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Nos bastidores do Inhotim, lixo orgânico é transformado em adubo

Redação Inhotim

Todos os dias, às 7h da manhã, a jardineira Maria Aparecida Oliveira vai até o Jardim Veredas para iniciar a varredura das folhas secas. Depois de limpar e podar a parte pela qual é responsável, ela concentra tudo em barris que logo mais serão levados pelo encarregado de jardinagem do Inhotim, Gerlado Farias, para um espaço fora da área do Parque, onde é feito o processo de compostagem. A técnica, segundo ele, recicla o lixo orgânico gerado, como folhas, serragem e sobras dos restaurantes do Instituto, para transformá-lo em adubo. “Assim, toda a matéria retirada volta à natureza em um processo inteiramente natural, transformada em adubo que vai ser usado para o plantio e forração de canteiros do Inhotim”, diz Geraldo.

No processo de compostagem,  os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, provocando assim a redução das sobras de alimentos e de outros resíduos recolhidos no Inhotim. Neste composto orgânico gerado estão diversos nutrientes minerais necessários para o crescimento e desenvolvimento das plantas, por exemplo nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio.

As plantas recolhidas pelos jardineiros é levada para espaço onde são trituradas por uma máquina. Foto: William Gomes
As plantas recolhidas pelos jardineiros são  levadas para espaço onde são trituradas por uma máquina. Foto: William Gomes

Além de Maria Aparecida, mais 13 jardineiros trabalham neste procedimento dentro do Parque. Depois da varredura, todas as folhas secas recolhidas passam por uma máquina para serem trituradas e distribuídas na primeira camada da compostagem. Logo depois, é adicionado o esterco, a serragem e os restos de alimento, nessa ordem. A última camada é novamente de esterco, finalizando essa parte do processo com um banho de água. De acordo com Geraldo, a partir daí, é necessário fazer um controle de 15 em 15 dias do material acumulado, revirando, adicionando água e fazendo uma mistura de modo que a temperatura da pilha fique em torno de 65°C. “Esse acompanhamento vai acelerar a fermentação e formar o adubo. Em três meses o composto vai estar pronto para ser usado nos jardins”, explica.

Desde a varredura até o dia em que o composto volta para o jardim em forma de adubo são cerca de 80 dias, tempo necessário para que os micro-organismos possam agir no composto. Assim, com um pouco de paciência, é possível transformar aquilo que parece ser dispensável em um importante composto para ajudar a florir um jardim inteiro.