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Laboratório Inhotim desvenda Porto Alegre

Redação Inhotim

Foram três dias de reflexões e descobertas em Porto Alegre, cidade que abriga a 10ª Bienal Mercosul. Os nove jovens do Laboratório Inhotim desembarcaram na capital gaúcha na última sexta-feira, dia 23 de outubro, junto à equipe educativa do Instituto para conhecer a cidade e visitar os centros culturais que reuniram obras de cerca de 200 artistas latinos. A viagem faz parte de uma das atividades desenvolvidas no programa, na qual cada jovem escolheu um artista latinoamericano que tivesse obras expostas no Inhotim para realizar pesquisas ao longo dos últimos meses.  O fim de semana prolongado incluiu passeios turísticos no centro-histórico da cidade, almoço típico gaúcho, chimarrão, e visitas mediadas em importantes museus. Durante o passeio, os jovens tiveram a chance de conhecer trabalhos de alguns artistas estudados em um outro contexto diferente do Inhotim, além de aplicar todo o conhecimento desenvolvido nos encontros no Parque para entender e sentir outras obras antes desconhecidas. Confira aqui o depoimento de duas integrantes do programa sobre o sábado e o domingo, dias dedicados exclusivamente à arte em Porto Alegre.

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Para Rafaela, foi emocionante ver na Bienal obras que antes só conhecia pela internet. Foto: Laura de Las Casas.

 

Rafaela Hermenegilda Bollis Silva, 16 anos:
“Neste sábado, acordamos cedo para ir ao Museu do Rio Grande do Sul (Margs), que esta acolhendo uma parte da Bienal. Lá tivemos a experiência de ver vários artistas, alguns que já conhecíamos e outros novos. Conversamos  com os mediadores não somente sobre as obras, mas também sobre a cidade e sobre costumes gaúchos. Isso fez a visita ainda mais leve. Uma das primeiras coisas que eu vi foi o Parangolé, de Hélio Oiticica. Fiquei animada porque eu estou estudando ele no Laboratório, mas nao gostei muito de saber que, por tentativa de estar preservando a obra, ela foi toda perimetrada para que ninguém encostasse. O trabalho de Hélio, de acordo com meus estudos, foi feito para provocar interação com o publico. Eu entendo que seja uma relíquia, já que ele morreu, mas isso me causou um certo estranhamento. Quando escolhi o Oiticica para estudar aprendi bastante sobre o neoconcretismo, que é um conceito recente na arte contemporânea. Nestes trabalhos, o visitante deixa de ser somente espectador para ser participador. O Hélio foi um dos pioneiros nisso. Aqui na Bienal eu vi alguns trabalhos dele e fiquei bastante feliz, porque é diferente quando a gente olha algo e entende, sabe de onde veio e o que significa. Foi muito bom conversar com os mediadores sobre o meu incomodo, e compartilhar com eles o que eu já conhecia sobre a obra.

Depois do almoço, fomos à Usina do Gasômetro para ver mais sobre a Bienal. Fizemos uma visita mediada e, primeiro, aprendemos um pouco sobre a história da Usina, que é um importante ponto turístico da cidade. Entendemos um pouco sobre a transformação do espaço. Essa foi a parte mais legal do dia pra mim. Tinha mais Hélio Oiticica lá, uma obra importante dele, que eu só conhecia pela internet, chamada Tropicália.  Ela parece um labirinto construído com uma arquitetura improvisada. Achei muito linda a forma como ele coloca as cores e as palavras que remetem às cores. É uma característica muito forte dele: cores fortes. Já no segundo andar, uma exposição inteira abordava o cheiro na arte. Tinha uma obra da Lygia Pape que eu também já tinha pesquisado e me deparar com aquilo que eu só tinha visto pela internet é uma emoção muito grande, principalmente porque é uma obra que podemos provar. Isso é incrível. Também tinha ali uma cama de feno na qual a gente podia deitar. Eu sei que o feno era usado antigamente para fazer cama, então deitar ali era como sentir como nossos ancestrais sentiam,  algo que eu faria tranquilamente, se eu precisasse dormir no feno por uma noite. O que mais me chamou a atenção no Gasômetro é que podíamos interagir com as obras, muitas neoconcretistas. No Margs, elas são, na minha opinião, mais usadas para mostrar o contexto histórico da qual ela faz parte.

