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O jardim de Carroll Dunham

Redação Inhotim

Se você pensa que com apenas uma visita conseguiria conhecer o Inhotim inteiro, saiba que não vai ser tão fácil assim. Hoje, para experimentar todos os cantos, incluindo galerias e jardins, já são necessários, em média, três dias. A partir da próxima semana, o passeio fica ainda mais interessante.

 

A gente explica: a cada ano, o Inhotim modifica exposições em alguma das quatro galerias temporárias ou inaugura galerias permanentes. Agora em setembro, o Instituto apresenta novos trabalhos na Galeria Lago (saiba mais aqui) e abre seu décimo oitavo espaço dedicado a um artista específico, dessa vez, o norte-americano Carroll Dunham.

 

Seu primeiro contato com os curadores do Instituto aconteceu em 2005 – antes mesmo do parque ser aberto para visitação. Desse encontro, surgiu o convite para que Dunham levasse a experiência do Inhotim para suas referências e criasse algo novo.

 

Nascido em New Haven (EUA), em 1949, Carroll Dunham começou a produzir no fim da década de 1970, em Nova York, onde vive até hoje. As influências que marcam seu trabalho nesse percurso vão do expressionismo abstrato à pop art, passando pelo surrealismo, com um toque de erotismo e a estética de desenhos animados.

Carroll Dunham, Large Bather  (quicksand), 2006-2012.
Carroll Dunham, “Large Bather (quicksand)”, 2006-2012.

O resultado dessa mistura foi a criação de um estilo bastante próprio: cenas em que desenhos geométricos coexistem com formas orgânicas, a abstração dialoga com a arte figurativa e a dualidade entre natureza e cultura se revela por cores vibrantes. A representação do corpo com um forte conteúdo sexual também é um traço marcante de sua produção. Isso pode ser observado na série de pinturas de banhistas, à qual o artista dedicou inúmeras telas desde os anos 2000.

 

Para o Inhotim, Dunham criou um ciclo de cinco pinturas entitulado Garden [Jardim, 2008]. Concluídas em 2008, as obras entram em exposição pela primeira vez agora, em uma antiga casa de fazenda dentro da área do parque. O espaço foi adaptado especialmente para a exposição.

Além dos traços pretos característicos que descrevem as figuras, a forma do espiral se tornou um código pictórico no trabalho de Dunham. (Carroll Dunham, Garden  1, 2008. Cortesia Gladstone Gallery, Nova York e Bruxelas. Foto: David Regen)
Além dos traços pretos característicos que descrevem as figuras, a forma do espiral se tornou um código pictórico no trabalho de Dunham. (Carroll Dunham, “Garden 1”, 2008. Cortesia Gladstone Gallery, Nova York e Bruxelas. Foto: David Regen)

Antes de integrar as exposições permanentes do Inhotim, trabalhos de Carroll Dunham já estiveram presentes em outras instituições renomadas do mundo da arte, como o Museum of Modern Art, em Nova York, o Musée d’Art Moderne, de Paris, e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madrid.

 

O artista não faz suposições sobre o futuro da arte ou mesmo da pintura. Ao ser questionado sobre o tema pelo Blouin Artinfo, ele devolve: “Eu não tenho a menor ideia do que o futuro reserva, mas as pessoas parecem precisar de imagens”.

 

Programe sua visita ao Inhotim e conheça as obras que compõem Garden (2008).

 

Carroll Dunham’s garden

Redação Inhotim

If you think you can visit the entire park in one single visit, beware that this might not be that easy. To experience all corners of the park, including the galleries and gardens, you currently need, on average, three days.As of next week, the visit will become even more interesting.

 

We will explain: every year Inhotim either changes exhibits in one of the four temporary galleries or opens permanent galleries.In September, the Institute presents new works at Galeria Lago (click here to learn more) and opens its eighteenth space dedicated to a specific artist, this time, it´s North-American artist Carroll Dunham.

 

His first contact with Inhotim curators happened in 2005 – before the park was even opened for visitation. This meeting led to an invitation for Dunham to take his experience at Inhotim as a reference and create something new.

 

Born in New Haven (USA) in 1949, Carroll Dunham’s production started in late 1970s in New York, where he still lives. The influences that marked his work during this trajectory range from expressionism to pop art, passing through surrealism, with a touch of eroticism and cartoon aesthetics.

 

Carroll Dunham, Large Bather  (quicksand), 2006-2012.
Carroll Dunham, “Large Bather (quicksand)”, 2006-2012.

The result of this mix was the creation of quite a unique style: scenes in which geometric drawings coexist with organic forms, in which abstraction dialogs with figurative art and the nature-culture duality is revealed with vibrant colors. The representation of the body with strong sexual content is also a striking feature in his production. This can be seen in the series of paintings of bathers, to which the artist dedicated countless canvases since the year 2000.

 

For Inhotim, Dunham has created a series of five paintings entitled Garden [2008]. The paintings were finished in 2008 and will be displayed for the first time now, at an old farmhouse located within the park property. The space has been adapted especially for the exhibit.

Além dos traços pretos característicos que descrevem as figuras, a forma do espiral se tornou um código pictórico no trabalho de Dunham. (Carroll Dunham, Garden  1, 2008. Cortesia Gladstone Gallery, Nova York e Bruxelas. Foto: David Regen)
In addition to the black lines that describe the figures, the spiral shape has become a pictorial code in Dunham’s work. (Carroll Dunham, “Garden 1”, 2008. Courtesy of Gladstone Gallery, New York and Brussels. Photo: David Regen)

Before becoming part of Inhotim’s permanent exhibits, Carroll Dunham’s works have been shown in other institutions renowned in the art scene such as the Museum of Modern Art, in New York, the Musée d´Art Moderne, in Paris, and the Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, in Madrid.

 

The artist makes no assumptions about the future of art, or even that of painting.When asked about the theme by Blouin Artinfo, he replied: “I have no clue about what lies in the future, but it seems as if people need images”.

 

Plan your visit to Inhotim and visit the works that comprise Garden (2008).