Sobre o poder do movimento
O rosto de menina de Ana Pi disfarça os 28 anos da mineira que dedica sua vida à dança, em Paris, há uma década. De visita no Brasil, a artista apresenta sua performance no Inhotim neste sábado, 5 de setembro, uma mistura entre danças urbanas e projeções de imagens. Para mim esse trabalho é sobre a pesquisa. E como desafio de interprete, estou provando as várias danças de rua que existem. Com isso, experimento outros mundos, várias histórias e relações com o outro, diz.
O trabalho de Ana Pi também busca entender o alcance imediato que a web vem proporcionando na divulgação da dança urbana. Segundo ela, é importante considerar o alcance de vídeos como o Passinho do Romano, com mais de 100 mil visualizações, que acabou virando febre no Brasil atualmente. Hoje em dia, formação de publico é super difícil. Essas danças, quando giram o país dessa forma, elas tem o poder de reunir, agrupar, de dar sentido pra vida de muita gente que se identifica com elas. Eu acho lindo essa relação entre o poder da arte com a intimidade de cada um , explica.
Nesta terça-feira, Ana Pi participou de uma oficina no parque junto aos jovens integrantes do Laboratório Inhotim. Durante a aula, a artista convidou o grupo a dançar e aproveitou para resgatar a trajetória de danças urbanas de diferentes partes do mundo, explicando a influência da história local em cada gesto. Tendo a cultura pop como grande referência, a artista usou exemplos muito presentes na vida dos jovens para explicar um pouco sobre os movimentos gerados pelas danças de rua. Se esses artistas comerciais já são super inventivos, a galera que está na origem desses movimentos me impressiona tanto como uma obra de arte contemporânea consagrada, pontua.

A oficina também foi realizada em parceria com a Família de Rua e o centro cultural Lá da Favelinha, em Belo Horizonte . Em uma noite contagiada por uma mistura de ritmos, passos de baunce, jazz, funk, vogue e diversos outros estilos urbanos foram usados nos exercícios propostos por Ana Pi. A ideia é experimentar a energia do gesto, explica a artista. O evento possibilitou o encontro entre vários dançarinos de rua, amadores e profissionais, de todas as idades, pessoas que veem na dança uma das melhores formas de expressão.
Dançar o mundo – das ruas à web 2.0, performance de Ana Pi
Quando: 5 de setembro, às 15h.
Onde: Teatro Inhotim.

*Essa atividade faz parte do Inhotim em Cena, é apresentada pelo Correios, tem patrocínio da Pirelli e Apoio da Wals.