. Essa composição de movimentos e sons permitiu o autoconhecimento corporal, a conscientização respiratória e o senso de grupo dos participantes. Apesar de simples, os gestos carregam a força da musicalidade afro-brasileira, traço marcante na cultura quilombola, e são fundamentais para preservá-la. “Aqui, na comunidade, já nascemos com a música dentro de nós. Um dom que passa por gerações, pelas Guardas de Congado e Moçambique”, afirma Rhayane Estefanie Alves, 14 anos, participante da oficina e integrante do projeto de percussão do Inhotim.

 

Rhayane Estefanie Alves, integrante do projeto de percussão do Inhotim. Foto: Rossana Magri
Rhayane Estefanie Alves, integrante do projeto de percussão do Inhotim. Foto: Rossana Magri

 

No domingo, Naná Vasconcelos abriu a programação de grandes shows do Inhotim em Cena. Acompanhado do multi-instrumentista Lui Coimbra, o percussionista levou o berimbau da capoeira para o centro do palco, nos jardins do Instituto. Em uma mistura de brasilidade e som erudito, planejamento e improvisação, os artistas criaram um repertório singular que emocionou o público. “Percussão é símbolo de vida. Se não tiver percussão, quer dizer, se o coração não bater, não tem vida”, define Naná.

 

Naná Vasconcelos fez show nos jardins do Inhotim no domingo, como parte da programação do Inhotim em Cena. Foto: Daniela Paoliello.
Naná Vasconcelos fez show nos jardins do Inhotim no domingo.  Foto: Daniela Paoliello.

 

O Inhotim em Cena 2014 é amparado pela Lei Federal de Incentivo a Cultura, Ministério da Cultura, tem a apresentação da Pirelli, patrocínio dos Correios e apoio da Saritur. Não deixe de conferir os próximos shows do Inhotim em Cena! Clique aqui e veja a programação.

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O jardim de Carroll Dunham

Redação Inhotim

Se você pensa que com apenas uma visita conseguiria conhecer o Inhotim inteiro, saiba que não vai ser tão fácil assim. Hoje, para experimentar todos os cantos, incluindo galerias e jardins, já são necessários, em média, três dias. A partir da próxima semana, o passeio fica ainda mais interessante.

 

A gente explica: a cada ano, o Inhotim modifica exposições em alguma das quatro galerias temporárias ou inaugura galerias permanentes. Agora em setembro, o Instituto apresenta novos trabalhos na Galeria Lago (saiba mais aqui) e abre seu décimo oitavo espaço dedicado a um artista específico, dessa vez, o norte-americano Carroll Dunham.

 

Seu primeiro contato com os curadores do Instituto aconteceu em 2005 – antes mesmo do parque ser aberto para visitação. Desse encontro, surgiu o convite para que Dunham levasse a experiência do Inhotim para suas referências e criasse algo novo.

 

Nascido em New Haven (EUA), em 1949, Carroll Dunham começou a produzir no fim da década de 1970, em Nova York, onde vive até hoje. As influências que marcam seu trabalho nesse percurso vão do expressionismo abstrato à pop art, passando pelo surrealismo, com um toque de erotismo e a estética de desenhos animados.

Carroll Dunham, Large Bather  (quicksand), 2006-2012.
Carroll Dunham, “Large Bather (quicksand)”, 2006-2012.

O resultado dessa mistura foi a criação de um estilo bastante próprio: cenas em que desenhos geométricos coexistem com formas orgânicas, a abstração dialoga com a arte figurativa e a dualidade entre natureza e cultura se revela por cores vibrantes. A representação do corpo com um forte conteúdo sexual também é um traço marcante de sua produção. Isso pode ser observado na série de pinturas de banhistas, à qual o artista dedicou inúmeras telas desde os anos 2000.

 

Para o Inhotim, Dunham criou um ciclo de cinco pinturas entitulado Garden [Jardim, 2008]. Concluídas em 2008, as obras entram em exposição pela primeira vez agora, em uma antiga casa de fazenda dentro da área do parque. O espaço foi adaptado especialmente para a exposição.

Além dos traços pretos característicos que descrevem as figuras, a forma do espiral se tornou um código pictórico no trabalho de Dunham. (Carroll Dunham, Garden  1, 2008. Cortesia Gladstone Gallery, Nova York e Bruxelas. Foto: David Regen)
Além dos traços pretos característicos que descrevem as figuras, a forma do espiral se tornou um código pictórico no trabalho de Dunham. (Carroll Dunham, “Garden 1”, 2008. Cortesia Gladstone Gallery, Nova York e Bruxelas. Foto: David Regen)

Antes de integrar as exposições permanentes do Inhotim, trabalhos de Carroll Dunham já estiveram presentes em outras instituições renomadas do mundo da arte, como o Museum of Modern Art, em Nova York, o Musée d’Art Moderne, de Paris, e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madrid.

 

O artista não faz suposições sobre o futuro da arte ou mesmo da pintura. Ao ser questionado sobre o tema pelo Blouin Artinfo, ele devolve: “Eu não tenho a menor ideia do que o futuro reserva, mas as pessoas parecem precisar de imagens”.

 

Programe sua visita ao Inhotim e conheça as obras que compõem Garden (2008).