Vem chegando um final de semana cheio de música para dar início aos primeiros shows do Inhotim em Cena. Lucas Santtana e Luiz Melodia se apresentarão neste sábado, 12 de setembro, e neste domingo,13 de setembro, respectivamente, tendo o Magic Square como cenário.
Fizemos um resumo dos shows e da carreira dos artistas para vocês conhecerem melhor cada um deles.
Lucas Santtana | Sobre Noites e Dias
O cantor baiano Lucas Santtana, 44 anos, ao lado de Arto Lindsay, compôs a trilha usada no carnaval de 2005, em Salvador, durante a performance que é um dos desdobramentos da obra De Lâma Lamina que faz parte do acervo do Inhotim. Neste sábado, 12 de setembro, o artista vai ao parque pela primeira vez, não só para conhecer a obra de Matthew Barney, mas para subir ao palco cantando seu mais recente álbum Sobre Noites e Dias. Mesmo tendo a pegada eletrônica, cuidamos para ser um CD bem orgânico, que não deixasse perder a emoção do ao vivo, explica.
Ao lado de Caetano Malta e Bruno Buarque, Santtana produziu o novo álbum, usando sons sintéticos, abusando do pedal de guitarra e de equipamentos que provocam efeitos específicos nas músicas. As ideias para cada faixa surgiram durante as turnês feitas pelo trio pela América do Sul e Europa. Segundo o cantor, esse foi um dos trabalhos mais rápidos de lançar justamente por ser apenas uma síntese do que já havia sido criado nas viagens. Esse CD é resultado de toda uma experiência na estrada, é um laboratório desse trio, diz.
A diversidade de influências musicais explica um pouco sobre os diferentes estilos adotados em cada um dos seis discos gravados por Lucas Santtana. Em cada um, o artista arrisca novos estilos, do dub ao funk brasileiro, passando pela voz e violão e chegando até a música eletrônica. É tanta coisa diferente que às vezes meu som parece ser vários, diz. Para escutar o novo CD de Lucas Santtana, clique aqui.
Show Lucas Santtana Quando: 12 de setembro, às 15h. Onde: Palco Magic Square.
Luiz Melodia | Voz e violão
Foi na viola do pai Oswaldo Melodia que o cantor carioca Luiz Melodia aprendeu os primeiros acordes, ainda pequeno. Hoje, aos 64 anos, são mais de quatro décadas de uma carreira com 14 álbuns lançados. A mistura de ritmos típica em seus trabalhos é o resultado de uma vida com os ouvidos colados no rádio. Desde pequeno, eu chegava da escola e já ligava pra escutar tudo que viesse. E assim fui conhecendo bandas, sons daqui e de lá, fui percebendo que a nossa música brasileira é riquíssima, do folclore ao samba. E isso, além a influência do meu pai, foi me construindo como músico e compositor, relembra.
Acompanhado de Renato Piau, seu violão e braço direito no palco, Melodia se reinventa a cada apresentação. Dessa vez, o artista aproveita para levar ao público algumas músicas do seu mais recente trabalho, o álbum Zerima. Sucessos antigos como Pérola Negra, Magrelinha e Negro Gato também fazem parte do repertório para não decepcionar o público saudosista.
Grande admirador da música mineira, Luiz Melodia se sente honrado em estar no Estado, onde tem um público consagrado ao longo de tantos anos de carreira. É uma parceria preciosa que eu pretendo cultivar sempre. Espero que seja mais um grande encontro, diz.
O rosto de menina de Ana Pi disfarça os 28 anos da mineira que dedica sua vida à dança, em Paris, há uma década. De visita no Brasil, a artista apresenta sua performance no Inhotim neste sábado, 5 de setembro, uma mistura entre danças urbanas e projeções de imagens. Para mim esse trabalho é sobre a pesquisa. E como desafio de interprete, estou provando as várias danças de rua que existem. Com isso, experimento outros mundos, várias histórias e relações com o outro, diz.
O trabalho de Ana Pi também busca entender o alcance imediato que a web vem proporcionando na divulgação da dança urbana. Segundo ela, é importante considerar o alcance de vídeos como o Passinho do Romano, com mais de 100 mil visualizações, que acabou virando febre no Brasil atualmente. Hoje em dia, formação de publico é super difícil. Essas danças, quando giram o país dessa forma, elas tem o poder de reunir, agrupar, de dar sentido pra vida de muita gente que se identifica com elas. Eu acho lindo essa relação entre o poder da arte com a intimidade de cada um , explica.
