Criativa Obsessão
Ainda na infância Yayoi Kusama conheceu as primeiras alucinações. Pontos, bolas e formas fálicas povoavam a mente da criança japonesa, diagnosticando um transtorno compulsivo. Com 11 anos a menina encontrou a cura em sua própria criatividade. Hoje, aos 84, ainda vê as mesmas formas e continua produzindo. Os padrões circulares que se tornaram marca registrada da artista, integrante do acervo do Inhotim, podem ser encontrados em trabalhos exibidos no Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro até o início de 2014.
Obsessão Infinita inclui pinturas, instalações, vídeos, esculturas e outras obras que compõem a primeira exposição individual de Yayoi Kusama no País. Quem visita o CCBB pode apreciar trabalhos como Campo de falos (1965), Cheia de Brilho da Vida (2012) e Sala da Obliteração, uma instalação primeiramente concebida em 2002 para a Queensland Art Gallery, na qual o público é convidado compartilhar da obsessão da artista colando adesivos de bolinhas coloridas nas paredes brancas da sala (assista ao vídeo da TateShots e encante-se com o resultado da instalação em Londres).
O mito de Narciso: no Inhotim o visitante é convidado a apreciar sua própria imagem em uma das 500 esferas de aço que flutuam sobre um espelho dágua. Foto: Daniela Paoliello.
Se você já foi ao Inhotim provavelmente conhece Narcissus garden Inhotim, uma versão da obra criada originalmente por Kusama para a 33ª Bienal de Veneza. Na ocasião, Yayoi Kusama instalou, clandestinamente, sobre um gramado em meio aos pavilhões, 1.500 bolas espelhadas. Ao passar pela instalação lia-se a placa com os dizeres: Seu narcisismo à venda. O preço? US$ 2 cada. A artista foi retirada da Bienal, onde só colocaria os pés novamente 27 anos mais tarde, como convidada.