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A cidade adormecida

Redação Inhotim

O escultor modernista Ji?í Lang provavelmente não poderia imaginar que, quase dez anos depois de sua morte, as obras que criou na República Tcheca durante o regime soviético seriam exibidas no Brasil. Apesar de seu trabalho ter sido considerado promissor na época, a uniformidade e o controle impostos pelo governo fizeram com que as esculturas permanecessem adormecidas no ateliê, em Praga.

Em 2011, seu filho, Dominik Lang, ressignificou as esculturas criando a instalação The Sleeping City [A cidade adormecida].  Dominik organizou no espaço as peças esquecidas do pai, fracionando-as e cercando-as com barreiras físicas como armários, mesas e outros objetos. A obra, que esteve na 54ª Bienal de Veneza e agora entra em exposição no Inhotim, sugere um questionamento sobre a visibilidade e o destino da arte.

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Dominik Lang cresceu vendo as esculturas do pai adormecerem no ateliê.

O interesse na lógica da produção artística e na modificação do espaço já acompanhavam o jovem artista nas suas primeiras criações. Dominik Lang frequentemente se coloca entre o papel do autor e do arquiteto, fazendo intervenções efêmeras que alteram a forma como percebemos os objetos e lugares. Ao escolher como matéria-prima o trabalho do pai, Dominik cria um encontro improvável entre as duas gerações.

Da próxima vez que visitar o Inhotim, não deixe de passar pela Galeria Lago para ver o trabalho de perto.

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O artista participou da montagem da instalação junto com o curador Rodrigo Moura na Galeria Lago, no Inhotim. Foto: Daniela Paoliello.

The sleeping city

Redação Inhotim

Modernist sculptor Ji?í Lang probably could not imagine that, ten years after his passing, his works created in the Czech Republic during the soviet regime would be shown in Brazil. Although his work was considered promising at the time, the uniformity and control imposed by the government kept his sculptures dormant in his studio, in Prague.

In 2011, his son, Dominik Lang, brought new meaning to the sculptures creating The Sleeping City installation.  Dominik organized his father’s forgotten pieces, fracturing and surrounding them with physical obstacles such as wardrobes, tables, among others. The work displayed at the 54th Venice Biennial can now be seen at Inhotim and suggests questioning on art’s visibility and destiny.

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Dominik Lang grew up seeing his father’s sculptures dormant at his studio.

Since his early creations his has been interested in artistic production and space modification. Dominik Lang often stands between the role of the author and that of the architect, making ephemeral interventions that change the way we perceive objects and places. By choosing his father’s work as his raw material, Dominik creates an unlikely reunion of two generations.

The next time you visit Inhotim, don’t miss out on the opportunity to stop by Galeria Lago and see his work up close.

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The artist took part in the installation assembly with curator Rodrigo Moura at Galeria Lago, at Inhotim. Photo: Daniela Paoliello