Nesta terça-feira, Ana Pi participou de uma oficina no parque junto aos jovens integrantes do Laboratório Inhotim. Durante a aula, a artista convidou o grupo a dançar e aproveitou para resgatar a trajetória de danças urbanas de diferentes partes do mundo, explicando a influência da história local em cada gesto. Tendo a cultura pop como grande referência, a artista usou exemplos muito presentes na vida dos jovens para explicar um pouco sobre os movimentos gerados pelas danças de rua. Se esses artistas comerciais já são super inventivos, a galera que está na origem desses movimentos me impressiona tanto como uma obra de arte contemporânea consagrada, pontua.
Integrantes do Laboratório Inhotim tiveram a chance de conhecer um pouco mais sobre a dança contemporânea com a artista mineira. Foto: William Gomes
A oficina também foi realizada em parceria com a Família de Rua e o centro cultural Lá da Favelinha, em Belo Horizonte . Em uma noite contagiada por uma mistura de ritmos, passos de baunce, jazz, funk, vogue e diversos outros estilos urbanos foram usados nos exercícios propostos por Ana Pi. A ideia é experimentar a energia do gesto, explica a artista. O evento possibilitou o encontro entre vários dançarinos de rua, amadores e profissionais, de todas as idades, pessoas que veem na dança uma das melhores formas de expressão.
Dançar o mundo – das ruas à web 2.0, performance de Ana Pi Quando: 5 de setembro, às 15h. Onde: Teatro Inhotim.
Oficina no Centro Cultural Lá da Favelinha recebeu Ana Pi para uma noite de mistura de dança e troca de conhecimentos. Foto: Laura de Las Casas
*Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.
Em agosto, o Inhotim alcançou a marca de 2 milhões de visitantes, dos mais diversos lugares e realidades, desde quando o parque foi aberto ao público, em 2006. Para comemorar a presença de quem mantém o Instituto vivo, o segundo semestre vai contar com novas exposições, performances e shows de grandes nomes da música brasileira. Entre as atrações, estão Maria Bethânia, Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum, Luiz Melodia e uma homenagem a Fernando Brant. Confira tudo sobre quem chega para se apresentar no Inhotim nos próximos meses e sobre as novas obras que serão exibidas no parque.
SETEMBRO 5/09, 15h Dançar o mundo das ruas à web 2.0, performance de Ana Pi Teatro Inhotim (entrada por ordem de chegada 210 lugares)
A artista Ana Pi realiza performance baseada nas danças urbanas das grandes cidades do mundo, surgidas em subúrbios ou em contextos underground. A apresentação mostra a relação da artista tanto com a dança funk do Brasil como com os ritmos africanos e norte-americanos, criando um diálogo explícito entre nacional e internacional. Haverá uma conversa com o público após o espetáculo.
Entrada por ordem de chegada, 30 minutos antes da apresentação. Compre seu ingresso para o parque neste dia.
12/09, 15h Lucas Santtana Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)
Comemorando 15 anos de carreira com a turnê de um de seus mais recentes álbuns, “Sobre Noites e Dias”, Lucas Santtana se apresenta no Inhotim em um show dançante e animado. Com faixas inspiradas em crônicas do dia a dia, como a divertida Montanha Russa Sentimental, o cantor baiano também resgata os últimos trabalhos lançados, tocando alguns de seus sucessos.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
13/09, 15h Luiz Melodia, voz e violão
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)
Com mais de quarenta anos de carreira, Luiz Melodia se mostra cada vez mais versátil e criativo, compondo músicas que passam pelo blues, choro e samba. O show conta com seus maiores sucessos, como Pérola Negra, Magrelinha e Estácio, eu e você. Acompanhado de Renato Piau, seu violão e braço direito no palco, Melodia se reinventa a cada apresentação tornando sempre uma surpresa suas músicas já consagradas.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
19/09, 15h – Orquestra Jovem Inhotim
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)
Concertos especiais marcam a participação da Orquestra Jovem Inhotim na programação do Inhotim em Cena. A Orquestra é formada pelos alunos da Escola de Cordas do Inhotim que se apresentam sob a regência do maestro César Timóteo, diretor artístico do projeto. Com programação diversificada, o grupo leva ao público obras de diferentes estilos musicais, valorizando a música instrumental. A orquestra conta com 30 instrumentistas entre violinistas, violistas, violoncelistas e contrabaixistas. No repertório, obras dos compositores: Mozart, Vivaldi, Villa Lobos, Tom Jobim e Milton Nascimento.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
20/9, 15h – Carminho
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)
