Inhotim abre duas novas exposições temporárias
Na próxima quinta-feira, 8/09, o Inhotim faz sua inauguração anual, desta vez com novas exposições temporárias nas Galerias Mata e Lago. Tomando os dez anos do Instituto como momento simbólico de reflexão sobre a trajetória da instituição,Por aqui tudo é novo e Light articulam trabalhos de diferentes momentos da cronologia do Inhotim, criando novas leituras sobre o acervo.
Apresentada na Galeria Mata, “Por aqui tudo é novo…” surge a partir do relato do viajante James W. Weels, que, no final do século 19, passou por Brumadinho e se surpreendeu com a região. Ao refletir sobre a história da instituição e suas projeções para o futuro, a exposição coloca em evidência produções de artistas mais jovens da Coleção Inhotim, como Pablo Accineli, Erika Verzutti ou Sara Ramo, ao mesmo tempo em que reapresenta trabalhos que marcaram os primeiros anos do Instituto, como a instalação Método para Arranque e Deslocamento (1992-1993), do brasileiro José Damasceno, anteriormente exposta na mesma galeria, em 2007. A mostra busca também conexões a partir de linguagens artísticas mais recentes que as instituições culturais têm integrado em suas coleções. É o caso de Marra (1996), da série Homem=Carne/Mulher=Carne, ação performática de Laura Lima que pertence à Coleção Inhotim, e que será realizada somente no dia de abertura da exposição, 8/09.
Dando continuidade à construção de narrativas que projetem o futuro da coleção do Instituto, a Galeria Lago apresenta a mostra Light, que articula trabalhos que exploram a luz enquanto elemento sensorial e intangível, mas, ao mesmo tempo, concreto e material no uso que lhe é dado por diferentes artistas. “Light” é uma expressão dos diversos caminhos narrativos que o Inhotim ainda tem para explorar à medida que seu público se familiariza com a coleção, e da possibilidade de sempre refletir sobre aspectos singulares da experiência sensorial neste espaço. Ao redor do trabalho seminal do argentino David Lamelas, Limit of a proyection I (1967), instalação que explora a relação fronteiriça de luz e sombra, a pesquisa curatorial joga luz sobre relações inéditas entre trabalhos de Cildo Meireles, Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander, Cláudia Andujar, Luisa Lambri, Marcellvs ou Jonathan Monk, criando diálogos entre obras de diferentes épocas da história do Inhotim. Estabelecem-se conversas sobre a dicotomia entre rarefação e acumulação, entre esse recorte e as instalações de Iran do Espirito Santo e Dominik Lang, relacionadas à memória dos materiais que afeta a percepção.
Por aqui tudo é novo e Light procuram dar mais um passo no constante processo de reflexão e construção coletiva de significados sobre o acervo e o futuro do Inhotim, revelando novas associações em sua extensa coleção de aproximadamente 1.300 obras de arte. Também se destaca a inclusão de Natureza Espiritual da Realidade III (2015), de Luiz Zerbini, à exposição “amor lugar comum”, inaugurada em 2013 na Galeria Praça, com diversos trabalhos do mesmo artista.