A ideia da Bienal, pelo que eu vi e senti, é lembrar o antigo e mostrar coisas novas. É uma feira de arte, mas sem vender, só pra olhar e admirar. E é importante visitar pra gente poder entender que existem várias formas de expor a arte, seja em um quadro, dentro de um museu ou em uma praça, ela cabe em tudo. E eu ainda terminei o dia tomando chimarrão. Quero morar aqui quando eu fizer faculdade de história da arte!”

Milene viu a obra de Iberê Camargo ganhar ainda mais sentido depois que conheceu a história de vida do pintor. Foto: Laura de Las Casas
Milene conheceu obras de artistas novos durante a Bienal Mercosul e se encantou com a arquitetura da cidade. Foto: Laura de Las Casas

 Milene Raissa Paraguai, 15 anos:
“Eu estudei, durante os últimos meses no Lab, a obra “A luz de dois mundos”, do artista Tunga. O trabalho dele é muito diferente, e permite que cada um tenha uma percepção própria. Não tem muito como definir, e estudar ele me ensinou que arte não tem definição. Então eu trouxe isso comigo pra Bienal, esse meu olhar sem querer definir muito as coisas. Domingo foi um dia  interessante porque a gente conheceu o Instituo Ling e a Fundação Iberê Camargo. No instituto, vimos uma parte da bienal. É um lugar muito bonito.  Já na fundação, vimos obras do próprio Iberê e de outro artista que não conhecíamos, o Abraham Palatnik. Os mediadores foram muito cuidadosos com a gente, nos mostraram os lugares que eles usam pra oficinas, e nos contaram sobre a história de vida do Iberê. Isso foi bastante proveitoso, porque ele é um artista que trasmite emoção nas obras, transmite sentimento, e quando conhecemos mais sobre ele, os quadros e os traços fazem mais sentido.  O que eu acho bonito na arte é que ela tem significados diferentes para cada um. Quando olhei para o quadro da bicicleta, do Iberê, fiquei pensando que se a gente não reagir pra nada, ficar parado no mesmo lugar, não vamos sair dali nunca. É como se a gente tivesse parado em um parque, e os nossos amigos na bicicleta andando. E se a gente nao sair daquela inércia de ficar parado esperando tudo, a gente vai ficar imóvel e nunca vai ser alguém. Isso me impactou e me fez pensar.  Os educadores do museu também falaram sobre o processo de criação dele, foram acolhedores, tiveram paciência, deram espaço pra perguntar, pra  gente falar o que sabia e se sentir a vontade.

Essa chance de viajar para um outro lugar e ter esse contato com o novo é muito importante. No Inhotim,o acervo é grande, mas aqui tem coisas diferentes, e é bom demais poder sentir isso e não ficar preso ao nosso mundo. Viajar assim nos traz novas ideias. Pra mim, a maior e melhor ideia que surgiu nesses três dias em Porto Alegre foi a de estudar arquitetura. Fiquei olhando para os lugares que fomos e percebendo esse contraste  colonial com a arquitetura contemporânea, prédios contorcidos, altos baixos, uma mistura. O prédio do Iberê Camargo, por exemplo,  talvez se tivesse sido feito na época da minha vó, seria impressionante, e agora eles se misturam, e isso é fantástico. A viagem me trouxe também uma nova forma de ver a arte, não só presa a coisas físicas, mas também ao cheiro, ao gosto e todos os outros sentidos.”

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A obra de Hélio Oiticica chamou a atenção dos jovens durante a visita ao Margs pelo colorido característico adotado pelo artista. Foto: Laura de Las Casas.
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Como é a sua relação com BH?

Redação Inhotim

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No Dia Pessoas Pelo Clima, o Inhotim e a IBM atuam como porta-vozes de uma causa: as pessoas, individualmente, podem adotar comportamentos que contribuem para minimizar o impacto negativo da atividade humana nos recursos naturais do planeta. Com esse propósito, a Praça Floriano Peixoto foi escolhida para receber diversas atividades educativas, além de servir como ponto de partida e chegada para um passeio ciclístico pela cidade.

Toda programação idealizada para o Dia Pessoas Pelo Clima tem como objetivo sensibilizar o público sobre seu modo de vida e sua relação com a cidade, pois a mobilidade urbana é mais do que simplesmente o transporte urbano, ou seja, mais do que o conjunto de serviços e meio de deslocamento de pessoas e bens. É o resultado da interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade, estimulando reflexões sobre consumo, mobilidade urbana e sustentabilidade.