A cantora e compositora portuguesa de fado é ilha da também fadista Teresa Siqueira e uma das mais talentosas e inovadoras cantoras de fado da sua geração. No show, ela vai interpretar também outros gêneros musicais, como a música popular portuguesa, MPB, jazz, música pop e rock. Carminho se apresenta pela primeira vez em Minas Gerais após espetáculos com lotação esgotada nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A artista, que no Brasil já gravou com Chico Buarque, Milton Nascimento, Nana Caymmi e Marisa Monte, apresenta no Inhotim Em Cena canções de seu terceiro disco, Canto.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
OUTUBRO 1/10 Novas exposições temporárias
No dia 1º de outubro, o Inhotim inaugura diversas obras do acervo. Entre as novidades, está uma videoinstalação do sul-africano William Kentridge. O artista, que em 2013 passou por Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre com uma mostra itinerante dedicada à sua produção, chega ao Inhotim com o trabalho I am not me, the horse is not mine. Composto por oito projeções em tamanho monumental, a obra vai ocupar um galpão de 600 m² e promete ser uma das principais atrações do Instituto para 2015. O trabalho já esteve em exibição na Tate Modern, em Londres, e no MoMA, em Nova York, e fica no lugar de The Murder of Crows, de Janet Cardiff e Georges Bures Miller.
Na Galeria Fonte, a exposição Do Objeto para o Mundo Coleção Inhotim apresenta para o público do Inhotim trabalhos da coleção que nunca foram exibidos anteriormente no parque. Mais de 50 obras, dos anos de 1950 até hoje, propõem um recorte do acervo que examina a formação do campo da arte contemporânea a partir da coleção e do programa da instituição, inaugurada ao público em 2006. A mostra já passou por Belo Horizonte e São Paulo, somando um público de mais de 100 mil pessoas.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
1/10, 15h – Bixiga 70
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)
A inauguração das novas exposições temporárias será celebrada com show da banda Bixiga 70, que lança seu terceiro disco. O grupo mantém o ritmo dançante que passa por dub e reggae, cumbia e carimbó, ethio-jazz e samba-jazz, construído em frases e solos, harmonias e dinâmicas, claves e improvisos. Os dez integrantes fazem uma apresentação altamente dançante.
Entrada por ordem de chegada. Compre seu ingresso, aqui.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
3 e 4/10, 15h – Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum
Palco Magic Square (ingressos específicos para o público do show 1.500 lugares)
A artista homenageia Milton Nascimento no Inhotim ao lado de Jaques Morelenbaum. Em um show em formato de recital, de voz e violoncelo, o repertório de Milton será interpretado de forma especial. O show não se prende a cronologias. Tanto eu como o Jaques, temos uma memória afetiva recheada pelo repertório do Milton e esse foi o critério que adotamos para a seleção das músicas, conta Zélia. Entre elas, Canção Amiga, Cravo e Canela, Encontros e Despedidas, O que foi feito deverá, Ponta de Areia e San Vicente.
O show acontecerá em área reservada, com ingressos vendidos separadamente a R$40 (inteira). O ingresso para visitar o Inhotim neste dia não inclui a entrada no espaço do show. A meia-entrada é válida para Amigos do Inhotim e para os demais públicos que possuem esse benefício. Confira aqui.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
10 e 11/10, 15h- Homenagem a Fernando Brant – Canções da América
Palco Magic Square (ingressos específicos para o público do show 1.500 lugares)
Amigos do compositor Fernando Brant e vozes da nova geração da música de Minas se reúnem no Inhotim em apresentação que homenageia o artista. Entre os convidados estão Toninho Horta, Tavinho Moura, Beto Guedes, Flávio Venturini, Quarteto Cobra Coral, Amaranto, Juliana Perdigão e Marina Machado. O show tem roteiro de Murilo Antunes, direção musical de Flávio Henrique e direção artística de Antonio Grassi.
O show acontecerá em área reservada, com ingressos vendidos separadamente a R$40 (inteira). O ingresso para visitar o Inhotim neste dia não inclui a entrada no espaço do show. A meia-entrada é válida para Amigos do Inhotim e para os demais públicos que possuem esse benefício. Confira aqui.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
17/10, 11h – Vocal Line
Tamboril (acesso livre para os visitantes do parque)
O grupo dinamarquês conta com coro de 30 integrantes regidos pelo maestro Jens Johansen. Ao longo dos 23 anos de existência, Vocal Line tem alcançado grande reconhecimento em toda a Europa e em várias partes do mundo, apresentando-se em importantes festivais da Europa e dos Estados Unidos.