Confira a programação completa:

Tenda principal (Anfiteatro da praça)

Bate-papo: segurança e visibilidade da ciclista no trânsito com a Bike Anjo. Horário: 8h30 às 9h.

Oficina de expressão corporal mediada por Gabriela Gasparotto, educadora do Instituto Inhotim, Bacharela e Licenciada em Dança pela Universidade Federal de Viçosa. Horário: 9h às 9h30.

Bate-papo: o uso da bicicleta como mudança de hábito em prol do meio ambiente com Carlos Mourthe. Biólogo, Mestre em Ecologia e Doutorando em Ciência e Cultura na História pela UFMG, Pesquisador de Pensamento Sistêmico e Sustentabilidade. Horário: 11h às 12h.

Estação | Consumo consciente, jogos e brincadeiras

Estação mediada pela equipe do Educativo Inhotim com intuito de resgatar jogos e brincadeiras que fizeram parte do cotidiano de várias gerações do passado. Tragam seus filhos. Horário: 9h às 13h:
09:00hs – Contação de Histórias
10:00hs – Acerte o Furo
11:00hs – Vai e Vem
12:00hs – Bilboquê
OBS: 25 vagas para cada horário, inscrições por ordem de chegada.

Ações Bike Anjo

Mini-oficina ciclomecânica com a Bike Anjo Horário: 8h às 13h.
Edição especial com a Bike Anjo: oportunidade para você que quer aprender a andar de bicicleta. Horário: 8h às 13h.
Passeio ciclístico nas redondezas da Praça Floriano Peixoto. Horário: 9h30 às 11h.

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Laboratório Inhotim rumo à Porto Alegre

Redação Inhotim

Ismael Monticelli (Porto Alegre, RS, 1987) Limanora da série Mundo Fulgurante (2014) Crédito: Del Re; viva Foto
Ismael Monticelli (Porto Alegre, RS, 1987)
Limanora da série Mundo Fulgurante (2014)
Crédito: Del Re; viva Foto

Ansiosos por mais uma aventura, os jovens do Laboratório Inhotim estão de malas prontas para um destino certo: Porto Alegre. Como parte das atividades do programa de formação mais antigo do Instituto, nove integrantes seguem rumo à 10ª Bienal Mercosul para viver de perto a mostra de arte contemporânea que vai reunir cerca de 700 obras de 402 artistas de países latinos. “A viagem representa para eles uma oportunidade de entender o funcionamento de outra instituição, outro processo curatorial, outro espaço expositivo, colaborando para a construção de um entendimento mais completo sobre o mercado da arte, o papel dos artistas e desse universo”, explica Lilia Dantas, supervisora de arte e educação do Instituto.

O Laboratório Inhotim  é um programa de formação por meio da arte voltado para alunos de 12 a 16 anos da rede pública de Brumadinho. O objetivo do projeto é desenvolver um olhar crítico e reflexivo não apenas para o universo artístico, mas para o dia a dia de cada um, fazendo dos jovens, agentes ativos em suas comunidades.  Todo ano, o grupo viaja a diferentes centros artísticos como parte das atividades desenvolvidas no Instituto, já tendo passado por Nova York, Buenos Aires e São Paulo.

Durante todo o ano, jovens desenvolvem trabalhos e participam de oficinas no Inhotim.
Durante todo o ano, jovens desenvolvem trabalhos e participam de oficinas no Inhotim.

Os viajantes são jovens que já estão no segundo ano do projeto e que viveram um período de intensas experimentações dentro do Parque. Em 2015, eles foram inseridos no universo de pesquisa em arte contemporânea e, em função da Bienal, foram estimulados a escolher artistas latinos com obras expostas no Inhotim para desenvolver esse trabalho. Nesta lista, temos Jorge Macchi, Tunga, Luiz Zerbini, Victor Grippo, Claudia Andujar, Carlos Garaicoa e muitos outros.

O roteiro da viagem inclui a visita dos espaços da Bienal no Centro Histórico de Porto Alegre, na Usina do Gasômetro e no Instituto Ling, além da visita mediada oferecida pelo educativo da Fundação Iberê Camargo.

Os próximos dias prometem ser inesquecíveis para esse grupo cheio de curiosidade. De sexta a domingo, postaremos um diário com o passo a passo dessa viagem. Fique de olho e nos acompanhe!

 

 

 

 

 

 

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Inhotim tem programação especial para a Semana da Criança

Redação Inhotim

Quem visitar o Inhotim na próxima semana, do dia 10 ao dia 17 de outubro, vai poder aproveitar a programação especial que o Instituto preparou para comemorar a Semana da Criança. As atividades incluem a apresentação da Orquestra Jovem Inhotim no Palco Magic Square, visitas à estufa localizada no Viveiro, e a Colônia Pequenos Propositores, oportunidade dos pequenos explorarem a arte e a natureza do Parque. Todas as ações são gratuitas para os visitantes. Confira abaixo as informações completas.

 

Concerto Orquestra Jovem Inhotim
Na segunda-feira, 12 de outubro, o Parque estará aberto excepcionalmente por causa do feriado. No dia, a Orquestra Jovem Inhotim realiza um concerto de música erudita e popular sob a regência do maestro César Timóteo. A apresentação acontece no Palco Magic Square, às 15h, e tem a participação especial da solista mineira Jennifer Imanishi, que canta uma ária da ópera “Carmen”, de Bizet. No repertório estão composições de Mozart, Tom Jobim, Milton Nascimento, entre outros.

Segunda é dia dos jovens moradores da cidade de Brumadinho, integrantes da Escola de Cordas, subirem ao palco do Magic Square regidos pelo maestro César Timóteo. Foto: Daniela Paoliello
Segunda é dia dos jovens moradores da cidade de Brumadinho, integrantes da Escola de Cordas, subirem ao palco do Magic Square regidos pelo maestro César Timóteo. Foto: Daniela Paoliello

Fundada em 2014, a Orquestra Jovem Inhotim é formada por 35 alunos da Escola de Cordas, projeto socioeducativo do Instituto que oferece aulas de viola, violino, violoncelo, contrabaixo e teoria musical para estudantes de Brumadinho/MG. Também diretor artístico da iniciativa, Timóteo avalia que o impacto das aulas na vida dos adolescentes é grande. “Quem acompanha esses jovens percebe o quanto eles vão se modificando. Ganham disciplina, altruísmo, cooperativismo, aprendem a trabalhar em conjunto. Alguns já querem fazer vestibular pra música, descobrem novas possibilidades para a vida profissional”, conta.

Colônia Pequenos Propositores

Organizada pelo Educativo do Inhotim, a Colônia Pequenos Propositores oferece uma visita especial para crianças e explora os acervos de arte e botânica do Instituto com atividades lúdicas. A edição da Semana da Criança acontece de 12 a 18 de outubro, das 11h às 16h, com intervalo para almoço entre 12h30 e 14h. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail educativo@inhotim.org.br e há 10 vagas disponíveis por dia.

Visita à estufa
Ao longo da próxima semana, os visitantes do Inhotim terão a oportunidade de conhecer a estufa 1 do Viveiro, espaço de propagação das plantas que compõem os jardins e conservação de espécies raras. No ambiente climatizado, de muita umidade e sensação térmica bem diversa da capital mineira, há um grande número de plantas aquáticas, insetívoras, palmeiras, filodendros e outras. As visitas acontecem nos dias 12, 14, 15, 17 e 18 de outubro, partindo às 10h30 da recepção e tem duração aproximada de 1h.

Visitar a estufa, onde as mudas dos jardins são semeadas, é uma das atrações especiais da próxima semana. Foto: William Gomes.
Visitar a estufa, onde as mudas dos jardins são semeadas, é uma das atrações especiais da próxima semana. Foto: William Gomes.

 

Obras imperdíveis para crianças

Além das atividades especiais para o feriado, um passeio pelo Inhotim é, por si só, uma ótima pedida para os pequenos. Confira abaixo quatro obras imperdíveis para curtir em família:

Galeria Cosmococa – Helio Oiticica e Neville D’Almeida

O prédio abriga cinco salas sensoriais criadas pelos artistas Hélio Oiticica e Neville D’Almeida. Em cada ambiente há algo diferente para interagir: espumas geométricas, balões coloridos, redes, colchões e, para deixar o passeio ainda mais divertido, uma piscina. Tudo ao som das composições psicodélicas de Jimi Hendrix. Na saída da galeria está Troca-Troca, 2002, obra do artista Jarbas Lopes composta por três fusquinhas coloridos. 