Acesso livre para visitantes do parque.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
17 e 18/10, 15h Espetáculo Bethânia e as Palavras
Palco Magic Square (ingressos específicos para o público do show 1.500 lugares)
O espetáculo Bethânia e as Palavras vai levar ao Inhotim a coletânea de poesias e textos escolhidos por Maria Bethânia em uma apresentação que mistura literatura e música. No show, poetas de todas as gerações são lidos, como Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Sophia de Mello Breyner, Padre Antonio Vieira, Caetano Veloso, Fausto Fawcet, Ferreira Gullar, entre outros. As leituras serão entremeadas por trechos de conhecidas canções brasileiras e portuguesas como ABC do Sertão (Luiz Gonzaga), Romaria (Renato Teixeira), Estranha Forma De Vida (Amália Rodrigues) e Marinheiro Só (domínio público/adaptação Caetano Veloso).
O show acontecerá em área reservada, com ingressos vendidos separadamente a R$200 (inteira). O ingresso para visitar o Inhotim neste dia não inclui a entrada no espaço do show. A meia-entrada é válida para Amigos do Inhotim e para os demais públicos que possuem esse benefício. Confira aqui.
Maria Bethânia faz apresentação que reúne poesia e música no Magic Square, em outubro.
24/10, 15h – Ars Nova
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)
Em comemoração aos 100 anos de nascimento do compositor Hans-Joachim Koellreutter, o Ars Nova – Coral da UFMG, regido pela maestrina Iara Fricke Matte apresenta um concerto especial voltado para a música erudita contemporânea. O concerto marca ainda a estreia global de duas peças: Três Canções Sacras, do compositor mineiro Eduardo Ribeiro, e Trois Chansons, de Daniel Knaggs. O Ars Nova – Coral da UFMG é o representante brasileiro desse projeto, no qual Knaggs convidou corais do mundo inteiro a criarem suas próprias leituras interpretativas da homenagem que o americano fez a Ravel e Debussy.
Entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas. Início das vendas em breve.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
25/10, 15h – Espetáculo Cobra, de John Zorn
Palco Magic Square (entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas)
Neste concerto, o Coletivo Distante apresenta improvisações em diferentes formações instrumentais, realizando versões do jogo musical Cobra (1984), do compositor novaiorquino John Zorn. O jogo utiliza de placas e sinais entre os músicos para articular uma série de modos de improvisação, cada qual com suas próprias regras.
Entrada por ordem de chegada. Lotação: 1.500 pessoas. Início das vendas em breve.
(Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.)
NOVEMBRO 26/11 Inauguração da Galeria Claudia Andujar
Em 26 de novembro deste ano, o Inhotim inaugura a galeria Claudia Andujar, projeto que vem sendo desenvolvido há cinco anos pela instituição. O espaço terá 1.600 m² e será integralmente dedicado ao trabalho da fotógrafa suíça, radicada no Brasil desde a década de 1950. Ao longo dos anos, ela registrou a vida dos Yanomami, povo indígena que vive na floresta amazônica, na fronteira entre Venezuela e Brasil. Sua atuação foi fundamental para a demarcação do território Yanomami, em 1992, e está intimamente ligada à história do País. No Inhotim, a galeria reunirá cerca de 500 fotografias feitas pela artista durante o período em que viveu com os índios e em visitas posteriores.
Conhecer de verdade o vizinho, o porteiro ou a associação do bairro onde vivemos é um bom começo para se entender a própria cidade. Já parou para pensar de onde vem a roupa que você veste? Já se perguntou a origem do alimento que você come? De simples questionamentos como estes, surgiu a ideia da consultora em sustentabilidade Denise Chaer em criar o Novos Urbanos, tema do bate-papo promovido pelo Inhotim, na última terça-feira. Com o auditório lotado, a carioca contou sua história de vida e falou sobre o trabalho que realiza para incentivar o sentimento de pertencimento de cada um com o objetivo de promover mudanças na cidade.