Piscina, 2009 – Jorge Macchi

A instalação interativa foi realizada a partir de uma aquarela surrealista do artista Jorge Macchi, que propunha uma caderneta de endereço em que o índice era a escada para uma piscina. O Inhotim convidou Macchi a reproduzir o trabalho em três dimensões, resultando em uma construção que pode ser usada pelos visitantes. Na mata ao lado dela, há um vestiário com toalhas gratuitas e banheiro. Menores de 18 anos devem estar acompanhados por responsável. 

A Origem da Obra de Arte, 2002 – Marilá Dardot

Um galpão de jardinagem rodeado por vasos em formas de letras. Essa é A Origem da Obra de Arte, 2002, de Marilá Dardot. O trabalho convida o público a plantar sementes nos recipientes e transformá-los em palavras espalhadas pelo campo. Nomes, sentimentos, promessas e desejos sempre compõem a paisagem. As ferramentas e aventais vão ajudar a proteger as crianças.

Continente/Nuvem, 2008 – Rivane Neuenschwander

À primeira vista vazia, a construção (que data de 1874 e é a mais antiga edificação remanescente de uma das propriedades rurais que deram origem ao Inhotim) abriga no teto uma instalação da artista Rivane Neuenschwander. Uma das referências usadas por ela para desenvolver o trabalho foi sua própria infância, quando observava o céu e as nuvens para descobrir figuras. Deitar no chão ou nos degraus da escada com os pequenos para observar as imagens que vão sendo formadas pode se transformar em uma ótima brincadeira.

 

 

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Uma praça que nunca mais será a mesma

Redação Inhotim

O céu azul e uma praça iluminada pelo sol em pleno sábado. Existe um motivo melhor para aproveitar o dia ao ar livre? A Praça de Aranha foi o ponto de encontro dos moradores do município de Brumadinho em uma tarde ocupada por cores, música, oficinas e muita alegria, no Festival de Rua Korocupá. O evento foi realizado pelos participantes dos projetos sociais do Instituto – Jovens Agentes Ambientais e Laboratório Inhotim – que vêm trabalhando as ideias para usar o espaço público de forma criativa há alguns meses. O resultado não poderia ter sido melhor: uma praça cheia de gente de todas as idades.

Desde o início do ano, os jovens têm se preparado para promover o festival, pesquisando diferentes formas de intervir na cidade dando novo uso a espaços não utilizados. Eles observaram que a Praça de Aranha precisava de mais bancos. Por isso, produziram junto a marcenaria do Inhotim os novos móveis que foram estreados no dia do evento. Para incentivar a convivência entre vizinhos e moradores, os jovens tiveram a ideia de construir um forno de barro para assar biscoitos durante o festival. Além disso, eles prepararam oficinas que ensinaram técnicas para desenvolver tintas e produtos, como esfoliante de pele e protetor labial, a partir de elementos da natureza.

Quem passou pela Praça de Aranha, ainda pode participar da Feira Grátis da Gratidão, onde roupas e sapatos eram doados ou trocados, e pôde ver a exposição de fotos de moradores feita pelos integrantes dos projetos. Os cliques foram resultado de uma pesquisa realizada pelo grupo que, com o objetivo de conhecer melhor os arredores da praça, entrevistaram a vizinhança e registraram cada personagem.

Em uma das oficinas, os moradores aprenderam como fazer tinta com ingredientes naturais e se divertiram testando os produtos.  Foto: William Gomes
Em uma das oficinas, os moradores aprenderam como fazer tinta com ingredientes naturais e se divertiram testando os produtos. Foto: William Gomes

A música tocou do início ao fim com artistas locais que foram prestigiar o evento, com samba, arrocha, coral de trombones e tubas e ainda a participação da Oficina de Percussão Inhotim. O final da tarde foi com a chuva de pó colorido ainda sob a luz do sol das 17h, que ainda aquecia o lugar. O Festival Korocupá terminou com a certeza de que conviver em harmonia e ocupar o espaço público com carinho e criatividade são as melhores formas de se aproveitar a própria cidade. O que ficou deste dia foram roupas coloridas e bancos novos para uma praça que nunca mais será a mesma.

A Praça de Aranha foi ocupada com atividades que levaram alegria e diversão aos moradores do distrito. Foto: William Gomes
A Praça de Aranha foi ocupada com atividades que levaram alegria e diversão aos moradores do distrito. Foto: William Gomes