Depois de passar a adolescência vivendo em uma comunidade na Índia, Denise voltou para São Paulo e começou a trabalhar com grandes empresas, dedicando-se a jornadas longas de trabalho e conquistando um bom salário. Ao se ver consumista e sem tempo para simples prazeres, percebeu que não estava feliz com o ritmo acelerado de sua rotina, além de sentir uma necessidade em conhecer e entender a cidade onde morava. Passei a investigar a minha própria vida e a refletir sobre o que eu realmente precisava. Comecei a repensar as relações com as outras pessoas e com o espaço urbano, conta.
O auditório lotado recebeu a consultora em sustentabilidade na palestra da última terça-feira. Fotos: William Gomes
Com o tempo, a ideia do Novos Urbanos foi amadurecendo e se concretizando. Junto a profissionais de diversas áreas, o grupo busca articular ações entre sociedade, iniciativa privada e poder público a partir do comportamento de consumo, com o objetivo de fortalecer comunidades vulneráveis. Para Denise, a atuação de coletivos nesses espaços é uma forma de tornar possível mudanças importantes para todos os moradores. Coletivo é o novo sujeito político, reflete.
Denise Chaer considera que a organização em redes é uma tecnologia social que pode transformar o mundo, especialmente, o espaço urbano. Quando você não se apropria da sua cidade, alguém se apropria dela. A sua ausência também é uma forma de apropriação. Denise acredita que as cidades do futuro não serão aquelas dominadas por robôs ou por altas tecnologias. As cidades do futuro serão formadas por uma sociedade consciente, iluminada e terá poder por si mesmo para reconstruir o espaço urbano, finaliza.
A conversa faz parte da programação do projeto Pessoas Pelo Clima, que conta com o patrocínio da IBM por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e apoio institucional da Fundação Clóvis Salgado.
A partir de agora, quem visitar o Inhotim vai poder fotografar dentro das galerias do parque. Para comemorar a novidade, o Instituto realizou, em parceria com o Instagram, o primeiro Empty do Brasil, um dia em que o parque foi aberto exclusivamente para 14 Instagrammers registrarem os acervos com diferentes olhares.
A segunda-feira começou com um café da manhã aos pés da árvore Tamboril, onde Bernardo Paz, idealizador do Instituto, recebeu os participantes em um bate-papo sobre a tecnologia e a vida na atualidade. Paz instigou-os a pensar sobre o poder de transformação que possuem. A geração de vocês tem a oportunidade de construir um mundo sem ódio, sem competição. Os governos serão vocês mesmos, porque vocês vão formar a opinião pública. Ele também refletiu sobre a velocidade das mudanças no mundo hoje, que torna difícil prever o que vai acontecer em um curto espaço de tempo, mesmo com o fácil acesso à informação e à tecnologia.
O grupo de fotógrafos se reuniu para um bate-papo com o idealizador do Instituto, Bernardo Paz, antes de começar a percorrer o parque. Foto: William Gomes
Durante o dia, o grupo percorreu os eixos rosa, laranja e amarelo do parque registrando diferentes percepções sobre as obras de arte. Os fotógrafos comemoraram a oportunidade de clicar a obra Desvio para o vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio, de Cildo Meireles, e encontraram nas pinturas de Adriana Varejão diversos ângulos a serem fotografados. As luzes que entravam pelas portas da galeria Miguel Rio Branco e do Sonic Pavillion chamaram a atenção de alguns, enquanto outros exploravam as cores e contrastes nas paredes de Hélio Oiticica e nas colagens de Geta Bratescu.
Fred Bandeira, um dos convidados da ação, considerou a visita diferente, mesmo já tendo ido ao Inhotim em outras oportunidades. Poder fotografar dentro das galerias permite uma aproximação e interação com o trabalho do artista, disse. Mas é preciso ter cuidado para que os cliques não atrapalhem a magia da visita, alerta Ticiana Porto, instagrammer carioca que participou do Empty. Registrar é valioso, mas também tem que ter o momento de desligar o celular e sentir a obra, sem outras preocupações. Isso também faz parte da experiência, diz.
Para o diretor artístico do Instituto, Rodrigo Moura, é importante considerar as transformações do lugar da fotografia na sociedade desde quando o Inhotim foi inaugurado, há nove anos. Não faz mais sentido limitá-la, sendo que sabemos que as pessoas desejam fotografar. Assim, nos parece uma excelente oportunidade rever essas normas, para aprender junto com o visitante como explorar o espaço expositivo com a câmera, criando novas maneiras de continuar a experiência do Inhotim para além da visita presencial”, reflete.
Conheça os participantes do Empty Inhotim e veja as fotos tiradas durante o dia. Aproveite para se inspirar nos seus próprios registros na próxima visita.